(accident)

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Andava sem olhar pra onde ia, enquanto mexia no celular em busca de um melhor sinal, para poder ligar para Luke.

Desde o Natal não havíamos nos falado. E sempre que conseguia ligar, Luke tinha sempre uma desculpa, para não falar.

Estava tão absorta que nem reparei na parede de vidro em minha frente, indo contra a mesma.

-Ai - resmungo , massageando minha testa. Ouço uma risada. Um garoto de olhos verdes, cabelos encarracolados me encarrava, dentro da academia do hotel. Seu rosto era familiar, de alguma revista eu acho.

-Tenha mais cuidado de próxima vez - ele diz - e mantenha seus olhos pra frente e não voltados pro celular, talvez ajude.

O garoto debocha do meu descuido.

-E você se meta na sua vida. - digo seca

-Opa, além de desastrada é marrenta- zomba da minha cara.

Semicerro os olhos sentindo meu rosto esquentar de raiva. Mas respiro fundo, tentando não me irritar com aquele ser.

Ignorando o garoto de olhos verdes, continuo a minha busca por sinal. Que infelizmente só achei dentro da academia.

Enrrugo o nariz em reprovação. Odiava academias, e principamente a criatura dentro dela.

-O que está fazendo aqui?- o garoto, sem camisa e suado, pergunta.

-Respirando?- digo irônica.

-Nosso pensei que você era um espírito e não respirava. - ele revira os olhos.

-Olha aqui garoto - digo irritada - Vê se me esquece.

-Com todo prazer.- sorri cínico

-Prazer é na cama.- resmungo

Me sento em uma cadeira que havia no canto. Vou até a minha lista de contatos, tocando no contato de Luke.

Na quinta chamada ele atende. Parecendo um pouquinho irritado quando atendeu.

-Hey

-Ah oi Lucy. - disse ele - O que foi? Estava saindo e...

-Nós precisamos conversar.

-Claro, mas acha que seria melhor quando você estive aqui.

-Luke, eu estou do outro lado do mundo, então não, não dá pra esperar.

-Tá tudo bem?

-Não, não tá tudo bem Luke. Nos útimos meses começamos a nos tratar feito dois estranhos.É como se você ao mesmo tempo que estive perto, estivesse distante. Nos ignoramos a mais de semanas, e quando eu finalmente consigo te ligar, você já sempre ocupado - suspiro pesadamente - Então Hemmings, ainda quer namorar comigo? Seja sincero.

O outro lado da linha ficou silencioso por um longo tempo. Longo demais para a resposta ser "Sim. Você é o amor da minha vida"

-Lucy - disse Luke, a voz baixa e rouca.

-Me responda Luke - digo segurando as lágrimas.

-Por favor Lu, não vamos conversar sobre isso agora.

-Então vamos conversar quando?Por favor, acabe com isso logo. - sinto um nó se formar em meu estômago.

-Lucy - sussura.

-Não dá mais né? - sorrio tristemente, as lágrimas correndo incessantemente pelo meu rosto -Acabou, já faz tempo.

-Tanto como leite e biscoito combinam. - ele funga.

Esse era nosso código pra sim.

...

Depois de desligar, percebi que o garoto assitia de camarote ao meu sofrimento, mas não tinha forças me para brigar com ele. Apenas me encolhi na cadeira e deixei as lágrimas caírem. Sabia que entre mim e Luke não tinha mais aquele amor, mas não queria aceitar. Agora, era oficial, acabou.

O garoto veio em minha direção, mas não tinha mais o sorriso de deboche na cara. Seu olhar de preocupação, quase me vez acreditar que se importa com a dor que estava sentindo.

Quase

-Está tudo bem?- meu Deus é claro que não estava bem!

-Claro - enxugo as lágrimas.

-Não é o que parece - ele se senta ao meu lado.

Meus olhos começam a se encher de água novamente.

-Não chore - tenta me consolar - Seja lá quem for não merece que derreme lágrimas por ele.

-Eu sou uma namorrada horrível - reclamo - Como eu pude ser tão burra!

-Hey - ele se ajeita, abrindo os braços, como se quisesse que eu o abraçasse - Vem aqui.

-Não!- exclamo - Eu nem sequer te conheço!

-Não?- ele parece surpreso.

-Você não é nenhum famoso, para eu ter que te conhecer, ok?

-Na verdade eu sou sim - ele sorri debochado - Prazer Harry Styles, integrante a One Direction.

-One o quê?- pergunto confusa.

-One Direction, por acaso você tem internet ou televisão?

-Ah!- bato na minha testa - Aquela bandinha de viados.

-Hey - Harry parece ofendido - eu não sou gay. Se quiser eu te mostro agora.

-Não - faço cara de nojo - muito obrigado.

-Não sabe o que está perdendo - lança um sorriso malicioso.

-Sei sim - digo eu - e fico aliviada por isso.

-Você quem sabe - dá de ombros. - Se ainda quiser um abraço -
ele abre os braços ainda mais.

Dou de ombros, me encostando nele. Seus braços me rodeiam, e curiosamente me sinto melhor. Poderia ficar ali o dia inteiro.

Ao nos separar depois de uns bons minutos, senti seus olhos em minha boca. Nós estávamos a centímetros um do outro. E por algum motivo tomei o impulso e o beijei. Ele me beijou de volta. Um beijo bom. Não muito seco, não muito molhado. Aparentemente nenhum de nós esperava por aquilo. Não dei muito tempo para o meu cérebro processar o que diabos estava acontecendo. Acabamos o beijo com selinhos.

-Desculpe - digo, ainda um pouco ofegante - Não devia ter feito isso. Não pensei direito.

-Tudo bem - ele sorri de lado - Só não é muito comum ser beijado assim tão de repente.

-Eu...eu...eu tenho que ir - digo tentando me livrar daquela situação embaraçosa.

-Espera! - ele segura meu pulso - Posso, pelo menos, saber o seu nome?

-Pra quê? Por acaso tem uma lista em que você escreve o nome de todos as garotas que já beijou? - ironizo.

-Talvez - ele sorri travesso - Mas então?

-Lucy - digo - Lucy Angelman.

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