Fiquei caída no chão até meu irmão me ajudar a levantar, ele também sustentava um expressão assustada no rosto e completamente perdida. Trocamos alguns olhares antes que ele quebra-se o silêncio.
— O que houve aqui? — o tom de voz era falho e os nossos movimentos estavam lentos.
— Eu... Eu... Sinto muito Dylan. — eu mal tive tempo de terminar a pronúncia da frase quando as lágrimas rolaram pelas minhas bochechas. Eu sentia um misto de ódio e nojo pelo meu irmão, mas ao mesmo tempo me sentia mal demais. — Você... Você é um canalha Dylan! Você... Você traiu a sua namorada... Argh! Tenho ódio de você! — bati-lhe no peito com toda a raiva me subindo a cabeça.
Minha bochecha começou a latejar e o tapa finalmente doeu.
— Do que você está falando? Você também meu Deus! — ele revirou os olhos.
— Você traiu aquela pobre garota... Você viu o estado que ela saiu daqui de casa? Ela estava em prantos hoje na escola. Ela deveria terminar com você! Você é um tonto que usa a popularidade pra conseguir garotas. — as lágrimas rolavam pelas minhas bochechas sem motivo aparente. Talvez fosse a raiva ou algo parecido.
— Eu posso...
— Não...
— Mas... Eu...
— Cala a boca idiota! — soquei o braço dele, mas antes que meu braço pudesse encostar nele ele segurou meu pulso com força.
— ME DEIXE FALAR! — ele gritou e eu me encolhi por reflexo.
As palavras queriam deixar a minha boca e dizer alguma coisa, mas não saía nada.
Meu celular vibrou no meu bolso e comecei a subir as escadas ignorando os chamados do meu irmão mais velho indo direito para o meu quarto.
“Espero que seja algo muito importante...” falei com um tanto de raiva.
“Eu. Você. Festinha. Hoje. Topa?” demorei pra reconhecer a voz.
“Não posso... Meu pai não está em casa e...”
“Sem problemas, passo aí as nove pra te pegar. Até lá seu pai já vai ter chegado.” ouvi um ruído do outro lado. “Até as nove Boo.”
“Mas...” e o barulho de ligação desligada soou.
Me joguei na cama tentando entender tudo o que estava acontecendo, alguém bate a minha porta.
— Entra. — virei a cara para o colchão.
— Boo... Eu quero me explicar. — a cama pendeu pro lado onde eu tinha certeza que ele tinha sentado.
— Você não me deve satisfações... É a sua namorada que deve ouvir você se explicar. É a ela que você deve satisfação. — levantei-me e fiquei a encarar seus olhos verdes.
— Por que ninguém parece acreditar em mim quando digo que nunca traí a Tracy! Eu fui o namorado mais fiel que ela já teve! — ele baixou a cabeça e colocou as mãos nos olhos.
— Eu... Eu não queria lhe ofender Dylan... Eu juro que nunca tive a intenção de fazer você ficar...
— Ninguém acredita que eu sou humano. Que realmente amo alguém além de mim mesmo... Ninguém sabe o quão horrível é minha vida e o quão bem Tracy me faz, por que eu iria traír ela? — falou entre soluços enquanto vinha me abraçar. Seus joelhos fraquejaram e ele caiu de joelhos na minha frente agarrando minha cintura em um abraço.