Fate or chance || Larry Stylinson.

4.

O sinal bateu, fazendo Harry agradecer mentalmente por poder sair de perto das provocações de Louis, o que fez a aula toda. Queria apenas sair daquela, ficar com Josh e esquecer-se da existência de Louis e que tinha traído Josh com o mesmo. Talvez não fosse tão difícil esconder isso, afinal!

Levantou-se rapidamente, caminhando até a porta. A maioria das pessoas já tinha saído, até que sentiu uma mão o segurar e olhou para trás por um breve segundo para ver Louis o olhar fixamente. Harry só ficou porque queria esclarecer as coisas de uma vez, e então, bateu suas coisas na mesa mais próxima e cruzou os braços contra o peito.

- Louis eu já disse, me deixa em paz, por favor. – Harry pediu nervoso para o garoto. Louis passou por ele e fechou a porta, deixando os dois sozinhos na sala.

- Qual é o motivo da sua implicância comigo, Harry? – Louis perguntou encostando-se a porta com os braços cruzados.

- Olha Louis, eu já esqueci aquela noite. Eu te disse que foi apenas um momento e que aquilo não significou nada pra mim, porque simplesmente se foi, acabou, entendeu? –Harry chegou perto de Louis se segurando ao máximo para não gritar. Ele dizia pra si mesmo que o que dizia era verdade, tentando se convencer que se esqueceu. Tinha que tentar, tinha que tentar por sua dignidade.

- Eu também esqueci aquela noite, Harry... – Louis se desencostou da porta e foi até Harry que, por impulso, deu passos para trás até não ter mais para onde ir e estar encostado na parede, num ponto de estar encurralado por Louis.

- Então porque não me deixa em paz? É só o primeiro dia Louis, vamos fingir que nada aconteceu!
– Ele pôde sentir o tom de pavor na voz dele e sentiu pena, por alguns segundos. Entretanto, tanto Harry quanto ele haviam sentido a mesma coisa naquela noite, como uma ligação, e ele não sabia como explicar porque não havia deixado essa história de lado ainda.

– É que gosto de mexer com o psicológico das pessoas... – Louis disse bem perto de Harry. – E eu não sei você, mas eu to louco pra relembrar aquela noite. – Louis disse, sorrindo de lado.

- Escuta bem o que eu vou lhe dizer – Harry falou se aproximando de Louis fazendo com que seus narizes roçassem. – Eu sei o que aconteceu, eu sei o que nós sentimos, Louis, mas não faço questão nenhuma de relembrar – Ele falou ríspido, esperando que Louis abaixasse a guarda. Estava tão perto dele, que não sabia como ainda conseguia controlar sua respiração.

- Tem certeza?

Em segundos, quando Harry sentiu a aproximação lenta de Louis sobre ele, soltou-se dele, correndo o mais rápido possível para longe daquele antro da perdição que tinha nome e sobrenome, e que, provavelmente, tornaria sua vida um inferno. Queria pensar assim, porque ele estava prestes a beijá-lo, e o pior é que queria muito, não iria mentir. Parte dele estava correndo para seus lábios, estava morrendo de vontade de sentir tudo outra vez, mas, por sorte, a quarta marca, não foi atingida naquele dia. Josh o esperava na porta, o garoto parou com os olhos surpresos para ele e logo, Louis apareceu atrás dele, fazendo o menino desviar o olhar de Harry, para o amigo.

- Louis? – Josh levantou uma das sobrancelhas e alternou seu olhar para Harry.

- É... Eu fiquei ajudando Louis numa matéria, fizemos uma dupla e bom, se ele não terminasse, nós não saíamos.– Harry inventou qualquer coisa, mas Josh parecia não acreditar plenamente naquilo.

- Matéria em dupla? – Josh olhou para Louis que concordou com a cabeça com os lábios franzidos olhando diretamente nos olhos de Harry. – Okay. – ele disse lentamente a palavra e entrelaçou suas mãos nas de Harry. – Nos vemos mais tarde, bro. – fez um toque com Louis e saiu caminhando.

