Capítulo dez: Marcas gravadas na pele

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- Como ele está? - a voz sibilada ecoou por toda a sala do trono e fez com que Draco se arrepiasse. Ao contrário de seu pai ele não via motivo algum para que comparecesse nesta reunião estupida. Preferia muito mais estar em casa com sua mãe ou na casa de um de seus amigos, mas Lucius quis que ele se acostumasse com a ideia de ser um comensal da morte e por incrível que pareça, o Lorde das Trevas havia concordado.

- Resistindo, meu senhor - ele foi tirado de seu devaneio ao ouvir a voz de seu pai que se encontrava ajoelhado na frente do trono do Lorde que o olhava mais com desprezo do que com interesse - Ele não falou nada desde que acordou a algumas horas atrás.

Draco tentou conter um gemido ao ver o olhar do Lorde das Trevas pousar sobre si. Ele era um covarde. Não era um grifinório como o Potter. Ele gostava muito de sua vida, muito obrigado, para desperdiçá-la com tentativas de suicídio que eram explicadas pelo "jeito grifindor de ser", então realmente não gostava de ter aqueles olhos vermelhos focados em si.

- Menino Malfoy - deu um passo para frente e se ajoelhou ao ver o olhar raivoso de seu pai quando não fez isso num primeiro momento - Quero que vá até o nosso prisioneiro, talvez com alguém de sua idade ele abra a boca, não é?

E foi assim que Draco se encontrou descendo as escadas para as masmorras sendo seguido de perto por algum comensal mascarado que ele não iria se lembrar do nome. Nem precisava já que todos usavam a mesma máscara horrível. Não precisou descer todos os degraus para escutar a risada já tão conhecida de sua tia Bella. Ela estava na ultima cela, junto com o tal "prisioneiro".

- Draco, veio para a festa - a bruxa agarrou seu queixo o que fez com que travasse o maxilar. Odiava ser tocado daquela maneira e teve que se controlar para não retirar a mão da mulher de seu rosto. Sabia muito bem o quão forte era o feitiço de dor da bruxa em questão e não queria testar se era verdade - Muito bem, talvez ele fale algo para você.

Draco realmente não estava preparado para a visão que lhe presenteara quando Bella saiu de sua frente. Ele não estava preparado para todo aquele sangue e nem as correntes. Não estava preparado para a quantidade de cortes que haviam no corpo do garoto e enquanto tentava não devolver todo o seu almoço, a única coisa que conseguia pensar era o por que de Damien Potter ter olhos verdes.

- Mike! - Ally chamou enquanto descia as escadas com Gina atrás de si - Você se lembra do nome da cidade em que Harry e eu fomos no verão passado?

Mike levantou o olhar do mapa que estava estudando para ver o olhar determinado da irmã. Demorou um pouco para perceber que ela havia deixado sua jaqueta em algum lugar e usava apenas a blusa regata que deixava a tatuagem no ombro parcialmente aparente. Ele demorou ainda mais para perceber o que ela estava insinuando.

- Por que eu não pensei nisso antes! - Mike correu até o outro lado da mesa alcançando sua varinha e lançando um feitiço de aumento para o mapa que agora mostrava as redondezas de Londres.

- Pensou no quê? - perguntou James entrando na cozinha com boa parte da ordem atrás de si. Ally e os outros adolescentes sentaram-se nas cadeiras da grande mesa da cozinha da Toca procurando algo que Ally sussurrava.

- A cidade que os dois passaram algumas semanas no verão passado era a mesma onde se encontra a mansão Malfoy abandonada - Mike explicou sem tirar os olhos do mapa e aumentando cada vez que encontrava algo familiar - Não é usada desde que a avó de Draco Malfoy faleceu na mansão, mas Harry comentou que havia sentido um pulso magico naquela região.

- Um pulso mágico? - Remus parecia extremamente curioso junto com todos os outros rostos na cozinha. Lilly e James estremeceram quando o nome de Harry foi dito, se foi por tristeza ou por alegria Ally não sabia dizer.

- Harry consegue sentir esse tipo de coisa - esclareceu Ally levantando os olhos do mapa mas não fixando o olhar em nenhum outro lugar - Ele tem a percepção de magia muito apurada. Consegue sentir o pulso mágico de qualquer coisa, seja ela uma pessoa ao não.

O silêncio se propagou pelo lugar, o único som sendo ouvido era o murmurio suave que Mike fazia ao remexer no mapa. Os gêmeos, Ron, Gina e Hermione olhavam para todos não sabendo onde prestar atenção enquanto a expressão dos membros da Ordem passavam de curiosidade para espanto e de volta para curiosidade.

- Você disse - começou Sírius que havia ficado em silêncio até aquele momento - antes, quando conversava com Gina, que Harry é especial como você é. Creio que não estava falando de magia não é?

Ally não respondeu, ao contrário, devolveu o olhar frio que Sírius estava lhe dando.

- Quando Harry estiver aqui conosco - ela olhou para cada um antes de voltar para Sírius - Discutiremos sobre isso até por que não acho justo que falemos sobre a vida dele sem ele para se defender.

Todos os outros na cozinha pareceram aceitar o pedido mas Sírius se emburrou e saiu do lugar com Remus bem atrás de si.

- Não precisa - ele resmungou quando James quis ir atrás do amigo - eu resolvo.

E resolveu por que alguns minutos depois os dois estavam de volta para a cozinha.

- Bem - começou Mike - Alguém quer ir para Surrey?


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⏰ Última atualização: Feb 09, 2017 ⏰

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