Carol: Pouco sei sobre a vida sabe?! Mas de uma coisa eu tenho certeza, família é a base de tudo, é graças a ela que somos quem somos hoje. Minha vó sempre dizia que família é como prato de comida, não há uma receita certa pra ela ser feliz, cada família tem o seu jeito de ser feliz, a sua receita, mas se não usarmos os ingredientes e as quantidades corretas ela não fica saborosa como deve ficar. E tudo tem que ser feito com muito amor, cuidado, paciência e devoção. Sem dúvidas é bom usar alguns truques que passam dos pais pros filhos, mas claro que as vezes da vontade de desistir, preferimos ficar sem o prato de comida por comodidade ou preguiça. - Ela dá um sorriso maroto, como ela tinha facilidade com as palavras, a observei enquanto ela despejava metáforas em relação á família, e notei que era entendida no assunto, que por sinal eu não sabia nem definir. - Tem famílias doces, outras amargas, outras apimentadas, e algumas que não tem gosto de nada, bom essas, essas cabem aos familiares dar sabor a ela. E ah, nunca se esqueça que família é um prato que se come quente, família fria ninguém merece, receita de família não se copia, se inventa, e se ta frio agora vocês dão um jeito, se tá quente demais também dá-se um jeito, ela tem que ser na medida certa sabe? - Ela me olhou tentando ver se eu estava entendendo. - Família é um prato que quando se acaba, nunca se repete.
E assim ela finalizou seu discurso com os olhos umedecidos, e tristes. Não sabia o motivo, talvez ela também tivesse problemas com a sua família, mas preferi não perguntar, seria muita cara de pau, mal a conheço. Mas o que ela tinha dito era realmente verdade, minha família se enquadrava no grupo da família sem sabor e fria, impossível de ser feliz, a única pessoa da minha família que me faz feliz é minha irmã Marcelly, a única mulher em quem confio, a única que merece todo o meu melhor. Ela sim é a minha verdadeira família, ela é quem eu posso confiar tudo, ela que esta do meu lado nas vitórias e nas derrotas, e tenta fazer de mim uma pessoa com o coração mais aberto, apesar de não funcionar muito.
Marcelly diz que sua maior missão é me fazer acreditar em amor entre um casal, que nem todas as mulheres são iguais e que um dia vou encontrar a minha cara metade. Confesso que duvido muito que ela consiga cumprir sua "missão" mas tudo bem.
Lucca: Caramba, acho que ninguém nunca definiu tão bem família! - Ela riu arregalando os olhos.
Carol: Tá brincando né?
Lucca: Claro que não, é sério! - Ela me olhou desconfiada.
Carol: É sua primeira vez aqui no Arriba? - Ela se ajeitou no chão.
Lucca: Sim, o Rodrigo que descobriu aqui e resolvemos vir depois do trabalho. Achei legal a beça aqui.
Carol: Que bom que gostou, eu também adoro aqui. Minha segunda casa praticamente! - Eu sorri de lado. - Você é brasileiro né?
Lucca: Sim! Moro aqui tem doze anos. Você também é né?
Carol: Sou, na realidade qui no Arriba tem eu, a Camila, e a Jéssica de brasileiras.
Lucca: Então você esta bem acompanhada...
Uma forte dor tomou conta da minha cabeça, acho que o excesso de bebidas esta fazendo seu efeito, e talvez ela tinha razão de ironizar quando eu disse que estava ficando bem. Coloquei a mão na minha cabeça e fechei os olhos, tentando de alguma forma amenizar a dor.
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No Balanço do Amor
RomansaUm simples encontro que pode levar a uma incrível e emocionante história de amor. Embarque nessa emoção. História em andamento.