Capítulo 02

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Começou então uma espécie de "temporada" para se conhecer gente nova pela Internet. Depois do Rafael, conheci mais duas pessoas, um amigo muito antigo dos "chats" e um cara chamado Anderson, no qual, não obtive nenhum interesse e ficamos apenas como amigos. Algumas semanas depois, já em Dezembro, conheci o Pedro Henrique, um garoto bonito, loiros de olhos verdes, trabalhava num hospital e tinha 20 anos. Antes de conhecê-lo tive alguns sonhos muito estranhos. Desde então comecei a achar que sonhos poderiam mesmo se transformar em realidade.

Estava vendo um jogo de vôlei masculino, na plataforma superior do lugar onde eu estava esperando por alguns 30 minutos ele chegar. Tínhamos marcado de nos conhecermos e como sempre, eu estava suando frio, tremendo, me indagando o que ele iria achar de mim. Lia e relia em meus pensamentos, todos os meus defeitos, e isso me deixava ainda mais angustiado. Aquela situação, de certo modo, me torturava. Quando olhei para trás, lá estava ele, encostado no corrimão, dando a impressão de como se ele estivesse parado ali por horas.

- Olá Jeferson?

- Oie Henrique. Nossa, você demorou né? (Falei com um sorriso, e vi seus olhos brilharem).

- É, saí atrasado do Hospital e tive de fazer milagre para poder tomar um banho. Vamos dar uma volta?

- Claro...

- Antes, deixe-me comprar algo para bebermos...

- Tranquilo.

Pedi uma Pepsi sem gelo e ele uma Coca-cola bem gelada. Ele estranhou o meu pedido e comentou que aquilo parecia tinha gosto de xarope puro.

- Nossa... Eu sou meio louco mesmo. Adoro Pepsi, ainda mais sem gelo e se possível sem gás.

Rimos.

- E então Jeferson, imaginou que eu era assim mesmo?

- Mais ou menos, é meio complicado ficar idealizando pessoas...

- E então, gostou de mim?

- Claro...

- Você é um cara muito bonito.

- Hehehe, você também... Sabe, tive muitos fatores que me levaram a te conhecer com tamanha intensidade!

- Serio Jeferson? Quando conversávamos por telefone, quase sentia sua boca, o seu abraço... era muito bom...

- Que legal, eu também passei por esses sintomas.

Ficamos conversando horas sobre nossas famílias, nossos relacionamentos, sobre tudo. Chegou um certo momento, onde estávamos sentado a um banco de praça e ele chegou, delicadamente, à passar a mão sobre um dos meus joelhos. Dizia ele que eu tinha pernas muito bonitas. Eu tinha ido conhecê-lo de calção e camiseta e ele de regata e calça estilo sarja.

- Posso te dar um beijo Jeferson?

- Acho que sim, mas aqui?, Neste lugar é muito complicado. Aqui sinceramente, não posso...

- Vamos até um lugar que eu conheço, é mais reservado.

Andamos quatro quadras acima de onde estávamos.

O lugar não era tão reservado assim, mas pudemos tocar nossos lábios num beijo, um tanto estranho no que, em vez dele usar os lábios, usava mais a língua para beijar. Essa forma estranha de beijar me deu uma sensação de incomodo. Saímos dali e cada um foi para sua casa, de onde ligamos um para o outro e conversamos a noite adentro sobre esses momentos, menos na hora do beijo, que achei chato falar.

Anjos - Dois Destinos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora