Mayara é uma doce menina que gosta de viver no canto dela. Apesar de ser muito bonita, Mayara, é o tipo de pessoa que gosta de passar despercebida nos lugares. Não gosta de chamar atenção apesar da vida que leva, mas às vezes ela é obrigada a sair d...
Hoje vou ao shopping com as meninas, como havíamos combinado. Como eu não quero festa nem nada disso, elas falaram para, pelo menos, irmos a um salão de beleza (que, para mim, mais parece um spa), ter um dia de meninas, fazer absolutamente tudo que temos direto. Eu achei isso um exagero, mas concordei.
Quando perguntei "Para quê isso tudo?" E disse que não precisava, porque só iríamos ver um filme no cinema e andar pelo shopping, nada demais. Para quê tanta produção? Mas elas insistiram e disseram "Já que você não vai fazer festa, May, pelo menos se arrume e arrase as inimigas!" Nem preciso dizer que morri de rir com isso, né? Não sei de onde minhas amigas tiram essas ideias, pelo amor de Deus! Eu lá tenho inimigas, quem em sã consciência vai sentir inveja ou medo de mim? Eu não mato nem formiga porque morro de dó, e amo animais, não importa o que seja eu gosto. Mas como esses vão ser os últimos dias que estaremos juntas, nada melhor do que aproveitar e ter um dia só das meninas, não é mesmo?
E outra, é meu aniversário de 18 anos e não quero ficar triste remoendo coisas do passado. Hoje não, hoje eu só quero me divertir com minhas amigas e nada mais, porque agora irá se iniciar uma nova fase da minha vida!
Eu estou muito animada com isso, daqui a duas semanas estarei desembarcando em Washington e começarei minha faculdade de Advocacia (Para ser sincera, eu não queria ser advogada. Meu sonho é ser escritora, mas eu preciso de uma profissão mais estável, então optei por ser advogada) em Harvard, e tudo será maravilhoso e minha vida dará um giro de 360º e tudo vai dar certo!
Eu gosto de tudo muito bem organizado, eu me preparo e vejo por todas as perspectivas antes de tomar qualquer decisão. Odeio bagunça e gosto de ter o controle de tudo, sempre fui assim, quanto a isso eu puxei meu pai.
Bem, agora está na hora de levantar, mas eu estou com tanta preguiça! Não sei para quê elas marcaram isso tão cedo! Ainda são 09:00 e hoje é sábado, pelo amor de Deus.
Eu queria poder ficar na cama até mais tarde. Mas enquanto pensava em desmarcar tudo, alguém bateu na porta.
- Pode entrar... – Murmurei ainda sonolenta.
- Feliz aniversário, minha linda! Parabéns! – Me parabenizou a dona Sosô. Ela estava bem humorada, mais até do que eu, que ironia. - Vamos levantando, minha linda. Você não vai sair com as meninas? Daqui a pouco elas estão aí! – Ela diz enquanto abre as cortinas do meu quarto.
A luz do sol bate nos meus olhos e eu cubro o meu rosto com o cobertor, quando estou começando a dormir de novo, sinto meu cobertor sendo puxado.
- Vamos, May. Levanta, senão você não vai ter tempo de se arrumar e a meninas vão vir te acordar de um jeito nada delicado. – Me avisou dona Sosô.
Com essas palavras eu me levantei com muita preguiça, já estava começando a me arrepender de ter inventado de sair com minhas amigas, mas vamos lá.
Quando dona Sosô já tinha deixado o quarto, fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal de sempre: Escovar os dentes, (fazer xixi, haha), lavar o rosto, etc.
Depois desse pequeno ritual, fui ao meu quarto, entrei no meu closet e peguei um lingerie rosa claro. Escolhi um short jeans claro, uma blusa de mangas cumpridas de seda e coloquei tudo em cima da cama.
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Fui tomar banho, mas, como vou ao salão de beleza, não lavei meu cabelo, apenas lavei meu corpo. Passei um creme hidratante e coloquei meu lingerie e minha roupa, que já havia separado. Passei um batom, rímel e lápis (Não gosto de maquiagem chamativa, gosto dela bem neutra e só passo se eu tiver que sair, como hoje, do contrário, não passo).
Desci e vi que minha mãe está tomando café, assim que ela me vê se levanta e me dá um abraço carinhoso e passa um polegar em minha bochecha, logo em seguida depositando um beijo no local acariciado.
- Feliz aniversário, minha menina mulher! Quem diria, 18 anos. Como o tempo passa rápido! – Disse, com certo tom de nostalgia.
- Obrigada, mãe. – Agradeci com um sorriso.
Sentamos para tomar café e dona Socorro veio me servir. Quando vi o que tinha para tomar café, fiquei muito feliz. Dona Socorro havia feito meu bolo preferido! Bolo de cenoura com chocolate, eu amo.
- Obrigada, meu amor! - Me levantei e dei um beijo na bochecha de dona Socorro, que abriu aquele sorriso lindo que só ela tem.
- Ah, eu também quero! Assim eu fico com ciúmes. – Falou minha mãe, toda manhosa, fazendo uma carinha de cachorro abandonado. Peguei ela e dei um abraço, e um beijo, nas duas.
- Você sabe que eu amo vocês duas! - Falei para minha mãe, que riu.
Voltamos a tomar café, enquanto isso minha mãe falava como estavam as coisas na empresa e que ia sentir muito minha falta quando eu fosse embora. Me deu vários conselhos e advertências e começou a chorar. Eu não gosto de ver minha mãe chorar me dá um aperto muito grande no coração, isso porque ainda nem fui embora, imagina quando chegar o dia.
- Mãe... Não fica assim, lembra do nosso combinado? Eu vou cumprir a minha parte e irei visitar a senhora todos os feriados, ou quando estiver de férias. Fora que vamos nos ver via Skype sempre que eu tiver tempo e irei te ligar avisando que ainda estou viva. – Disse, me sentindo emocionada e quase a acompanhando no choro.
- Senhora não, porque eu ainda dou um caldo! – Reclamou, me fazendo rir. - Espero mesmo que cumpra, porque se você não cumprir, irei aparecer de mala e cuia na sua porta e só sairei de lá quando você se formar. E vira essa boca pra lá, você vai viver por muito tempo! Te amo, minha pequena! - Ela me deu um beijo e a campainha tocou. Sosô foi atender, enquanto eu e minha mãe terminávamos de tomar café.