Por algum motivo, sem nem notar, Louis ficou olhando aquela cena. Harry ficou na ponta dos pés para dar um selinho em Josh, e logo depois, voltou à postura normal. Ele observou atentamente a expressão de Harry, séria, diferente, ele arriscaria dizer triste, e depois olhou para as mãos dele, frouxas nas do namorado.

Josh ria para um dos jogadores do time, parecendo não notar que Harry estava ali e Louis não sabia como Josh conseguia fazer aquilo. Qual é! Aquele menino, aquele menino do beijo incrível, fofo e completamente estiloso e da risada mais contagiante que ele já havia ouvido na vida estava do lado dele, era dele, e, ele parecia o segurar como um dono segura seu cão. Por um instante ele ficou perplexo com Josh por ele não reparar que Harry estava desgostoso com aquilo. E então percebeu que era por isso, era por isso que Harry havia o beijado naquela noite, era por isso que sentiu que ele era totalmente dele naquela virada de ano.

Porque Harry parecia cansado de tudo, daquilo, de ser tratado como um troféu nas mãos dele, porque era o que parecia, e se não era isso, Josh estava realmente passando a pior impressão de seu relacionamento naquele momento.

Louis deu meia volta no corredor e correu para a garagem, encontrando-se com Zayn no caminho. Eles trocaram meias palavras, porque Louis não conseguia tirar de sua mente a cena que viu de Harry e Josh. O garoto não merecia aquilo, pelo pouco que conhecia daquele dele. Aquele não era Harry Styles, não era o Harry Styles que se apresentou a ele naquela virada de ano. E saber o que estava o tornando amargo, que o fazia perder todo seu brilho incandescente era seu melhor amigo o deixava perplexo.

- Louis... – Zayn disse, assim que parou em frente à casa do amigo. – Eu... – O menino pareceu pensar, passando as mãos no queixo. – Eu não sei se é paranóia minha, mas aquele não era o garoto que eu conheci na praia. – Louis voltou a olhar o amigo, sério.

- Payne também? – Ele disse, cerrando o cenho.

- Scott me contou na sala, depois da aula... – Zayn começou, Louis ficou calado por longos segundos: ele não era assim. Era conhecido por pegar muitos, mas ainda assim ser sossegado, Louis Tomlinson não corre atrás de ninguém, eles que correm atrás dele.

- Eu sei, Zayn. – Ele olhou para o amigo com culpa. – Mas, eu olhei nos olhos dele hoje e eu... Você não faz ideia de como Josh não sabe o que tem em mãos, cara! – O menino disse perplexo. – Zayn, aquele menino não merece não ser tratado daquele jeito!

Zayn ficou encarando a expressão de Louis em silêncio, enquanto ele sorria de forma estranha. Ele conhecia bem demais Louis para não notar que Harry havia mexido com ele. Louis sempre quer o melhor para as pessoas, e era, com todas as palavras, a pessoa melhor e mais sincera que ele conhecia, sempre estava disposto a ajudar os amigos e quem estivesse a sua volta e odiava ver algum próximo seu mal. Mas, mesmo que fosse errado, que tudo aquilo fosse virar uma gigante bola de neve, ele se importava com Harry, porque sentiu naquele beijo que ele era o que ele precisava pela forma como ele queria pela forma como ele agarrou seus cabelos e o beijou, como se ele tivesse atingindo suas quatro marcas desejadas.

Era errado, mas Louis não deixou de pensar no riso dele desde que acordou naquela praia, sozinho, e não parou de pensar naquele sorriso nem quando descobriu que quem o namorava era Josh Stone, um de seus melhores amigos desde o primeiro ano. E tudo isso sem saber por quê.

- Esquece isso, Louis. – Zayn suspirou. – Você sabe que o que nós fizemos não foi legal, mesmo não sabendo quem esses garotos eram.

- Eu sei, eu sei. – O menino assentiu, e abriu a porta do carro.
Ele tinha que se afastar de Harry. Não tinha escolha.