Assim que termino de comer as sobras que encontrei em uma lata de lixo no fundo de um restaurante, deito com uma das minhas poucas roupas dobradas para ser usada de travesseiro.Apesar de poucas coisas eu não posso reclamar se Deus me faz passar por isso quer dizer que eu posso aguentar afinal de contas tem pessoas com problemas maiores que os meus.
Olho para as extremidades procurando alguém ou alguma coisa que possa me ferir, quando finalmente término minha expeção volto a deitar, focando meus olhos nas estrelas que pintam o céu naquela noite fria. Apesar de morar na rua, e por muitas vezes ficar sem comer por horas ou dias a fio, agradeço por ainda ter saúde e ter a vista magnífica que é o céu a noite na cidade do Brooklyn.
Fico pensando em como estaria hoje minha madrasta e seu filho, apesar deles nunca terem gostado de mim eu sinto afeto ou até mesmo carinho por eles afinal de contas eles fizeram parte da minha vida, contudo após eles me expulsaram de casa sem um dinheiro no bolso, cheguei a pensar que poderia odia-los, mas no final das contas não consegui.
Sinto minha barriga roncar novamente, os restos das comidas que encontrei foram bem vindas mas mesmos assim não foram o suficiente para aplacar a fome de 3 dias que eu estava passando.
3 dias sem comer, me causaram alguns desmaios e forte dor na barriga, mas eu não tinha muito o que fazer quando eu pedia todos negavam com desculpas e até me ignoravam. As pessoas não tem mais compaixão pelos próximos, as únicas coisas que elas se importam são em si mesmas.
Com tudo nunca me permitir pensar em roubar comida, a fome me mata aos poucos mas prefiro morrer de fome do que roubar coisas que não me pertencem.
Não era assim que eu acreditava que seria minha vida quando tinha 16 anos, hoje eu me imaginava sendo uma jovem advogada de sucesso.
Quando fui expulsa tentei por meses a fio encontrar qualquer trabalho que pudesse que possibilitar 3 refeições ao dia e um quartinho para dormir.
Mas ninguém emprega uma garota de 16 anos que mora na rua.
E mesmo agora com 20 anos não consegui arrumar nada pois minhas roupas denunciam meu estado.
Deixo meu olhar do céu estrelado e olho para frente vendo um homem vindo em minha direção, não conseguia ver seu rosto por causa da escuridão, mas mesmo assim conseguia definir sua silhueta. Um homem magro, não muito alto, que parecia carregar um taco de basebol em sua mão direita.
Me sento no chão puxando minhas pernas junto ao peito enquanto o homem para em minha frente olhando para mim. Agora mais perto posso ver suas feições, cabelos loiros estavam espalhados por seus ombros, os olhos azuis brilhavam como estrelas mas transparência um ódio que eu já tinha me acostumado a ver quando olhavam para mim. Ele se abaixou e passou a mão pelo meu braço me causando um arrepiou assustador.
- Qual o seu nome garota ? -disse ele olhando em meus olhos.
- Meu nome é Chloe senhor.- disse fitando o seu taco de basebol.
- Então Chloe saiba que hoje é seu dia de sorte. - disse o homem com um sorriso perverso estampado no rosto.
A única coisa que eu queria naquele momento mas que qualquer coisa, era sair correndo dali e não voltar. Mas minhas pernas não paravam de tremer e eu pressentia que se tentasse me levantar correria o risco de não me aguentar em pé e também temia que ele me atingiria com o teco se eu corresse.
- Por favor me deixe ir embora. Por favor. - digo com a voz trêmula por conta do medo.
- Isso não será possível Chloe. Eu estou doido para saber se a textura de sua pele continuará sendo tão macia quando eu arranca-lá.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Chegando ao Seu Coração
ChickLitEla, moradora de rua que apesar de muito nova já sofreu muito na vida. Ele, um homem rico, arrogante, prepotente. Mas por dentro uma pessoa amável que teve sua vida destruída por uma interesseira. Ela, sensível que apesar da vida dura ainda acredita...