Capítulo 8

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Henry Pov

Eu realmente estava tentando.

Ela não parecia ser uma menina tão mimada quanto sua aparência demonstrava. Só que ela me lembrava demais a Eliza e isso não facilitava as coisas.

-Tudo bem,então você não tem alguma coisa pra fazer essa manhã?

-Não,vou começar os trabalhos apenas na parte da tarde.

A gente estava andando pelo jardim e percebo que ela se afasta um pouco de mim. Acho que nem me escuta mais. Anda até um canto do jardim onde se encontra as roseiras e fica parada observando uma rosa branca que tinha desabrochado há pouco tempo e ficado muito grande.

-Que linda! - Os olhos dela pareciam brilhar,o que era engraçado.

-Gosta de rosas brancas?

-Todas as rosas em geral eu acho bonita,não muito as brancas,gosto mais das azuis ou pretas.

-Pretas? Azuis eu já ouvi falar,agora pretas?

Devo ter feito uma cara engraçada porque ela começa a rir.

-É engraçado a forma como você fica surpreso com tudo o que eu falo.

-Bom,eu sou um jardineiro,acho que já vi vários tipos de rosas.

-Elas não existem naturalmente na verdade,é que eu vi uma série que o menino dá uma rosa preta para a menina,ele pintou pois sabe que ela gosta de coisas diferentes.

-Que amor em? Aposto que o buquê dela no casamento foi preto também né?

-Na verdade não. Ele era um morto preso em uma casa que engravidou e consequentemente acabou matando a mãe dela,aí ela mandou ele ir pastar e depois se suicidou em uma banheira.

-Wow,agora eu tô com medo de você.

-Pois é,American Horror History cria assassinos não mesma velocidade que CSI.

-"História De Horror Americana"? Que criativo.

-Ah,cala a boca,a gente veio aqui para tentar se entender,não para você falar mal das minhas séries.

Ela é do tipo que se stressa fácil,isso pode ser bem engraçado...

-Então...alguma coisa que você já pode contar da sua vida?

-Anne...a minha vida não é uma boa história de se ouvir

-Porra,será que nessa casa ninguém tem uma história feliz?

-Acho que não...ninguém que chega perto do Jake pode ter um final feliz.

-Isso é animador.

-Denada,eu estou tentando ser realista.

-Eu posso saber o que ele te fez?

-Vamos manter o rumo da conversa sobre você por favor. Qual a história de vida da Anne?

-Annelise na verdade,mas eu não gosto muito. Eu estou tentando enrolar um pouco,nunca consegui muito falar sobre mim.

-Por que? Você aparentemente é bem...aberta pra novas amizades.

-Eu gosto mesmo de fazer novos amigos,mas eles quase nunca me conhecem bem já que eu prefiro ouvir.

-Mas no meu caso eu não posso falar mesmo sobre minha vida,digamos que ela é bem fodida.

-Mas não é a de todos?

-Não muda de assunto Annelise,você me deixou curioso.
-Tá bom,só não me chama de Annelise ok?

-Ok,pode começar.

-A minha mãe engravidou de mim para segurar o meu pai,nunca foi da vontade dela ter filhos,por isso que com 4 meses ela me mandou pra casa de uma tia minha chamada Clara,eu ia pra lá de manhãzinha e só voltava para jantar e dormir.

"Foi assim até eu começar a estudar somente na parte da manhã e a minha tia sofrer um acidente de carro que a deixou na cadeira de rodas. Desde então ela me joga em cursos de inglês,piano,francês,dança e qualquer coisa que me faça ficar longe de casa.

Eu acabei me acostumando com isso e comecei a não gostar da minha casa,não me sentia bem lá sabe? Meu pai era a única pessoa legal,era ele cuidava de mim quando estava doente,ele que deitava comigo quando eu tinha um pesadelo,ele me ensinou até a andar de skate".

-Perai o que? Você? Skate? Eu não acredito.

-Não me interrompe caralho,sim eu ando,mas o básico. Continuando...Eu fazia de tudo pra ficar longe da Camille,até que ela veio com um papo de que ela precisava de dinheiro e que eu teria que casar. Obviamente fiquei sem chão e fui discutir com ela,mas ela apenas jogou na minha cara que nunca me suportou e que eu era um encosto e blá blá blá. Nos últimos 2 meses ela tem me mantido presa no meu próprio quarto vigiada por seguranças enormes.

Acho que por ela nunca ter desabafado ela perdeu o controle, começou a falar e não parou mais. O que é muito bom devo admitir,eu gosto de saber da vida dos outros. E não,eu não sou uma mulherzinha fofoqueira,prefiro dizer que gosto de informação.

-Wow,acho que estamos quites na desgraça de vida.

-Pois é,acho que nada do que você contasse iria me impressionar.

-Nisso eu duvido.

-Então tente.

Por obrigaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora