Somente Quatro

Dark Carnival. Barns

Não podíamos perder muito tempo ali, encontramos balas incendiárias no local, lasers e kits de primeiros socorros, usamos os que tínhamos em nosso poucos ferimentos ficando apenas com os novos kits. Em cerca de 3 minutos já estávamos prontos para continuar nosso caminho por aquele parque macabro.
Nos colocamos em pé diante a porta dianteira e vemos alguns poucos infectados simplesmente perambulando por aí, coisa normal hoje em dia. Rapidamente abrimos a porta e atiramos nos zumbis, quase todos os tiros eram certeiros vindo de cada um de nós sobreviventes. Estávamos ficando melhor nisso.
Andamos em circulos por entre as barraquinhas que haviam ali buscando encontrar algum rastro do helicóptero, um som ou qualquer outra coisa que fosse. Quando chegamos frente ao bate bate ouvimos um pouco mais distante o helicóptero passando, juntos entramos no brinquedo passando por toda sua instensão buscando chegar a saída dos fundos. Ficava bem ao fundo mesmo, no final havia um pequeno depósito de vassouras e produtos de limpeza onde no centro havia uma Witch sentada chorando, ninguém havia ouvido ela lá, mas quando ela nos viu deu um berro alto até demais e correu em minha direção. Deu me um golpe que teria me degolado se eu não abaixasse, suas garras riscaram a parede deixando marcas no concreto. Eu cai sentado ao seus pés levando minha arma a seu rosto disparando até minha balas acabarem. Ela me olhou com a cara toda esburacada me banhando com seu sangue e mesmo assim ela atravessou sua garra em meu ombro que me fez gritar em agonia. Coach usou seu machado para cortar o braço da Witch que me prendia enquanto Nick atirava na mesma que caiu apoiada na parede próxima a mim apenas para levar um último chute de Coach que terminou de esmigalhar sua cabeça tingindo quase toda parede.
Todos se acalmaram enquanto Rochelle e Nick tiravam a garra do meu ombro, nos entreolhavamos pensando na força e na vontade que Coach estava de mata-la a ponto de bicar a cabeça da mesma. Olhei para parede e disse:
- Olha só que obra de arte magnífica você fez aí na parede não é grandão? Eu pagaria um bilhão nela molinho se vc chutasse uma Witch em uma tela branca.
- Uma merda pra vocês! - Esbravejou Coach.
- Hã? - Confesso que fiquei um pouco assustado neste momento.
- O mundo já era difícil, quase insuportável, mas vocês conseguiram piorar tudo! - Coach então começou a aumentar ainda mais seu tom de voz pisoteando no peito da Witch fazendo seu cadáver ser mutilado ainda mais. - Vocês não merecem viver!
Todos ficamos boquiabertos ao ver a reação de Coach, mas para ser sincero eu também sentia um ódio dessas coisas. Eu queria que elas sumissem, todas elas. E naquele momento vi nos olhos de Rochelle e Nick que também queriam aquilo:
- O cara fico louco, olha isso. - Apontei minha mão em direção ao corpo da Witch sendo feito de chão. - Alguém ajuda ele lá gente, por favor.
Nick deixou Rochelle fazendo curativos em meu braço e foi até Coach segurando-o firme no braço.
- Você tem razão. Mas não adianta ficar batendo em um cadáver caído, vamos lá fora e bater naqueles cadáveres que estão andando.
Todos olhamos a cena bastante surpresos incluindo Coach:
- Nick..
- Vamos Coach, vamos matar esses filhos da puta.
- Vamos Nick. - Disse Coach apertando sua mão pela primeira vez.
- Vamos! - Disse Rochelle se levantando ficando ao lado de Coach. Após alguns segundos todos olharam para mim que continuava em silêncio deitado vendo aquela cena.
- O que? - Perguntei olhando para cara um.
- Não tem nada a dizer? - Perguntou Rochelle.
- Então né, sabe nesse negócio de vocês aí de sair matando todos esses filhos da puta pelo mundo, eu acho que talvez eu já tenha um compromisso marcado pra essa hora. Vou estar meio ocupado e não da pra desmarcar. Vocês me entendem né?
- Ellis? - Disse Rochelle cruzando os braços.
- Sério cara. Palavra de escoteiro. - Me levantei enquanto respondia aos olhares.
- Aposto que nem é escoteiro. - Continou Rochelle.
- Tudo bem, vocês venceram. Vamos matar todos os filhos da puta! Droga.
Saímos de onde estávamos buscando chegar até o helicóptero, para isso passamos por um amontoado de barraquinhas que estavam todas fechadas e sujas de sangue, parecia ser a praça de alimentação. Ali haviam poucos zumbis, cerca de 20. Estávamos todos inspirados e determinados a salvar o mundo que aquilo para nós não era absolutamente nada, aos poucos foram surgindo mais infectados que eu não faço ideia de onde vieram. De onde estávamos podíamos claramente ver a entrada do Show que vimos o cartaz mais cedo.
- Olhem, o palco é logo ali! - Berrou Nick entre disparos e execuções.
- O helicóptero deve estar lá! - Berrou Rochelle.
- Não tem entrada as grades tem arames não dá pra pular.
Nick então viu uma grande casa que seu telhado começava do nosso lado e terminava após a grade.
