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Cheguei em casa, mas permaneci um tempo no carro, lembrando das coisas que o Nolan me fez, involuntariamente uma lágrima escorre, mas logo eu a limpo. Meu celular vibra e era uma mensagem da Alice.

- Gaby você está bem? Eu vi você conversando com o Nolan na entrada do colégio. Tu saíste voada daqui e nós nos preocupamos contigo.

- Estou bem Ali, obrigada pela preocupação.

Bloqueei o celular e peguei minha bolsa, o elevador iria demorar muito e eu estava me segurando para não chorar no saguão, então fui de escada mesmo, o único problema é que eu moro no sexto andar, mas nessa hora não importou. Quando cheguei no meu andar, corri para a porta de casa, entrei e fiquei um segundo encostada na porta de pé. Depois fui para o meu quarto, mas minha mãe veio falar comigo só que eu passei por ela sem parar.

- Filha, você vai querer... – bati a porta antes que ela pudesse terminar de falar.

Encostei a testa na porta, libertando as lágrimas que queriam sair a qualquer custo. Sentei na cama e chorei mais ainda, coloquei a bolsa no chão e me encolhi toda na cama, agarrei o meu travesseiro de coração e lá fiquei... Chorando e desejando que aquilo tudo sumisse.

Minha mãe estava na cozinha, quando a campainha tocou, ela foi atender e pela voz, era a Roberta e a Alice.

- Oi meninas, a Gabryella está trancada no quarto, bem entrem. – elas entram.

- Obrigada senhora Tenner.

- Meninas sem formalidades por favor, vocês já são de casa. Me chamem de Daniella ou pelo apelido Dani.

Elas sorriram e foram ao meu quarto, bateram na porta e eu não queria levantar da minha poça de lágrimas então permaneci imóvel, porém, elas entraram mesmo assim.

- Baby, não fica assim. – disse a Roberta.

Ela senta do meu lado e coloco minha cabeça em seu colo e ela ficou fazendo carinho na minha cabeça, a Ali senta no meu pé e colocou-o em cima de sua perna.

- Gaby, sei que você não está bem, mas... Não nos contou que o aconteceu contigo e com o Nolan que te magoou, conta pra gente? Aí a gente fica com raiva dele contigo também. – disse Alice e a Ro concorda.
Olhei para elas e me sentei, enxuguei meu rosto com o dorso da mão e suspirei fundo, já que a história é longa.

- O.K – dando aquela pausa dramática - Tudo começou quando estávamos namorando, era no nono ano, antes de eu vir para essa escola e na época eu já ia nas festas sozinhas, mas achei que seria legal que ele fosse comigo então perguntei... Se ele queria ir na festa comigo e uns amigos, ele me disse que não queria porque não estava passando muito bem e ainda tinha que estudar para as provas da semana seguinte, eu tinha ficado triste mas o entendi. Eu não parei de pensar nele durante toda a festa e fiquei preocupada por não ter recebido nenhuma mensagem, então resolvi ligar pra ele, pra saber como ele estava só que ele não me atendeu, eu liguei para a mãe dele e ela me disse que ele não estava em casa que ele tinha ido na casa de um amigo... - a Ro me interrompe para fazer um comentário.

- Então quer dizer que ele mentiu para você na cara dura?! – assenti e continuei.

- Deixei pra lá, porque achei que ele já estava melhor e então tinha ido estudar com o amigo dele, só que eu era muito burra na época. Mas no dia seguinte, eu perguntei como foi e ele disse que ficou em casa estudando, eu sabia que ele tinha mentido para mim, mas meu medo de perde-lo foi maior e eu o amava tanto, só que começou a piorar, no final de semana ele me chamou para ir numa festa na casa dele já que seus pais tinha saído e voltavam só no dia seguinte. Eu toda esperançosa, achando que ele tinha percebido e que queria se redimir, mas quebrei a cara bem legal, quando chegamos na festa ele me deixou de lado e começou a me fazer de empregada, me pedindo para pegar refrigerante e salgadinhos para ele e os amigos. Depois disso passei o resto da semana sem falar com ele direito.

- Bem feito, fez muito bem. – disse Alice.

- Fiquei realmente aborrecida com isso e na semana seguinte ele veio todo meigo me chamado para ir numa outra festa com ele e com seus amigos, eu disse que não iria, ainda estava irritada e também iria sair com umas amigas minhas...

Parei por um segundo e percebi que as duas estavam realmente prestando atenção na história e naquele momento eu dei um sorriso bobo para elas, porque sabia que podia contar com elas, que não importasse o que acontecesse comigo elas sempre estariam comigo mesmo nos conhecendo em apenas 3 anos, elas sorriram de volta e continuo a contar o ocorrido.

- Quando eu e minhas amigas chegamos na festa, ele estava lá!

- Não creio! – a Ro disse chocada tapando a boca com a mão.

- Ele estava conversando com uma garota, eles foram para fora do local e começaram a se beijar. Eu disse que eu tinha que dá um fim nisso, então fui até ele dei um toque no seu braço e quando ele virou dei um belo de um tapa na sua cara...
Disse isso e as meninas gritaram:

- Ai! – a Ro ficou se contorcendo de rir.

- Se eu fosse você e estivesse nessa situação, teria feito a mesma coisa. – comecei a rir.

Depois de um tempo rindo, finalizei a história:

- E depois do tapa, disse que estava tudo acabado, e eu terminei com ele, sai dali sem deixar ele falar e depois disso nunca mais o vi.

- Nossa amiga, imagina a cara dele e você meio baixinha dando um tapa nele, quase um minion batendo em você deve ser ridiculamente vergonhoso.

E então eu e as meninas começamos a rir, acabamos caindo da cama rindo mais ainda. Foi então que percebi que eu tinha as melhores amigas do mundo e que elas me fazem muito feliz, não é preciso de mais nada do que pessoas que estejam ali para te ajudar e que você possa contar, que elas irão sempre te fazer sorrir até quando você estiver triste.

A vida de uma  adolescente (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora