(Luana Narrando)
Assim que acabou a primeira aula, a macaca, quer dizer, a diretora entrou na sala com um garoto ao seu lado
Diretora: Turma, esse é o Daniel, foi transferido para esta escola e ele estudará na sala de vocês. Pode ir de sentar Daniel.
Ele foi caminhando até a carteira vaga mais próxima, que no caso, era ao meu lado.
Daniel: Oi -falou assim que sentou
- Oi -respondi simpatica- Daniel, né?
Daniel: Sim, e você é...?
- Luana -sorri
Ficamos conversando até o outro professor entrar na sala. Ele me disse que era do Rio de Janeiro, mas se mudou pra São Paulo há alguns anos e agora foi transferido pra cá por conta do trabalho de seu pai, seus pais são divorciados a quase dois anos e ele mora -obviamente- com o pai.
No intervalo, pela primeira vez, não fiquei sozinha, Daniel sentou comigo e ficou puxando assunto, nunca vi alguém ter tanto assunto com alguém que acabou de conhecer.
Xxx: Nossa, por que um garoto lindo como você, tá falando com uma estranha como ela? -alguém de aproximou atrás de mim e pela voz irritante, já sabia quem era... Hillary.
Daniel: Qual é o probl... -o interrompi
- Garota, você não tem uma vida pra cuidar não?
Hillary: Tenho, mas amo infernizar a vida de quem se corta -falou sarcástica
- Eu já te disse que eu não me corto, caralho! Qual é a sua dificuldade de entender isso? -me levantei e virei pra ela
Daniel: O que tá acontecendo?
- Depois eu te explico... é que agora tenho que ajudar uma certa vaca que perdeu o rumo do pasto -falo olhando pra ele
Pude ouvir Hillary reclamar e sair batendo o pé, confesso que eu ri por dentro
Daniel: Quem é essa? -perguntou assim que me sentei novamente
- Uma garota que me odeia...
Daniel: Por que ela te odeia?
- Olha pra mim... eu não sou "princesinha" -fiz áspas com as mãos- como ela e amaioria das meninas dessa escola... e por não ser como elas, sou excluída de tudo e ignorada por todos
Daniel: Às vezes é bom ser diferente, sabia?
- O que tem de bom em ser zoada e xingada por 3 anos seguidos?
Daniel: Vocês já foram amigas?
- Na verdade, não... ela é um ano mais velha e nós nunca nos demos bem, pra ser sincera, nós nem conversávamos...
Daniel: Se vocês nem conversavam, por que ela te trata assim?
- Tudo isso começou no 8° ano, ela estava no 9°. Ela me encontrou no banheiro com o braço ensanguentado, uma lâmina na mão e lágrimas pelo rosto e naquela época, eu estava meio triste por conta e morte da minha avó, sabe aquela avó que é uma segunda mãe pra você? -ele assentiu- Então, ela era assim e eu me sentia sozinha, minhas amigas começaram a se afastar e eu não tinha com quem desabafar. Então aí eu comecei a me cortar. Só que com o tempo eu fui percebendo que isso era algo idiota e parei no ano retrasado, mas até hoje aquela puta fica falando -revirei os olhos em sinal de reprovação
Daniel: Sei como se sente... eu também me cortava, eu parei no ano passado. Comecei por causa da minha mãe, ela nunca me tratou como... como posso dizer...? -pensou por alguns segundos- Como se eu fosse filho de outra pessoa, sabe? Ela chegava a me bater todos os dias, muitas vezes meu rosto chegava a sangrar. Eu comecei a me sentir mal por isso e então a lâmina virou minha melhor amiga. Nenhum dos meus amigos sabiam, mas suspeitavam por eu sempre estar de moletom, mesmo eles sendo meus amigos, eles me zoavam, mas eu levava na brincadeira justamente para eles não descobrirem. Um dia minha mãe descobriu que eu me cortava a me colocou para fora de casa, porque ela disse não me criou para ser um filho "fraco" -das áspas com as mãos- Agora eu moro com a meu pai que, ao contrário da minha mãe, me ajudou a superar isso, ele me apoia e me ajuda sempre que preciso.
Confesso que fiquei surpresa com a história dele. Olhando pra ele, você não vê um menino que sofreu a infância inteira. Eu podia jurar que ela iria entrar na onda da Hillary e os começar a me xingar também, como os outros... mas não, ele passou pela fase "depressiva" também, a única diferença é que ninguém da escola sabe sobre ele -até porque ele chegou hoje, né.
(...)
O resto da manhã foi assim, conversei com Daniel, suportei Hillary nos intervalos e fiz alguns rabiscos (desenhos) no caderno.
Assim que acabou a última aula, eu já estava do lado de fora da escola conversando com o Dan e me surpreendi ao ver meu pai me esperando
- Bom Dan, tenho que ir... -falo olhando para meu pai que se encontrava do outro lado da rua encostado no carro.
Daniel: Mais tarde a gente se fala então -ele me dá um beijo na bochecha- Tchau Lua
- Tchau! Até mais -sorrio
Caminho até meu pai e o cumprimento
- O senhor não deveria estar trabalhando? -perguntei
Pai: A empresa está em greve
- Entendi...
Entramos no carro e voltamos pra casa. Ainda bem que ele não perguntou nada do Daniel, nem sei se ele viu a gente conversando, enfim... como conheço meu pai, ele falaria comigo e depois contaria para a minha mãe, que ficaria falando aquelas coisas que toda mãe fala para a sua filha.
Chegando em casa eu estava morta de fome e fui almoçar, sem ao menos tirar o uniforme. Durante a tarde fiquei ajudando meu pai nos deveres de casa, assim que minha mãe chegou com a Laura e Thiago, terminamos tudo e decidimos assistir um filme juntos.
___________________________________"MARIANA!! O CAPÍTULO TÁ ATRASADO!"
Na verdade, não. Como eu escrevo duas histórias, decidi alternar as semanas, uma semana eu posto essa é na outra semana eu posto na outra.Deu por hoje ✋. Eu espero que tenha ficado bom... Até próximo capítulo.
FUI!
*Mari*
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Emo E Gótica, Mas Diferente (PARADA) - Sem Revisão
DiversosLuana, uma garota comum de 15 anos de idade, mora numa pequena cidade no interior de São Paulo. Gosta de se vestir de preto e ela considera ouvir rock e metal como uma terapia, pois isso a acalma. Ao longo de sua vida, Luana tem de passar por divers...