Capítulo 3

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Logo eram 17 horas e as hordas do bazar começaram a escassear.
     Tive uma boa tarde vendi a maioria dos itens pesados, incluindo uma coleção mofada de revistas de ficção, uma pintura emoldurada horrível de um palhaço, que me dava arrepios toda vez que eu olhava para ela, e um estatueta art déco  de um gato preto, que tinha uma luz cravada no alto da cabeça e um fio elétrico com plugue no qual deveria estar a cauda.
     Era hora de desmontar a barraca e carregar minhas caixas de plástico até o imenso devorador de gasolina quatro por quatro da mãe de Barney. Não demorou muito, porque não tivemos que empilhar as coisas no banco de trás, como de costume. Barney só passara no teste de direção havia alguns meses, o que lhe dava suores e tremores quando não conseguia enxergar através do vidro traseiro.
    Mesmo que seu campo de visão estivesse completamente limpo, Barney ainda precisava de silêncio absoluto enquanto estava dirigindo, mas, assim que chegamos mais perto de onde eu morava, ficou mais difícil manter o silêncio. Esperei até que ele tivesse parado em um semáforo.
     -Então, você quer entrar um pouco? - perguntei. - Ou nós poderíamos assistir um filme. Aquele com a Ellen Page de que falamos. Ou o que você acha de...
     Barney sibilou aborrecido, porque eu ainda estava falando quando o sinal passou do vermelho para o amarelo. -Desculpe - murmurei,

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