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Queria ser imune aos sentimentos, a gente sofre por algo que nós mesmo construímos, por que não podemos também ser imunes a eles? Não é fácil conviver com alguém em que queremos mais que apenas a amizade e ainda ter que fingir que não sente nada e depois de se adaptar a serem amigos, acontece alguma coisa que te faz sair do chão com uma realidade em que não sabe se quer compactuar. De não querer se magoar outra vez e mesmo assim não saber o que fazer, sem saber a qual caminho percorrer ou a quem percorrer, não sei o que fazer, o que pensar, o que dizer, estou com raiva, tristeza, felicidade e esse mistura de sentimentos só me deixa mais confusa.

Acordei ainda do mesmo jeito, com a cabeça no ombro do Nolan, olho no celular e já passou da hora de entrar na sala, ajudei ele a levantar do chão, mas como tiver que fazer força para levanta-lo e me inclinar quase caí, fomos até nossos armários para pegar os materiais da aula de Biologia e depois fomos para a sala conversando sobre várias coisas, sentia falta de ter uma conversa amigável com ele, chegamos á sala e bati na porta logo que escuto o professor Billy nos pedindo para entrar, abro-a.

- Com licença professor, nós podemos entrar? - pergunto colocando apenas a cabeça para dentro.

Pude ver que ele estava já passando a matéria no quadro, então estávamos bem atrasados.

- Está atrasada senhorita Tenner, me diz, você e mais quem? - perguntou o professor chegando mais perto.

- Me desculpa professor, é só eu e o Nolan. - digo e ele põe seus livros em cima da mesa.

Chego um pouco para o lado e o Nolan se aproxima para que o professor pudesse o ver, mas no momento em que ele aparece e que eu citei seu nome a turma se vira e me olham, inclusive o Guilherme, mas preferi não ligar para eles, principalmente, o Guilherme.

- Podem entrar e fechem a porta. - disse o professor pegando seu livro e voltando a escrever no quadro.

Entramos e o Nolan fechou a porta, ele sentou em seu lugar de costume e antes de eu ir para o meu lugar de sempre, parei por um instante, olhei para a cadeira do lado da Alice e da Roberta que estavam me olhando e lembrei que ficava bem atrás do Guilherme, meus olhos começaram a ficar marejados e volto a olhar em direção ao Nolan, tinha um lugar vazio bem do seu lado, olhei novamente para a Ali e a Ro fazendo um gesto de desculpa e elas entenderam e compreenderam, pois deram um sorriso de volta para mim, elas viraram para frente, segui até a cadeira vazia e me sentei.

As últimas aulas acabaram e eu saí da sala o mais rápido que eu pude, corri para o meu armário e guardei meus materiais, saí da escola sem me despedir de ninguém, mas depois eu mando uma mensagem para as meninas explicando por que saí assim e atravessei a rua até o carro. No caminho como estava um silêncio e com esse silêncio todo me fazia pensar, o que agora eu não quero porque me machuca, liguei o rádio e estava tocando Somewhere Only We Know – Lily Allen, escutava muito essa música para derramar minhas magoas em lágrimas depois que eu terminei com o Nolan. Mas agora que somos amigos e tudo mudou, consigo ouvir essa música sem me sentir triste e com vontade de chorar, hoje eu percebo que essa música é incrivelmente linda.

Depois de uns 15 minutos chego em casa e até que ocorreu tudo bem no caminho, a música era bonita e como não me deixava mais triste me senti bem, estacionei o carro na garagem do prédio e peguei o elevador até o meu andar, fiquei um tempo na frente do elevador o esperando descer, o que demorou um pouco mesmo eu tendo apertado o botão várias vezes. Assim que ele chegou não havia ninguém e sempre toca aquela música de elevador que é muito chata, o elevador chegou no meu andar, entro em casa e jogo minha bolsa no sofá.

- Mãe, cheguei! - gritei enquanto andava pela casa a sua procura.

Parei em frente á mesa da cozinha onde eu vi um pedaço de papel em cima da mesma com algumas coisas escritas, o peguei e era um bilhete de minha mãe.

“Filha, sua irmã chegou mais cedo da escola então saímos juntas, estamos na casa da Rita, vim conversar com ela e a Isa vai ficar brincando com a filha dela, a Snow, lembra dela? Devemos demorar, mas seu pai, pelo que ele disse, chegará mais cedo hoje por volta das 18:30h então só vocês irão lanchar, seu almoço está no micro-ondas, beijos e até mais tarde filhas, se cuide.
Com amor, Mamãe.”