- Vamos entrar sem pagar.
Corremos para direção de um velho curral onde provavelmente guardavam os animais que se exibiam ali, e já de cara encontramos outra Witch sentada bem na única porta que havia. Corri para trás dela que a fez olhar para mim enquanto Nick e os outros atiravam nela incansavelmente, ela se levantou furiosa para cima dos demais e eu então a enchei de balas jogando aquele frasco com líquido verde que eu havia pego mesmo Nick acreditando ser inútil e novamente não aconteceu nada.
Poucos segundos depois vemos a Witch ser atacada por alguns infectados furiosos, com medo desse modo de agir deles que não era normal nós nos afastamos com cuidado até que vimos a Witch ser espancada até a morte. Com medo disparamos neles que não  largavam a carne da Witch.
- Eles nunca chegam perto de Witchs e grandalhões, eles morrem de medo o que houve? - Havia um cheiro conhecido e muito ruim no ar até que Rochelle me lembrou.
- Vômito de Boomer.
- Creeeedo. É esse cheiro mesmo! Não era ácido de Spitter que tinha no frasco e sim vômito de Boomer, vocês viram só o que eles fizeram com ela? A gente precisa de mais disso.
Saímos pelos fundos do curral e encontramos uma escada que serviu perfeitamente para nós subirmos até o telhado onde tivemos uma visão panorâmica da maioria do parque.
A montanha russa continuava a queimar em um incêndio que movia vários infectados para lá de todos as direções, haviam alguns humanos correndo e atirando em alguns lugares do parque assim como haviam pessoas na roda gigante atirando incansavelmente em zumbis. Olhei para a direção da estrada e vi carros fugindos de um infectado musculoso que parecia ser ainda maior que os que já vi. Ele arremessou os carros como se fossem apenas folhas no caminho:
- Se não nos apressarmos. Vamos morrer aqui. - Disse assim que notei que todos assim como eu estavam observando a bela paisagem cinzenta e sem cor coberta por uma fumaça negra.
Com pressa continuamos até descermos do telhado do lado onde ficavam as entradas e para nossa surpresa a única coisa que encontramos foi um andaime e um portão trancado.
- Merda demos essa volta atoa. - Disse Coach.
- Não foi a toa. Nós vimos qual é a real situação aqui. Podemos ser extintos se não fizermos nada. - Disse Nick entre olhando a todos. - Eu vou fazer de tudo pra sobreviver, nem que eu tenha que deixar um de vocês pra trás.
- O que? - Disse Rochelle por todos nós.
- E eu quero que façam o mesmo. Não podemos deixar a raça humana acabar. Não vêem o quanto isso é grave. Precisamos sobreviver.
- Ele ta certo, e ficar aqui discutindo só piora as coisas. - Concordei um pouco desanimado. - Temos que encontrar a base da CEDA e reforçarmos nossas forças.
Nick então procurou algo que abrisse o portão e encontrou em uma cabine bem próxima com uma trava que aos poucos foi abrindo o portão que rangiu alto o suficiente para iniciar uma hora furiosa contra nós. Eu nunca vi tantos zumbis correndo juntos assim, atirei sem nem ao menos mirar e podia ver pilhas de corpos se formando. Derrepente uma poça de ácido apareceu entre o sangue e os corpos fazendo todos se derreterem fazendo um mingau de tripas no chão, era nojento.
O portão se abriu batendo um contra o outro fazendo um estalo metálico muito alto que fez com as hordas se mantivessem frenéticas, passamos pelos portões de entrada ficando em um corredor cara a cara com cerca de 300 infectados, atirei para todas as direções novamente junto com meus amigos criando inúmeras pilhas de corpos. O sangue no chão já passava dos meus tornozelos quando finalmente conseguimos andar, mas os zumbis não paravam de surgir cada vez mais e mais. Não demorou para que eu caisse enroscando minha perna nos corpos, cai no sangue sujando ainda mais minha roupa. Nick tentou me ajudar, mas acabou caindo também e com a cobertura de Rochelle e Coach conseguimos nos levantar. Mas estávamos cercados.
Não havia sequer uma fresta para passar, a única coisa que eu via eram monstros me olhando tentando me devorar, surtei e comecei a gritar girando minha M4A1 contra os zumbis a minha fronte. Com 50 balas derrubei mais doque o dobro até que a munição acabou, eu precisava recarregar, mas eu não tinha tempo. Saquei minha outra arma e atirei até suas balas zerarem sendo imitado pelos outros, saquei minha 38 a tempo de estourar os miolos de zumbi que veio se rastejando até mim. Mais sete disparos e a arma estava completamente descarregada. Minha última esperança, meu machado. Com toda minha força comecei a decapitar zumbis abrindo caminho por entre a multidão como se abrisse caminho por um matagal, bicava o peito de alguns enquanto abria cabeças de outros. Fui seguido por todos até chegarmos a grande entragada, meu corpo estava mole e só me restava o cabo do machado já que havia quebrado o machado na cabeça de um infectado, Nick precisou me puxar pelo braço para dentro do recinto, cai sentado totalmente ofegante vendo meus amigos fecharem a porta. Recuperei meu fôlego e forçei a porta junto com eles e juntos apenas ouvimos como uma chuva de granizo os golpes dos infectados na porta metálica.