Eu gostava muito daquele jardim.
Além de ser silencioso, calmo, sem ninguém e não ter aquele cheiro de gente doente, aquele local também foi o lugar de todos as coisas importantes e marcantes da minha vida:(1) Foi onde eu descobri meus sentimentos por ele;
(2) Meu primeiro beijo com ele;
(3) Minha primeira vez com ele.
Todos os meus momentos de maior felicidade durante a vida foram naquele jardim esquecido pelos doentes e funcionários por estarem ocupados demais com a infelicidade que os cercavam.
Existe pessoas que consideram o primeiro beijo o mais importante e eu também pensava assim, mas neste meio tempo, eu acabei por mudar de opinião. O beijo inicial de nós não foi o mais importante, na verdade, todos os beijos que tivemos foram considerados de extremo valor pois nunca sabíamos se seria o último.
Provavelmente, você está curioso sobre como foi nosso primeiro contato. Ok, eu vou contar porque sou muito legal e também porque eu quero que você conheça todos os lados de minha fase doente, o foco não é o câncer e sim o que cresceu dentro de mim e aqueceu meu coração durante esse meio tempo."O jardim estava do mesmo jeito de nossos encontros anteriores, apenas o céu nublado e o vento frio havia sido substituído por uma brisa fresca e um azul com várias nuvens brancas.
Harry se sentou apoiado no tronco enquanto eu me deitei de forma que a copa da arvore não impedisse a minha visão do céu limpo. Era tão raro o tempo ficar assim, eu queria aproveitar culminante o sol fraco batendo em minha pele pálida e doente."Olhe aquela nuvem" Chamei a atenção do de olhos verdes apontando para os algodões doces do céu "Aquela ali se parece com uma flor"
"Vendo formas de nuvens? Você por acaso é uma criança Louis? " Ele perguntou debochado, eu não via, contudo sabia que tinha um sorrisinho irônico em seus lábios.
"Sou um pirralho, esqueceu? " Rebati no mesmo tom que ele "De qualquer forma, adivinhar formas é muito legal, eu fazia isso frequentemente com minha mãe quando era criança"
"Sua mãe era outra pirralha"
"Não fale dela" Disse jogando todo o tom de brincadeira no lixo, fechei minha expressão e o olhei. O mesmo pareceu surpreso, mas logo entendeu o meu recado, sussurrando um baixo 'desculpe-me'
"Não se preocupe Harry, apenas vamos olhar as nuvens, okay? " Voltei a sorrir como se nada estivesse acontecido e o maior concordou comigo, se deitando ao meu lado
"Aquela ali se assemelha a um piano"
"Um piano? Eu só estou vendo um monte branco sem formas Louis"
"Você não teve infância? "
"Não" Sua resposta foi direta e sem sentimentos, o que me deixou totalmente arrepiado.
Harry tinha um passado, assim como eu e como qualquer pessoa do mundo, mas será que eu deveria me arriscar em tentar saber o que lhe aconteceu anteriormente?
"Apenas use sua imaginação" Falei simples
Aos poucos, Harry foi se deixando levar e começou a usar e abusar de sua imaginação, fazendo com que todas as suas fantasias infantis fossem liberadas naquele momento. Eu me senti honrado por estar ao lado dele e ver um novo lado de Harold, isso era algo para poucos.
"Olhe! Aquilo se parece com uma daquelas renas que a gente só vê no especial de natal da Disney" Ele falou animado apontando para um amontoado de nuvens, sorrindo como uma criança que acabara de ganhar seu ovo de Páscoa.
"Sim, realmente parece" Respondi colocando meus braços por debaixo de minha cabeça, mas assim que senti uma fincada nos furos que tinham em minha pele, por causa das injeções frequentes que recebia, o tirei e me permiti apenas fechar os olhos.
Harry continuava a observar as formas brancas e eu aproveitava a brisa com os olhos fechados, sentindo a natureza com a sensação de que eu fazia parte daquela terra e que nunca sairia dali. Por fim, acabei dando um cochilo.
...
Senti algo tocando minha bochecha, um carinho simples, mas que fazia todo meu corpo se esquentar de uma maneira extremamente prazerosa. Eu não queria abrir meus olhos, porém, assim que notei alguma coisa se encostando em meus lábios, fui obrigado a despertar.
Minha primeira visão ao acordar foram os olhos verdes fechados e sua cabeça tampando a paisagem do céu azul que eu assistia antes de cochilar. Depois, percebi minha boca sendo tocada parcialmente a sua semelhante, nada profundo demais.
Harry pressentia quando eu o observava, pois, poucos segundos depois, o mesmo também abriu os olhos sem se afastar nosso contato e quando ele fez menção de concluir essa ação, eu levei meus dedos aos seus fios e o puxei contra mim. Entreabri minha boca e deixei que sua língua invadisse de maneira carinhosa e massageasse meu interior com maestria.De um modo desajeitado, tentei acompanhar seus movimentos e fazer com a mesma experiência que ele, mas era quase impossível. Eu beijei no máximo 3 bocas em minha vida enquanto ele deve ter beijado mais de uma dúzia.
Ele se separou, porém continuávamos conectados por um fio de saliva. Meu peito estava a ponto de explodir e meu corpo parecia ter sido jogado em brasa. Eu amo tanto essas sensações, gostaria que elas nunca se esgotassem.
"Louis" Ele me chamou naquela voz rouca já muito bem conhecida por mim "Louis, eu... eu quero ficar com você"
Aquilo não era um Eu te amo, mas era o suficiente para mim e meu coração desesperado por Harry. "
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You Gotta Help Me
Fiksi PenggemarOnde Louis é diagnosticado com Leucemia ,E Harry é um viciado em drogas.