Hadrian

Capítulo oito: Um ataque ao Beco Diagonal

- Ainda não gosto dessa ideia - ralhou Mike ao terminar de estacionar o carro ao lado do caldeirão furado - Isso é uma péssima ideia - ele puxou o freio de mão enquanto se virava para olhar Harry que agora tinha o cabelo castanho claro e os olhos em um tom entre mel e verde.

- Eu preciso de mais ingredientes para poções e um novo coldre para varinha - reclamou Harry descendo do carro, a mão escorregando para onde estava escondido o colar que mantinha sua aparência sob a blusa azul marinho. Sabia que sua roupa parecia demasiado trouxa para ser seguro mas trataria disso quando passasse em alguma loja de vestes.

- Eu ainda poderia comprar isso para você - Mike bufou enquanto entravam no caldeirão furado que estava praticamente vazio - Não havia a necessidade de você vir junto - ele sussurrou ao enquanto acenava para Tom que sorriu para eles.

Harry bufou quando eles passaram pela porta dos fundos e caíram na parede de tijolos. Mike adiantou-se para tocar os tijolos certos com a varinha enquanto Harry verificava mais uma vez sua aparência.

Por mais que já tivesse visitado o beco diagonal quando era mais novo, a vista nunca deixava de impressioná-lo. Todas aquelas pessoas correndo para todo lado para conseguir descontos nas lojas certas ou as crianças que ficavam admirando a ultima firebolt que havia saído - que Harry já tinha antes mesmo que saísse para o mercado, uma das coisas boas de se ter dinheiro e algumas amizades certas.

Uma mulher atarracada reclamava sobre o preço do figado de dragão com uma amiga na porta da madame Malkin e olhou torto para Harry quando ele passou ao seu lado.

Depois de comprar uma veste social nova e uma capa para usar naquele momento os dois seguiram para a farmácia para comprar os ingredientes que estavam faltando para as poções de sempre. Harry comprou um pouco de tudo que lhe faltava mas achou que o preço do pelo de unicórnio mais parecia um roubo - quinze galeões um feixe! - mas comprou mesmo assim. Os dois passaram pelo empório de corujas para comprar alguns petiscos para Circe, a coruja de Ally e depois foram para floreios e borrões. Mike fez um pequeno desvio para comprar o coldre que Harry queria e o deixou para comprar seus livros sozinho.

Floreios e borrões estava quase cheio. Com certeza a volta a Hogwarts se aproximava e alguns pais que já sabiam o que viria na lista padrão estavam adiantando as compras, mas não foi até que Harry chegou na parte destinada a azarações que ele percebeu por que estava com aquele sentimento na parte de trás da cabeça. Olhando um dos últimos livros de Vicent Crossis estavam Damien, James e Sírius. Harry soltou uma respiração tremula antes de andar até eles e fingir procurar um livro na coluna ao lado - ok, talvez não fingir, aqueles livros sobre Aritmancia eram até interessantes - e tentou não parecer muito interessado na conversa deles.

- Eu usaria esse feitiço no salão comunal da sonserina - ouviu Sírius rir enquanto Damien e James pareciam tentar ver qual era o feitiço que ele falava - imagina eles acordando apenas para descobrir que o salão comunal ficou completamente rosa - eles riram antes que Damien acrescentasse que vermelho também ficaria bom e eles caíssem na gargalhada novamente.   

Rindo para si, Harry trocou a prateleira para a mesma que os três estavam. Ele alcançou um dos livros que já havia lido e estendeu para Damien que o olhou assustado mas aceitou o livro.

- "As melhores azarações do século" de Camille Servilla - apresentou quando James e Sírius olharam com curiosidade - Tem umas azarações muito boas ai dentro. Usei a terceira no meu tutor na semana passada.

- Colorius? O que ela faz? - perguntou Damien assim que ele abriu na página certa. James riu quando Sírius assoviou notando qual era.

- Ela deixa qualquer parte do corpo ao que você usar a azaração da cor que você quiser por vinte e quatro horas - ele riu do olhar animado dos três - e o melhor - continuou apontando para a linha que falava sobre o feitiço - Muda dependendo da cor que a pessoa menos gosta.