O clima continuava pesado e tenso em toda a casa, Dylan tentava desesperadamente concertar as coisas com a namorada. Eu, em parte, me sentia extremamente culpada e com um sentimento de mágoa no coração.
A conversa com a minha mãe ainda martelava na minha cabeça, ela tinha desligado o telefone sem mais nem menos. Eu sentia que algo de muito errado estava pra acontecer, só não sabia bem o que seria. Aquele ardor seguido de uma completa desolação me atingiu e eu só pensei em voltar para Port Angeles.
Um peso e posto sobre meu ombro esquerdo e percebo se tratar do meu pai, seu olhar cansado sendo mascarado pelo sorriso que sempre mantinha nos lábios trouxe um pouco de alívio para mim. Eu sabia que ele jamais seria capaz de mentir sobre a mamãe.
- Pai...
- Ham... - ele mantinha o olhar na tela do smarthphone da empresa enquanto retirava os sapatos e a gravata.
- Eu... Eu fui convidada a uma festa e queria saber se eu tenho permissão sua para ir... - fitava meus pés ao falar em sinal de nervosismo.
- Nossa! - ele exclamou surpreso.
- Fiz algo de errado? - me apressei em dizer olhando para os lados.
- Não é só que... Seu irmão não faz isso... Ele... Ele só vai, por isso fiquei surpreendido. - ele veio até mim e depositou um beijo em minha testa logo antes de subir as escadas para ir se trancar no escritório.
Fui em direcção ao meu quarto me arrumar para a festa e esperar o Aiden. Vasculhei minha mala em busca de um shorts da cor preta com uns rasgos, peguei a jaqueta que estava em minha mochila e uma blusa azul escura sem estampa. Vesti tudo e calçei meu all star azul, que já estava a desbotar.
Chequei meu cabelo no espelho e só dei uma passada de mão nele para arrumar a sua franja. O meu cabelo recém cortado era todo desfiado muito acima do ombro, me dando o charme do corte e a sua práticidade. Passei uma base no rosto para esconder algumas manchinhas em minha pele.
A buzina de um carro soou do lado de fora e uma pedra foi arremessada em minha janela, olhei por ela e vi Aiden junto com a Edthy, Alex e Peter. O ruivo mantinha seus olhos fixos em seu aparelho de telefone, e vestia-se praticamente como eu.
Desci as escadas correndo e Dylan percebeu a minha movimentação, pois veio logo tratar de me encher a paciência.
- Onde vais? - ele me analisou de cima a baixo.
- Vou sair com uns amigos... Fala pro papai que eu volto antes da meia noite. - peguei meu celular que estava em cima do balcão da cozinha e caminhei até à porta quando o meu braço foi agarrado pelo meu irmão.
- Você não pode sair com eles... - ele esticou o pescoço para olhar através da janela. - São uma completa má influência para ti!
- Quem decide o que eu faço da minha vida sou eu mesma! Você não têm o direito de mandar em mim... Não sei que é você... Você pode até seu meu irmão de sangue, mas nos últimos quinze anos você foi um ninguém. - olhei em seus olhos e puxei meu braço saindo de casa batendo a porta vom força.
Virei-me em direção a janela vendo o olhar decepcionado dele e lancei-lhe um dedo do meio. Ele acha que tem algum tipo de autoridade sobre mim... Só. Vivemos juntos durante um ano e mesmo assim ambos mal sabiam o que eram... Ele não tem o dever de cuidar de mim, sei muito bem me virar.
- Hey! - Saudei o pessoal.
- É impressão minha ou goticismo é mal de ruivo? - Edthy gargalhou na parte de trás da picape.
