-Aposto que o bolo de cenoura está parecendo muito bom agora - disse suavemente, e Barney sorriu.
-Você é tão sortuda por viver sozinha, Jeane. Ninguém para lhe dizer o que fazer. Você pode comer o que quiser, quando quiser, ficar acordada até tão tarde quanto quiser, ficar na internet até que seus olhos fiquem embaçados e...
-E se algo quebra ou para de funcionar, eu tenho que descobrir como consertá-lo sozinha. Tenho que fazer a limpeza e cozinhar para mim mesma, e me levar para a escola...
-Ah, não tente parecer horrível - Barney zombou. - Não é como se você fizesse faxina o tempo todo, e você vive de balas e de bolo. Agora, pense em mim, indo para casa pra ser incomodado até a morte por minha mãe, comer a sopa de lentilha repugnante e o pão caseiro superduro de mastigar feito por ela. E é cinza acrescentou com um estremecimento, enquanto se dirigia a porta. - Ela diz que a culpa é do germe de trigo, mas aquilo não é de nenhuma cor que um pão comestível deveria ter.
Segui Barney porque ele nunca conseguia abrir a trava, e quando me inclinei para um beijo amistoso na bochecha, ele sacudiu sua cara para trás como se eu estivesse prestes a atacar sua boca com a língua de fora.
-Vejo você amanhã - disse Barney, buscando esconder que fugira de meus lábios como se eles estivessem infectados com bactérias carnívoras, seu rosto corando pela décima sétima vez naquele dia. - Tenho que ir!
Escutei a batida suave do tênis de Barney no parquete, o raspa-e-range quando ele puxou de volta a grade de metal e entrou no elevador e, em seguida, o zumbido dele passando pelos andares. Pude até ouvir o bater distante da porta da frente. Parecia tão definitivo.