Destino

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"Mas o destino...

Cruel e traiçoeiro...

Já tinha a hora e o lugar..."

Acordei como se tivesse levado uma surra, meu corpo todo doía, abri os olhos e uma dor de cabeça insuportável atingiu-me também... O quarto em que eu estava tinha as paredes beges, uma grande janela com grade era o único lugar de onde eu tinha uma visão do mundo exterior, havia uma porta oposta a janela, uma porta de metal pesado dividida na metade, somente com uma pequena abertura no meio da parte de cima. Tentei levantar-me para chamar alguém, alguma coisa me puxava nos braços e nas pernas, também havia um peso sobre a minha barriga... Eu estava amarrado e amordaçado! Não havia travesseiro sob minha cabeça e o colchão era fino deixando-me sentir todo o metal da maca debaixo de mim. Aos poucos fui melhorando minhas dores, estava tentando me desamarrar quando a porta se abril, um homem de jaleco branco provavelmente um médico entrou e me viu acordado, eu ia gemer algo quando eu o ouvi chamar por Carlos. "O que Carlos está fazendo aqui? Como eu vim parar aqui?" Eu me perguntava em pensamento, Carlos entrou sorrindo:

- Acordou cedo... Se sente bem? Ah é... – Ele disse tirando minha mordaça – Você não fala amordaçado...

- O que estou fazendo aqui? Como vim parar aqui seu filho da puta?!

- Isso é uma longa história... Você surtou, os médicos te deram um sossega leão e eu me apresentei como Vice-Presidente e melhor amigo, encarreguei-me de levar você pra um lugar seguro...

- Onde estamos?

- Em Curitiba, No hospital psiquiátrico... Clandestino só pra constar...

- E Giselle? – Eu perguntei quase chorando.

- Giselle está morta! Graças a você! Devia ter acreditado nela Gabriel... Agora não resta nada... Ela estava grávida sabia? De uma menina... Sua filha...

-Pare!

- Quando você me contou que a criança que Aline levava no ventre também era sua eu me arrependi de tê-la mandado abortar...

- Foi você!

- Sim seu idiota! Agora eu tenho tudo que você possuía! Eu ganhei Gabriel!

- Vou sair daqui, você vai ver!

- Não, você não vai... – Ele disse sacando uma arma com um silenciador.

- Carlos...

Ele me desamarrou tentei ficar em pé, mas enquanto me levantava eu senti uma dor me queimar na barriga o sangue começou a descer, eu cai, Carlos ficou respingado de sangue... Abriu a porta gargalhando e saiu deixando-a entreaberta, escutei ele conversando com alguém: "Depois você some com o corpo, a sua secretária não vai contar nada?" o médico respondeu: "Não... Sarah é a garota mais competente que eu conheço..." Escutei os passos sumindo ao longe, comecei a gemer um único nome: "Sarah... Sarah... Sarah..."


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