Como estou muito cansada vou tomar um banho, passo em meu quarto e pego uma roupa qualquer, mais um short jeans e uma blusa cinza de mangas compridas pretas porque está frio depois fui para o banheiro, no banho fiquei com a cabeça por um tempo de baixo da água relaxando meu cérebro já que eu passei muito estresse hoje, saio do banho e me troco, vou no meu quarto e penteio meu cabelo molhado, calço meu chinelo e ando até a cozinha, mas no meio do caminho acabo levando um susto com o ronco da minha barriga e que me faz rir.

Na cozinha abro o micro-ondas e vejo um prato de macarrão à bolonhesa que minha mãe deixou, o esquento e enquanto esquentava a comida pego o refrigerante que meu pai comprou ontem no jantar de dentro da geladeira, o coloquei em cima da bancada e pego um copo de vidro, coloco o refrigerante no copo e logo o micro-ondas apita terminando de esquentar a comida, guardo o refrigerante e pego o prato e o copo, me sento à mesa que fica na sala e certamente estou almoçando um pouco mais tarde do que o normal, pois já são 14:47h da tarde.

Termino de comer e já eram quase 16h, levanto e levo meu prato e copo para a cozinha, lavo minha louça e depois volto para a sala ver televisão, ponho para ver um filme de ação que eu adoro, Invasão a Casa Branca com Gerard Butler, quando eram 17h o filme já estava acabando e eu estava quase adormecendo, mas desperto com o interfone tocando, levanto e atendo.

- Alô? - digo.

- Senhora Tenner? - pergunta a pessoa do outro lado.

- Não, aqui é a filha dela, quem é?

- Aqui é o porteiro, o Genaro. - diz o porteiro.

- Oi senhor Genaro! Com que posso lhe ajudar?

Desde que vim para cá o seu Genaro é o porteiro mais legal que eu conheço, afinal só tive um porteiro em toda a minha vida, mas ele é melhor não importa se eu tenha outros.

- Minha filha, tem um menino aqui dizendo que é um amigo teu, posso deixá-lo subir? - perguntou ele.

Será que é o Nolan? Mas ele não me avisou que viria e nem mandou nenhuma mensagem. Droga esqueci meu celular dentro da bolsa que eu levei para o quarto já que estava jogada aqui no sofá e eu queria deitar, ele deve ter me mandado a mensagem só que eu não vi.

- Qual o nome dele, senhor Genaro? - melhor confirmar né?!
Ele diz algo que eu não consigo decifrar com alguém que estava com ele e depois volta a falar comigo.

- Ele disse que se chama Nolan.

- Então, pode deixá-lo subir seu Genaro.

- O.K minha querida. - ele fala com o Nolan e desliga.

Volto para o sofá esperando o Nolan chegar, mas antes vou até meu quarto e pego meu celular de dentro da bolsa depois volto para a sala, depois de um tempo a campainha toca e deve ser ele, até que demorou para chegar, também ele nunca veio aqui então devia estar procurando o apartamento. Vou até a porta e a abro com um sorriso no rosto, animada de que era o Nolan, mas quanto abro vejo a última pessoa que eu queria ver hoje e que com certeza não se parece nem um pouco com o Nolan, o Guilherme estava parado na minha frente com a cabeça baixa e as mãos dentro dos bolsos da calça.

- Você com certeza não é o Nolan. - digo.

Quando ia fechar a porta ele segura a mesma me impedindo de fechá-la.

- Por favor Gabryella, preciso falar contigo. - ele pede.

- O que você quer Guilherme?! - a raiva já estava aparecendo em mim outra vez.

- Só peço que me escute, por favor.
Fico um tempo o encarando e então abro a porta, o deixando passar.

- Obrigado. - diz assim que passa por mim.

Fecho a porta e antes de me virar para ele dou um suspiro de: o que eu estou fazendo?! Olho para o Guilherme que estava em pé atrás de mim ainda com as mãos nos bolsos da calça.

- Senta. - digo apontando para o sofá e sem transparecer nenhum contentamento com aquela situação.

- Eu vim te pedir desculpas, por hoje mais cedo. – diz ele assim que se senta.

- Guilherme me poupe das suas conversinha, não é para mim que o você deve pedir desculpas.

- Se você espera que eu vá pedir desculpas para o Nolan, melhor esperar deitada, porque isso é algo que eu não irei fazer nunca! – dele começa a ficar um pouco alterado.

- Então o que você veio fazer aqui?!

