8 - Rejeição perigosa.

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Eloisa

Sentia a mão de Harry subir por debaixo da minha blusa me fazendo arrepiar. Arqueei meu corpo contra o seu suspirando e Harry sorriu mordiscando meu lábio.


Sua mão deslizou para o meio das minhas pernas e agarrei em seu pulso.


- O que foi agora? - Sussurrou.


- Não, não vamos fazer isso. - Afirmei e Harry suspirou se afastando.


- Por que você sempre me deixa ir tão longe se não vai continuar? - Perguntou.


- Filha, o bichano esta ai? - Perguntou minha mãe do lado de fora e Harry se levantou.


- Não mãe. - Gritei.


- Então vai procura-lo, anda.


- Já vou. - Avisei e Harry caminhou para a varanda. - Ei...


- Estamos bem se é essa a sua pergunta. - Murmurou começando a descer e assenti.


- Boa noite Harry.


- Tchau Eloisa. - Observei Harry entrar na sua casa e sai do quarto para procurar bichano. 


- Deixa, ele aparece depois, vamos deixar a janela aberta. - Disse minha mãe depois de procurarmos por toda a rua.


- E se alguém nos roubar? 


- Ninguém vai nos roubar querido, vamos que amanhã será um longo dia. - Suspirou e segui com ele para dentro. Bichano sempre fazia isso e tenho certeza que ele estará enrolado nos pés da minha cama amanhã de manhã. 


Deitei-me olhando para os montes de gelo longes e suspirei. Eu não deveria ser tão travada com Harry, mas algo sempre me trava, certeza que é loucura da minha cabeça, mas enquanto isso não passar não poderei fazer mais que isso. 


Eu percebo o quanto ele fica irritado sempre que é parado e como ele disse, eu não deveria deixa-lo ir tão longe se não pretendo continuar. 


Ainda é muito cedo para tudo, inclusive preocupações, amanhã será um novo dia e tem tudo para ser diferente. 


Manhã seguinte - Eloisa

Ao contrario do que eu esperava bichano não apareceu pela manhã, mesmo assim coloquei sua comida e água, pois de certo estaria esfomeado quando voltasse. Li o bilhete de bom dia dos meus pais em cima da mesa e preparei lente com cereais me sentando em frente a TV. 


Mudava de canal em canal enquanto comia tentando procurar o que assistir, na verdade quase sempre eu apenas passava os canais e depois procurava outra coisa para fazer. 


Quando terminei o cereal deixei a TV em um noticiário local qualquer e me levantei. Tinha ordens para arrumar a casa e buscar algumas coisas do meu pai no centro e depois eu poderia relaxar, a pesar da preguiça em alguns momentos, sempre ajudei meus pais, eles já me sustentam então é o mínimo que posso fazer.  


Tirei o pijama colocando uma roupa quente e confortável e voltei a descer para começar a faxina.


Depois de arrastar os moveis e limpar tudo deixando tudo um brinco eu estava completamente quebrada. Tomei um banho rápido e me troquei botando uma calça jeans, botas e um casaco. Penteei o cabelo passei perfume e sai. 


Atravessei a rua tocando a campainha de Harry e esperei um pouco, toquei novamente e depois que me convencia de que ele não estava em casa sai. 


Caminhei até o final da rua para pegar o ônibus e coloquei meus fones e meu gorro seguindo para o centro para a minha última tarefa de hoje. 

***

Cheia de papeis e sacolas eu voltei para casa xingando mentalmente meu pai por me fazer carregar isso. Assim que cheguei à porta de casa me matei um pouco para pegar a chave sem derrubar nada e abri a porta empurrando com o corpo. 

Coloquei as sacolas no chão e fechei a porta retirando meus fones, suspirei caminhando até a cozinha e joguei as chaves na bancada. Peguei um copo d'água bebendo um gole e abri o casaco seguindo para a escada. 


Comecei a subir segurando no corrimão e vi bichano deitado no chão ao pé da escada. 


- Até que enfim em? - Sorri me abaixando para acaricia-lo e me afastei quando senti seu corpo gelado. - Bichano? - Chamei. Mexi nele com o pé e arregalei os olhos levando à mão a boca. Meu gato estava morto, e havia duas palavras escritas em sua barriga. Desci as escadas correndo quase tropeçando e encontrei um papel por debaixo da porta. 


''Misericórdia é um sentimento muito bondoso, mas não é para todos, já a morte é uma sensação que da muito alivio.'' - Li e olhei para os lados lembrando das palavras escrita no meu gato. 


Without mercy. - Sem misericórdia. 


Respirei fundo tentando me acalmar e me assustei quando a campainha tocou me fazendo saltar. 


- Quem é? - Perguntei sem abrir a porta. 


- Sou eu... Harry. 

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Mais um, espero que tenham gostado, votem e comentem. Beijinhos :)

Neighbour H.S ( Completa. )Onde histórias criam vida. Descubra agora