N/A: Hoe ,Bom essa fanfic é da minha amiga ,e tenho total permissão para posta-la aqui ,é a primeira vez que abordamos esse tipo de conteúdo .Espero que gostem :3
Boa leitura
"Os resultados de seu exame...Sinto muito"
Desde o dia em que essa frase foi proferida por um dos médicos do hospital que agora é minha casa -sendo mais uma prisão sem grades do que um lar- eu não sei mais o que é ser uma pessoa saudável.
Não sei o que normalmente as pessoas fazem quando descobrem que tem uma doença praticamente incurável, que tem um mal no seu corpo que vai te matar por dentro, aos poucos, sendo que você não pode fazer nada quanto a isso a não ser sentar e esperar pela a fria morte.
Para mim, ter câncer seria o mesmo que ter uma bomba em seu corpo que vai se alimentar de você até finalmente explodir e levar todo o rastro de vida que um dia já tive.
Ao receber a notícia eu tive raiva. Primeiro do médico por falar que meu corpo era defeituoso e que esse tal defeito iria me levar para o famoso outro lado, mas depois percebi que não posso culpa-lo pois era apenas seu trabalho. Segundo, Deus; a pergunta que passou na minha cabeça e que provavelmente passa na cabeça de todas as pessoas defeituosas como eu é "Por que eu?" "O que eu fiz de errado?" mas nunca temos a resposta do superior.
Por favor me entenda, o que você faria em um dia tudo estivesse perfeito e planejado e no outro tudo estava no chão por causa de uma doença. Todos os seus planos estavam acabados. Eu ao menos tinha vivido minha vida do jeito certo. Nunca tive um emprego, nunca pude levar alguém para o baile, nunca fiquei bêbado na praia em uma rodinha de amigos babacas, nunca tive um gato chamado Kai. Eu não tive oportunidade de fazer essas coisas consideradas um pouco idiotas mas ainda sim importantes na vida de uma pessoa, e provavelmente nunca vou ter oportunidade de fazer. Porra, eu ainda nem tinha perdido minha virgindade.
Meu pai ficou sem chão, creio que ele ficou mais chocado com a notícia do que eu. Nenhum de nós dois esperava que meus desmaios, as manchas roxas espalhadas pelo meu corpo sem origem de traumas anteriores –elas simplesmente apareciam, sem nenhuma origem conhecida até em então- e sangue sendo tossido em horas inapropriadas fossem fruto de um tumor. Eu fiquei paralisado enquanto meu progenitor indignado batia na mesa do doutor gritando que os exames estavam errados que aquilo devia ser só mais uma doença casual e facilmente curada com soro e descanso mas não, não era.
Depois de 2 dias eu fui para meu quarto no hospital, um branco doentio cobria a parede e na cama igualmente branca, havia algumas roupas dadas pela minha nova prisão como um novo uniforme para poderem me identificar como um hospede e não visitante. Na ponta da cama estava minha ficha:
"Louis William Tomlinson. 24 de dezembro de 1998. Câncer ".
Com um suspiro, deixei a mala de mão que carregava junto a mim, em cima da cama. Nela continha minhas poucas coisas como algumas blusas e calças para caso de emergência já que o hospital oferecia tudo para eu ter uma boa estadia ali. O que fazia sentido, já estamos aqui para morrer, que pelo menos eu morra confortavelmente naquele lugar tão limpo, branco e doentio.
Resolvi caminhar pelas várias alas que haviam ali, separadas por doença e idade. Eu residia na ala de Câncer, Adultos já que eu tinha 16 e não podia ficar na ala infantil.
No pouco tempo que caminhei por ali me arrependi de ter saído do meu quarto, era para aquela caminhada me distrair do compromisso que eu teria em poucas horas, eu ia começar meu tratamento, mas infelizmente andar no meio de pessoas com câncer para esquecer que se vai começar a tratar o que está te matando por dentro que por acaso é a mesma coisa que as pessoas ao seu redor tem, não é a melhor forma para se distrair.
Andei um pouco mais até chegar na parte do hospital dedicada a reabilitação. Eu realmente não entendia como algumas pessoas podiam acabar com a vida delas enquanto havia tantas lutando para ter ao menos mais alguns meses na mesma.
Todos naquele local pareciam um tanto quanto cansados e acabados. Zumbis com vontade de satisfazer seus desejos mesmo que aquilo os matassem. Álcool, cigarro, drogas variadas. Eu nunca experimentaria nada, já tinha visto com meus próprios olhos as consequências que essas substancias traziam a vida de uma pessoa.
Eu já iria voltar para meu quarto quando algo, ou melhor, alguém me chamou atenção.
Talvez fosse porque dele estar sentado sozinho em uma mesa ao lado da janela observando o jardim do hospital que eu nunca tive a curiosidade ou oportunidade de conhecer, ou talvez o fato de que ele não estava usando a roupa do hospital e sim uma camisa com a estampa de flores brancas que era um tanto quanto ridícula e brega. Talvez o seu cabelo brilhante que ia até a altura dos ombros tenha levado meus olhos ao seu encontro.
A primeira coisa que eu perguntei ao meu médico naquele dia foi se eu precisaria de raspar minha cabeça. Eu amava meu cabelo e a minha parte vaidosa com um grande ego não aceitaria ver as madeixas espalhadas no chão.
Eu senti inveja ao ver aqueles fios tão bonitos e aparentemente sedosos. Depois fiquei indignado, por que ele podia ter um cabelo tão lindo? Por que eu tinha que raspar o meu? E por último, decidi apenas apreciar aquelas madeixas castanhas lindas. Mas como se fosse um ato de auto conservação de seu subconsciente, ao sentir o meu olhar ele virou seu rosto em minha direção.
Pode parecer clichê mas eu não me importo com isso. Eu gosto de clichês pois minha vida é um.
Nossos olhos se conectaram por alguns segundos que pareceram como uma eternidade. Verdes? Castanho claro? Não sei dizer, mas sei que eram intensos e carregavam algo muito forte e desconhecidos. Um mistério a ser desvendado. Uma sensualidade e ao mesmo tempo uma tristeza. Aqueles olhos eram os olhos de uma pessoa que tem muito a pensar mas nada a falar, de uma pessoa que carrega uma história.
E então eu fui embora para meu quarto esperar a enfermeira que me levaria ao local para começar a tratar do real motivo de eu estar ali.
"Você tem leucemia, eu sinto muito Louis"
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You Gotta Help Me
FanfictionOnde Louis é diagnosticado com Leucemia ,E Harry é um viciado em drogas.