{SKINNY LOVE}

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amor frágil [s

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amor frágil [s.m.]

quando duas pessoas se amam, mas são tímidas para admitir isso, apesar de demonstrá-lo

Quando se deparou com Eliza pela primeira vez, na sala de aula, Harry pensou no quanto aquela garota parecia misteriosa

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Quando se deparou com Eliza pela primeira vez, na sala de aula, Harry pensou no quanto aquela garota parecia misteriosa. Lembrava se que ela escolheu um lugar no fundo ao qual permanece fiel mesmo depois de três anos. Era de poucas palavras e sorrisos raros, porém sinceros. Daqueles que iluminavam o rosto inteiro. No entanto, o que mais intrigava Harry era sua mente. Quando uma pequena ruga se formava em sua testa, ele se perguntava o que se passava em sua cabeça.

Daria uma moeda por cada pensamento seu.

Ela sempre se sentava sozinha na biblioteca durante o intervalo. Ás vezes, puxava um livro da própria mochila e lia em paz por alguns minutos. Outras, simplesmente caminhava pelos corredores, parecendo maravilhada pelas centenas de livros que a rodeavam.

Ele também ia a biblioteca durante o intervalo e fingia procurar algum livro. Aproveitando a oportunidade para observá-la pelos espaços entre os livros, sem acabar com um torcicolo de tanto olhar para trás. Porém, nunca teve coragem de falar com ela. Sempre que tentava, as palavras se enroscavam em sua garganta.

No intervalo de uma quinta feira comum, os dois ocupavam seus lugares de sempre. Ela debruçada sobre uma cópia de algum romance qualquer. Ele fingindo procurar um livro na ala de fantasia; suspirando entre um exemplar de Senhor do Anéis e Guerra dos Tronos. Estava tão perdido analisando como os cabelos de Eliza ganhavam uma tonalidade diferente de acordo com a iluminação que nem percebeu o amigo se aproximando.

- Limpa a baba, Styles - uma voz comentou atrás de si em tom de deboche.

Harry quase bateu na prateleira acima de sua cabeça pelo susto e se virou na direção da voz. O coração estava acelerado contra o peito por ter sido pego no flagra. Niall tinha um sorriso travesso no rosto como se a falta de coragem do amigo de falar com Eliza o divertisse. Harry o censurou com o olhar.

- Você devia falar com ela - Niall sugeriu de forma óbvia.

Harry revirou os olhos. Como se não tivesse pensado em fazê-lo antes. Ele tentara várias vezes, mas as palavras sempre pareciam entaladas em sua garganta, se recusando a sair.

Niall pareceu ignorar o gesto de Harry e colocou suas mãos nas costas dele. Deu um leve empurrão, fazendo com que desse alguns passos fora do seu esconderijo.

O garoto sequer teve a chance de recuperar o equilíbrio (e o resto de dignidade que o restava) quando sentiu um corpo se chocar contra o seu. O baque dos livros caindo no chão ecoou pelo silêncio da biblioteca e atraiu alguns olhares de desaprovação.

Harry sentiu o sangue subindo pelo rosto, as bochechas queimando de vergonha. Ele lançou um olhar fulminante para Niall, que segurava o riso, encostado na prateleira mais próxima, e se abaixou recolhendo os livros do chão.

Murmurando um pedido de desculpas, o garoto de olhos verdes esmeralda entregou os livros à garota com que tinha esbarrado. Com a cabeça baixa, ele se afastou.

- Harry, espera - a garota lhe chamou.

Ele girou em seus calcanhares. A mente se enchia de ilusões imaginando que, por alguma ironia do destino, havia esbarrado com Eliza. Obviamente, estava enganado.

Eliza continuava em sua cadeira, observando a cena se desenrolar com um brilho de curiosidade. Seus olhos encontraram os de Harry por um instante. Eliza desviou o olhar, fingindo voltar a sua leitura. Uma descarga elétrica percorreu seu corpo. As borboletas voavam em seu estômago. O coração disparado em uma corrida que somente ele percebia.

Luce, a morena com quem Harry esbarrou lhe entregou uma folha que caíra no chão junto com seus livros. Os olhos do garoto se arregalaram e ele rapidamente pegou o papel de volta. Ali estavam todos os sentimentos que ele nunca pode declarar a Eliza em palavras. Sentimentos que ele então transformou em desenho.

Harry conseguira retratar tudo o que sempre admirou em Eliza. Dos fios de seu cabelo caiando suavemente no rosto às pontas dos dedos, segurando um livro, como se fosse um objeto tão precioso que temia danificá-lo.

O garoto agradeceu, sem jeito, a Luce. Ela apenas assentiu e caminhou até a saída, ajeitando os livros em seus braços.

Com mais uma olhada em Eliza, Harry também saiu.

Sem dizer uma palavra.

Mais uma vez.

Sua timidez o vencera.

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