Trevas

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Como que eu

Vou continuar a escrever?

Sem minha mãe,

Que adorava ler?

Minhas férias foram maravilhosas, Maria Laura e Carolina brigaram após Giselle contar a Carol que Maria foi à responsável pelo meu espancamento e alguns fatos desagradáveis que ocorreram ano passado. Isso fez com que Maria não frequentasse mais a minha casa o que me fez muito bem, consequentemente Giselle e Carol se tornaram melhores amigas o que me privilegiava em certo ponto. Carlos começou também a frequentar a minha casa o que me deixou muito feliz.

Eu estava em uma boa fase: serviço não faltava, meus parentes do Espírito Santo vieram me ver, meus pais também. E eu estava com tantas saudades de todos! Fazia Muito tempo que eu e meu pai não conversávamos:

- E ai Gabriel? Arrumou namorada?

- Quem dera pai... Queria aquela ruivinha de ontem sabe? Mas toda vez que a gente está quase ela desiste! Isso está me deixando louco!

- Ela deve estar com medo de você ser só mais um garoto qualquer... Mostra pra ela que você é um homem diferente! Ela vai te amar!

Tirando isso eu me pai não tínhamos assunto, não por falta de diálogo, ou estas coisas. Eu e ele amávamos o silêncio, conversávamos muito mais calados do que quem falava o dia inteiro. Falávamos também muito de serviço. Ele sempre contava as histórias das obras em que ele trabalhou e eu também. Sempre fomos muito unidos não importava o que acontecesse.

Quando eles se foram eu quis ir também, mas as coisas ainda estavam muito difíceis, eu nem insisti. Durante todo o tempo em que meus parentes estavam em casa eu nuca vi alguém beber igual Carolina sinceramente. Eu não punha nem uma gota de álcool na boca, não gostava e não queria. Giselle também não, cada dia que passava eu me apaixonava mais por ela... Seria Giselle a Garota Perfeita?

As aulas iniciaram na primeira semana de fevereiro, o Grupo do Resto estava animado, Carlos principalmente, mas a notícia que ele me deu não me animou tanto:

- Gabriel Paixão! Você não vai acreditar... Estou apaixonado!

- O louco... Você tem coração?

- Estou falando sério, acho que sou correspondido!

- Isso é ótimo! Mas quem é a digníssima?

- Giselle Arruda...

Eu não acreditei quando ele mencionou esse nome. Como ele estava apaixonado por Giselle? A minha Doce Giselle! Como ele era correspondido? Se ele era realmente correspondido muita coisa iria fazer sentido, agora outras saíram totalmente de lógica!

- Você tem certeza? Já se declarou? Ela te aceitou?

- Eu queria que você investigasse pra mim...

Como falar não pro meu melhor amigo? Como dizer a Carlos que eu também gostava de Giselle e achava que era correspondido? Como perguntar para Giselle se o coração dela pendia para ele? Eu jamais iria desistir dela, eu não queria perder Carlos. Resolvi deixar a água correr:

- A Carolina é melhor do que eu pra isso...

- É mesmo! Gabriel você realmente é meu amigo!

Minha consciência pesou. Os dias se passaram, eu não aguentava vê-los juntos sozinhos conversando, infelizmente eu sou muito ciumento.

O ano em que eu cursei o Segundo ano do Ensino Médio foi o pior da minha vida, gosto de chamá-lo: Trevas.

O prédio da nossa escola estava um caos, as chuvas de fevereiro inundaram várias salas, as aulas foram canceladas em alguns dias, os vidros estavam quebrados, das paredes caiam reboco, algumas salas nem tinham forro, porta, janela... Isso estava me dando nos nervos. O que me fez levar o Resto a fazer uma bobagem: Filmamos as péssimas condições da escola escondido e levamos a sede da "TV Alterosa". Tudo foi ao ar, inclusive nossa narração durante o vídeo, tudo deu uma super confusão: a população revoltada, o governador dando explicações, o que fizemos eu nunca achei errado, muitos nos davam razão, inclusive alguns professores principalmente o de filosofia, mas outros se pudessem tinham nos apedrejado, consequência: a escola ganhou um prédio novo.

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