Os braços do Aiden ainda estavam em volta da minha cintura mesmo que eu tenha dito a ele que estava perfeitamente bem.
Seu olhar era duro e me deu uma sensação pior do que quando minha mãe brigou comigo por sair escondido, os olhos verdes penetrantes transparêciam pena, raiva, remorso e alho mais que não conseguia identificar.
— Acha que pode ficar em pé sem cair? — ele murmurou ao meu ouvido com o hálito quente a bater no mesmo fazendo os pêlos de minha nuca se eriçarem.
— Consigo. — ele soltou-me delicadamente e assim que o fez estiquei meu braço para me apoiar na árvore próxima a mim, mas ela correu e eu acabei por cair na grama.
— Eu sabia... Não devia ter deixado você sozinha. — pus as mãos na cabeça para tentar parar a dor que surgia lentamente.
— A culpa é da árvore que correu! — rosnei.
— A árvore mais próxima está parada à pelo menos dois metros de nós Boo. — ele ironizou.
— Tá... Pode ser que eu tenha bebido um pouco... Mas foi bem pouco mesmo. O que? Oito ou onze garrafas do líquido verde com sabor de maçã. — dei um sorriso de lado vendo os olhos arregalados do Aiden.
— Seu irmão vai me matar! — ele colocou as mãos na cabeça e ficou andando de um lado a outro enquanto eu ainda estava sentada no chão.
— Desde quando você se preocupa com o que meu irmão... — senti meu estômago embrulhar e abrir as pernas no exato momento em que o vómito veio.
Eu não tinha comida no estômago, só o que bebi na festa. Minha cabeça estava rodando e meu estômago doía imenso. Aiden torceu o nariz para o vómito e eu só consegui me jogar na grama de exaustão. Algumas mechas de cabelos grudavam em minha testa por conta do suor. Praguejei contra mim mesma e fechei os olhos tentando fazer as coisas voltarem ao normal.
— Vou levar você pra casa. — Aiden me pegou no colo como se eu fosse mais leve que uma folha de papel.
— Meu pai vai me matar se eu voltar assim pra casa. Sem falar no Dylan...
— Eu não disse que ia levar você pra sua casa. — abri os olhos e pude perceber que ele mantinha no rosto um sorriso de lado.
Resolvi parar de tentar ficar acordada e me permiti fechar os olhos nos braços do Aiden. Meu braço esquerdo balançava no ar do mesmo modo que as minhas pernas e eu ainda estava sem blusa. O vento tinha se tornado gelado e arrepiava o meu corpo parcialmente suado. Aiden deve ter percebido pois jogou sua jaqueta sovre mim quando já estávamos em seu carro.
As janelas do carro foram abaixando permitindo o vento de entrar, abri meu olhos para encarar o céu e encontrei os olhos verdes do Aiden. Fechei os olhos mais uma vez é apaguei.
...
Acordei assustada com o barulho de algo a cair no chão e quando olhei para o lado achei o Aiden no chão. Olhei para mim e eu estava vestida com uma blusa sem mangas, eu estava em uma cama, em um quarto estranho é eu tinha a sensação de que Aiden tinha dormido do meu lado.
— Puta merda! — gritei assim que vi oito ligações perdidas no meu celular, duas do papai e seis do Dylan.
— Eu sou inocente! — Aiden levantou-se do chão assustado. O cabelo verde completamente bagunçado e ele usava só boxes.
— O que eu estou fazendo aqui? Onde estamos?
Fechei e abri meus olhos várias vezes e ao constatar que eu estava vestida só com as minhas roupas íntimas e a blusa que eu sabia que era do Aiden algo disparou dentro de mim.
— A gente dormiu junto? — perguntei vendo ele vestir uma calça.
— Sim.
— E a gente...? — eu me recusava a mencionar a palavra.
— Eu queria dizer que sim. Queria mesmo, mas não. A gente não... Se isso é tão importante pra você. — ele tinha uma expressão desapontada no rosto.
Lembrei-me da parte do jogo onde me perguntaram se eu era virgem... E é lembrei de ouvi-los dizer que já viram aquilo antes.
— O que eles queriam dizer quando disseram que já viram isso antes? — as palavras rodavam na minha mente e eu não conseguia me levantar por causa da dor de cabeça.
— Quem?
— O Peter. Ele disse que já viu isso antes. — fiz um gesto de nós com as mãos ao falar isso.
— Você estava bêbada. — ele ficou um tanto rude no momento.
— Foi antes que eu bebesse. Não sou louca. — ceuzei os braços e encarei os olhos verdes duros dele.
— Ele é um idiota. — disse quase tão baixo que por pouco não entendia.
— O que você realmente quer Aiden... Ninguém é legal com a novata, elogia, chama pra almoçar, depois leva pra um festa... E... E... E trás pra sua casa uma completa desconhecida. — olhei para a blusa, porém decidir deixa-la de fora. — Fala logo o que você quer comigo.
— Eu não quero nada com você Boo. Quero ser... Amigo. Sim. Só isso. — ele tinha se encostado no guarda-roupa e tentava arrumar o cabelo.
— Você pode pelo menos me levar em casa? — levantei da cama e me segurei na parede pra não cair.
— Você está bem? — ele perguntou-me.
— Sim. Só quero ir pra casa.
…
Capítulo pequeno pq... Bem... Achei que ele deveria terminar exatamente nessa parte.
Queria agradecer a todos que vêm lendo CSNC — Como sobreviver no colégial. É muito gratificante saber que do outro lado da tela, seja do computador ou do celular, tem alguém lendo e se divertindo com a Boo.Tenho vários planos para ela, e, tadinha gente... O que vocês acham que o Aiden realmente quer com a Boo? E por que o Peter fez aquela afirmação de já ter visto aquilo antes? O que vocês acham que rola no próximo capítulo?