Vcs devem estar cansados de ler as minhas desculpas. Mas eu estou tentando me organizar para poder definir um dia exato de postagem.
- Você - digo surpresa ao ver meu herói.
Ele me olha por alguns segundos, e então desvia, olhando para a estrada. Mil perguntas passam pela minha cabeça, neste momento. Como você me achou ?, Para onde está me levando ?, e a mais importante de todas. O que vai fazer comigo?
- Para onde está me levando ?. -pergunto, tentando demonstrar firmeza.
- Pra minha casa. - diz simplesmente.
Então o desespero começa a tomar conta de mim, minhas mãos tremem, minha garganta fecha, e minha vista embaça por causa das lágrimas.
Nunca pensei que isso poderia acontecer comigo. Claro que isso é um risco que se corre por morar na rua. Mas ser estuprada por uma pessoa que a horas atrás estava te salvando de outro maníaco. É meio cômico de se acontecer.
- Não fique com medo, não te farei mal algum.
- Eu quero descer. - digo direta.
- Já disse que você vai pra casa comigo, deixa de ser teimosa porra. Depois de ser espancada por aquele filho da puta, você ainda quer ficar nas ruas. - diz ele raivosamente, apertando o volante, com tanta força que por um momento achei que ele poderia se partir ao meio.
- Seu imbecil. Ninguém fica nas ruas por opção.
- Foda-se. Só cale a boca.
E então assim fiz, não abri mais minha boca para nada. A essa altura do campeonato, já não sentia mais tanto medo, o que me consumia realmente era a raiva que sinto pelo sombra no momento.
Porque ele não poderia apenas me deixar no meu canto. E me ignorar igual a todas as outras pessoas.
Então paramos em frente a um edifício, muito lindo e provavelmente luxuoso. Ele entra na garagem e para o carro, então desce, e vem em direção a minha porta. À abre e espera que eu saía, mas então cruzo os braços e bato o pé, como se dizendo " não vou sair daqui ". Ele bufa e novamente me pega pelo braço, me puxando para fora.
Então vai me arrastando até um elevador.
- Por que me trouxe aqui ?
- Porque sim.
- Já percebi que não é de muitas palavras. -digo entre os dentes.
Sombra então olha para mim e range os dentes com um olhar de pegar fogo. O que tanto o está incomodando?
Então viro para trás, me olhando no espelho do elevador, e a imagem que vejo faz meu coração se reduzir a um morango, e meus olhos transbordarem lágrimas novamente.
Meus olhos estão parcialmente roxos e verdes, minha testa está cortada, sangue seco espalhado por meu queixo, bochechas e nariz. Minha boca está roxa, por conta do frio, meu cabelo está bagunçado e sujo.
Viro para o sombra, finalmente entendendo o porque dele sempre me olhar com pena e raiva. Eu estou horrivel. Seguro as lágrimas, me proibindo mentalmente de deixar sequer mais uma gota cair.
Então as portas se abrem, e em silêncio vamos andando em direção ao que imagino ser seu apartamento.
Ele para em frente ao último do corredor e tira a chave do bolso de trás da sua calça, abre a porta e espera que eu entre. Dessa vez não resisto, simplesmente entro.
- Venha, você precisa de um banho. E então depois cuidamos dos seus ferimentos e te dou alguma coisa pra comer.
- Por que está fazendo isso? Você nem me conheçe. - digo irritada.
Estou a ponto de explodir. Não aguento mais, já esgotei todas as minhas forças durante esses 4 anos que passei nas ruas. Pela primeira vez me questiono se realmente Deus me ama, porque não é justo, eu não fiz nada para merecer isso.
- Por que você simplesmente não pode agradecer,como uma pessoa normal ? - responde indiferente.
- Porque esmola demais o Santo desconfia.
- Você só precisa saber que não vou te fazer mal, e que a partir de hoje você não mora mais na rua.
Perco uma batida do coração, a escutar suas palavras. Não desistiria de saber o porque de ele me ajudar. Mas por hora, tudo que eu mais quero é poder tomar um banho e dormir.
- Venha criança.
Ele segui por um corredor e eu vou atrás, então ele abre a porta e entra em um quarto enorme. Que facilmente daria 2 do meu quarto antigo.
- Para de me chamar de criança. Eu sou muito adulta tá.
E pela primeira vez, vejo indício de um sorriso, aparecer em seus lábios.
- Ali é o banheiro, tem coisas que você pode usar. Vou trazer roupas para você.
- Esta bem, mas depois vamos conversar.
- Tudo bem senhorita adulta. - e dito isso ele sai porta a fora.
Rio, e sigo para o banheiro, da para morar dentro desse lugar de tão grande que é. Abro o armário da pia e encontro vários produtos de beleza e higiêne.
Tiro minhas roupas e entro na banheira, minhas costas doem por conta dos machucados e do tombo. Deito minha cabeça, e choro, por tudo que acontece e já aconteceu na minha vida.
Então decido que não posso mais aguentar nem um dia com essa porcaria de vida. Encorrego na banheira e tento relaxar, enquanto meus pulmões ardem e minha consciência vai embora.
Finalmente esse sofrimento irá acabar.
MUNDO PARA QUE EU QUERO DESCER. SERA QUE ELA MORREU. E O SOMBRA O QUE SERA QUE ELE VAI FAZER.
NO PROXIMO CAPITULO VOCES FIVAM SABENDO.
BJOSS ANJINHOS.
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Chegando ao Seu Coração
ChickLitEla, moradora de rua que apesar de muito nova já sofreu muito na vida. Ele, um homem rico, arrogante, prepotente. Mas por dentro uma pessoa amável que teve sua vida destruída por uma interesseira. Ela, sensível que apesar da vida dura ainda acredita...