Por Carol;
Quando vi Lucca encostado na porta, todo galã, juro que não acreditei. Pisquei meus olhos várias vezes tentando ver se era verdade mesmo ou era apenas outro sonho. Como ele estava lindo, com uma camisa branca com os primeiros botões desabotoados, o cabelo mais ordenado do que das outras vezes, e seu olhos... Ah seu olhos verdes, como eram deslumbrantes. Ele me chamou para fazer companhia a ele e Helô, mas o que ele não sabia era que eu simplesmente adoro, de verdade, a companhia dele. Com ele consigo ser eu mesma, ao lado dele tenho uma alegria gratuita que não sei bem como explicar.
Entramos no carro, e Lucca deu partida. Helô e Lucca ficaram conversando durante todo o trajeto, era incrível como ele dava certo com crianças, e como Helô o adorava. Era bonequinha pra lá, Tio Lucca pra cá, e enquanto conversavam eu prestava atenção na conversa, de vez em quando soltava até uns risinhos dos assuntos produtivos deles. Por vezes notei Lucca me olhando de rabo de olho, e aquilo me deixava um pouco confusa, na realidade mais curiosa do que confusa, o que será que passava pela cabeça dele? Com certeza nada similar a minha, que cheguei ao ponto de sonhar com ele me beijando. E então chegamos, num dos meus lugares favoritos em Barcelona, Las Ramblas, composto por vários bares, lanchonetes, sorveterias, com alguns quilômetros de extensão, e um largo canteiro central.
Helô: Ebaaaa, Ramblas! - Ela disse comemorando no banco detrás.Lucca: Gostou Helô? - Ele disse terminando de estacionar.
Helô: A M E I! - Ela disse pausadamente.
Lucca: E você princesa?
Ahn? Oi? Princesa? Quem? Eu? Ele realmente levou a sério quando Helô disse que eu era uma princesa, é isso mesmo produção?! Confesso, sua voz fica mais linda ao me chamar assim.
Lucca: Hein? - Ele disse me cutucando.
Carol: Ah... Amei também! - Sorrimos e descemos do carro.
Lucca: O que querem...
Helô: Sorveeeeete! - A bonequinha mal deixou Lucca completar a frase e já manifestou sua vontade louca por sorvetes.
Lucca: Tudo bem então, vamos lá!
Helô ficou entre eu e Lucca e segurou nossas mãos, balançava nossos braços de tanta euforia, eu e o homem dos olhos verdes nos olhávamos rindo da pura inocência de Heloísa. Chegamos a sorveteria e Helô foi logo dizendo que queria sorvete de chiclete, Lucca pediu de Limão, e eu preferi de Ovomaltine. Pegamos nossos sorvetes e fomos até uma grande árvore que ali tinha, sentamos num banco que havia debaixo dela.Helô: Hummmm, muito bom!
Carol: Muito mesmo! - Sorrimos cumplices.
Continuamos tomando nossos sorvetes, Helô fazia o mesmo mas numa velocidade descontrolada, percebi que seu olhar estava certeiro, olhei o acompanhando e vi que ela olhava um grupo de crianças brincando de roda, a alguns metros dali.
Helô: Eu não quero mais...
Lucca: Por que não? - Ele indagou.
Helô: Eu quero brincar com as crianças! - Lucca me olhou sem saber o que fazer, e eu sussurrei um "Deixa".
Lucca: Tudo bem, mas não vai pra longe ok?
Helô: Tá bom!
Ela depositou um beijo na minha bochecha e na de Lucca, e logo saiu dando pulinhos, nos deixando a sós no banco.
Lucca: Ela é muito linda né?
Carol: Muito mesmo, além de ser super aplicada!
Lucca: Então quer dizer que você é professor de balé e não me disse nada? - Ele perguntou ainda saboreando o sorvete.
Carol: É, me esqueci desse detalhe. Sou professora de dança pela tarde, dou aula de balé para crianças, e aula de dança de salão para adultos.
Lucca: Então deixa eu ver se entendi, de manhã você estuda, a tarde você dá aulas e anoite trabalha no Arriba?Carol: Entendeu direitinho! - Sorri de lado.
Lucca: E como você aguenta tudo isso? - Ele fez uma cara de surpreso.
Carol: Necessidade faz a gente dar pulos, mas eu gosto!
Lucca: Raro hoje em dia ver garotas da sua idade com toda essa disposição e força de vontade, você é única!
Única? Juro que me dá vontade de cair pra trás quando ele usa esses adjetivos fofos em relação a mim.
Carol: É... pra você ver que nem todas as garotas são iguais!
Ele mudou o semblante na hora, fez cara de quem não tinha ouvido nada, ou fingia que não tinha ouvido nada. Ele continuou a tomar seu sorvete sem dizer uma palavra sequer, percebi que tinha feito um comentário bobo e completamente falho para o momento.
Carol: Me desculpa de verdade, falei sem pensar. - Me aproximei dele o fazendo se virar pra mim e me olhar.
Lucca: Tá tudo bem princesa! - Dei uma risada baixa, e ele me olhou confuso. - O que foi?
Carol: A Helô não está aqui pra você me chamar de princesa...
Lucca: E quem disse que eu te chamo de princesa por causa da Helô? - Encarei seu olhos verdes, como uma criança encara um sonho na padaria.
Carol: Por que então? - Perguntei ansiosa querendo saber a resposta.
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No Balanço do Amor
RomantikUm simples encontro que pode levar a uma incrível e emocionante história de amor. Embarque nessa emoção. História em andamento.