- Eu pedir desculpas a VOCÊ. – ele dá ênfase na palavra “Você”.

- Guilherme nada vai justificar o que você fez, então, eu não te desculpo, satisfeito? – minha paciência já estava no limite.

- Gaby, me desculpe mesmo, eu agi por impulso.

- Você não agiu por impulso, você quis bater no Nolan! – digo apontando para ele.

- Eu estava falando do beijo e não do Nolan.

- Guilherme! Eu estou nem aí pelo fato de você ter me beijado, o que me deixa irada com você, é que você chegou do nada invadindo minha conversa com o Nolan, sem deixar que nenhum dos dois falassem mais nada e já saiu socando ele! – me altero também.

- Aliás, por que defendes tanto ele? Gosta dele por acaso?!

- Gosto sim, como AMIGO! Existe amizade entre homem e mulher sem haver nenhum tipo de atração física, então, sim eu gosto dele.

- Para mim você está saindo como uma bela de uma trouxa idiota, ele te humilha, te magoa e te põe um belo par de chifres, mas você mesmo assim corre atrás dele, parabéns Gabryella. – Ele bate palmas.

- Guilherme o passado não tem nada haver com o presente! Isso é uma coisa minha e dele em que já resolvermos, não sei o porquê você fica remexendo no MEU passado! – ele fica quieto – E para mim, você está saindo como um belo de um babaca!

- Desde quando Gabryella? Eu fui te defender e é assim que você me agradece?! Olha você me surpreende a cada dia.

- Defender de quem? (1) eu sei me cuidar sozinha e (2) eu não era nenhuma princesa em apuros para o senhor ir me defender, então dispenso tua ajuda. – respiro fundo enquanto ele está de costas para mim – Quer saber, vai embora, por favor. – digo e ele se vira par a mim.

- Com prazer, foi realmente uma péssima ideia ter vindo aqui. – ele não pensa duas vezes e saí do apartamento.

- Realmente uma péssima ideia. – grito para ele.

Bato a porta e encosto na mesma por um tempo. Ele realmente tirou o dia para me tirar do sério, porque não é possível. Senti no sofá e termino de assistir ao filme que estava pausado, mas acabo dormindo.

Acordei ainda no sofá, olho no relógio da parede e eram 19:30h da noite já, levanto com dores no corpo causados pelo sofá e percebi que meu pai já havia chego pela maleta dele que estava sem cima da cadeira, fui até a à cozinha e lá estava ele, como sempre, trabalhando. Assim que chego mais perto, o abraço e dou um beijo em sua bochecha.

- Oi meu amor, dormiu bem? – disse ele retribuindo o beijo.

- mais ou menos, chegou a muito tempo pai? – perguntou sentando do seu lado.

- Cheguei já tem... – ele olha no relógio de pulso dele – Já tem 1h.

- Nossa e por que não me acordou? – penso em qual seria o motivo.

- Você acorda cedo, então deixei com que você dormisse um pouco. – responde olhando vidrado para o seu computador.

Levanto passando a mão em seu ombro e vou para o meu quarto, pego meu pijama e vou tomar um banho quentinho, pego o pijama que comprei quando fui para a Disney nos meus 15 anos (pouco tempo antes de nós mudarmos). Eu preferir viajar do que fazer uma festa em que eu quase não iria aproveitar.

Tomo meu banho depois de uns 20 minutos eu saio do chuveiro e troco de roupa, durando o banho tinha escutado a voz da Isabella, então parece que elas chegaram, saio do banheiro e vou até a à cozinha seguindo o cheiro maravilhoso que deixaram no ar, era pizza, vê se não é a melhor mãe do mundo?! Trouxe pizza! Pego meu prato é uma fatia da pizza de calabresa, comemos juntos e rindo muito enquanto conversávamos, como mais umas duas fatias depois fui escovar meus dentes. Vou até o quarto da Isa par a pentear seus cabelos, já que virou hábito, a coloco para dormi e depois ando até a à sala onde meus pais estavam vendo algum filme.

- Boa noite mãe, boa noite pai. – digo e dou um beijo em cada um.

- Boa noite minha filha. – diz meu pai que retribui o beijo.

- Boa noite para você também meu amor. – disse minha mãe fazendo o mesmo.

Fui para o meu quarto e quase na mesma hora em que eu deitei na cama eu dormi, estava muito cansada. Hoje o dia foi cansativo, estressante e com muitas emoções, então precisa mesmo dormir.

A vida de uma  adolescente (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora