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Depois que o sinal tocou peguei minhas coisas e sai da sala o mais rápido que eu pude, fui andando na frente e elas ficaram atrás de mim, eu não pensava em mais nada. Só pensava no que a Roberta tinha me falado, sinceramente eu parecia o único zumbi no meio de uma multidão de pessoas, The Walking Dead invertido, porque estava andando com os braços segurando os meu livros e lentamente, não escutava ninguém e nada, tudo a minha volta estava passando rápido demais, até que a Ali colocou a mão no meu ombro fazendo com que eu me virasse para ela.

- Gaby, você está legal? Está parecendo um zumbi.

- Oi? É... E-Eu estou bem sim, só... Só estava pensando. – cada vez mais meu pensamento de distanciava.

- Você estava pensando no que eu te falei na sala né? – Roberta se pronuncia.

Não sabia o que dizer fiquei com uma cara de tacho, como se eu estivesse assustada, mas não estava só queria mostrar a elas o que eu estava sentindo, porém, foi uma missão impossível.

- Não. – a pausa sempre serve para que elas aceite a desculpa. – Tá legal, eu estava pensando nisso sim.

As duas seguraram o meu braço, me levando com elas.

- Calma amiga, vamos te ajudar, vai dar tudo certo okay? Você só precisa manter o foco e a calma.

Até que elas para e a Ro me virou para ela, me sacudindo toda que até achei que meu cérebro tinha virado purê.

- Você precisa ficar calma! Ouviu?

Agora, eu tinha ficado assustada dela, virei como se eu fosse um robô e fui em direção ao meu armário, guardei minhas coisas e disse para as meninas me encontrarem no refeitório porque iria no banheiro antes.
Tudo mentira, só queria ficar um pouco sozinha com os meu pensamentos doidos, fui andando lentamente até o refeitório, mas sem querer acabo esbarrando na Tyfane, a patricinha mais nojenta da escola, ela estava com suas amigas e sempre com aquelas roupas estilo cheguei, estava usando uma blusa rosa, sua calça jeans, com o colar maravilhoso que eu acho bonito. Um de pérolas e como sempre o seu cabelo loiro ondulado solto, ela me fez uma cara feia e bateu a porta do armário com força, elas ficaram me encarando como se eu tivesse feito a pior coisa na face da Terra.

- Me desculpa aí Tyfane, eu estava um pouco distraída, foi mal.

Quando ia continuar andando e quando achei que meu dia não podia piorar, vem essa aí.

- Foi mal? Foi mal?! Foi péssimo! Você amarrotou toda a minha roupa. – ela começa a gritar e a dar seu chilique.

- Ah Tyfane, faça-me o favor né?!

- Me aguarde, você está na minha lista negra. – ela aponta para mim.

- Ui que “meda” – começo a rir.

Ela saiu andando com suas amigas Stacie e a Fernanda, elas passaram me empurrando, mas nem liguei, tenho coisas mais importantes para resolver. Virei pra trás e as vi indo embora, quando lembrei que tinha marcado de me encontrar com as meninas no refeitório, fui correndo pra lá e cheguei um pouco depois delas.

Fui com elas até as bancadas de comida, peguei uma bandeja e com uma salada de frutas e um suco de laranja, hoje literalmente não é o meu dia, a Ro pegou a salada de fruta também e um suco de uva, depois olhamos a bandeja da Ali que só tinha umas panquecas e uma água.

- Vocês não irão acreditar no que aconteceu...

Quando estávamos virando para ir sentar á mesa, parei e vi a mesa em que estava a Tyfane e as amigas dela me encarando. Bem continuei andando e sentei junto com a Ro e a Ali e disse:

- Então, lembra que eu disse que ia no banheiro antes de vir pra cá me encontrar com vocês?

- Lembramos, não temos perda de memória recente. - disse Roberta.

- Me desculpa, mas eu menti, queria ficar um pouco sozinha...

Alice me interrompe antes que u terminasse a frase.

- Por que? – pergunta incrédula – Cara era só falar, não precisava da mentira.

- Tá bom, eu sei, posso continuar? – pergunto e elas assentiram – Sem querer esbarrei na Tyfane no caminho, ela deu as crises dela e depois disse que eu estava na lista negra dela.

A Ro que estava segurando o garfo, o soltou furiosa quando contei o que havia acontecido.

- Quem ela pensa que é para falar assim com uma amiga minha?!
Eu e a Ali permanecemos comendo nossos lanches, pois já estávamos acostumadas com a revoltas da Roberta.

- Não dizendo que eu estou com medo, longe disso. – dei uma colherada na salada de frutas – Só estou contando para vocês, porque se por acaso algo me acontecer, avisem a polícia que foram elas. – Elas dão de ombros e voltam a comer.

Quando terminamos de comer fomos direto para a próxima aula. É assim que a mesma acabou, avisada pelo estridente sinal, eu só queria ir pra casa e tomar um belo de um banho, peguei minhas coisas, me despedi das meninas e fui pro carro. Estava abrindo a porta quando o Nolan aparece e bateu a porta antes que eu entrasse.

- Oi Gabryella.

Olhei pra ele com muita vontade de soca-lo, mas como sou contra a violência, me mantive só lançando meu olhar mortal a ele.

- Nolan, eu quero ir pra casa e você está me atrapalhando como sempre.

- Calma Gaby, eu só quero conversar, por favor é a única coisa que eu lhe peço. – disse e se afasta da porta.

Dei uma olhada em volta e dei uma longa suspirada para que ele percebesse minha infelicidade.

- Você tem um minuto e nenhum segundo a mais.

- O.K, eu só queria me explicar... – o interrompi.

- Espera um pouco aí Nolan, eu não quero ouvir tuas explicações, nosso namoro já ficou no passado.

- Eu ainda tenho 50 segundos. – fiquei quieta, o deixando prosseguir - Quero que saiba, o quanto eu ainda gosto de você e quando fiz aquilo tudo eu era muito imaturo e infantil, mas agora sou uma pessoa diferente, não sou mais aquela pessoa. Só lhe peço uma chance para te prova isso...

Olhei para o celular e vi que o 1 minuto já tinha passado.

- Seu tempo acabou, tchau para você.

Abri a porta do carro, joguei a minha bolsa no bando de carona e bati a porta com tudo. Pisei fundo no acelerador, deixando o Nolan para trás.

A vida de uma  adolescente (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora