Capítulo 2 A Viagem - parte I (revisado)

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Finalmente eles continuam pela grande rua do comércio dirigindo-se para o portão sul, e em pouco tempo alcançam um pequeno descampado, que fica entre a cidade e a muralha. A grande muralha fora construída em forma de semicírculo, que vai de uma extremidade a outra da encosta, sendo as únicas passagens os dois grandes portões de ferro que ficam um de cada lado do rio, e também mais duas pequenas portas próximas às encostas.

Teron e a comitiva saem pelo portão sul, passando pelo arco de pedra e veem os soldados que montam guarda nas torres ao longo da muralha; os guardas saúdam batendo em seus escudos e são retribuídos com acenos. Eles seguem em direção ao planalto da rainha e rumam para a estrada principal que desce serpenteando a encosta, com um vento frio lhes atravessando os ossos.

O príncipe se manteve calado desde o encontro com Gaulor, cabisbaixo e perdido em seus pensamentos, avaliando os acontecimentos de hoje, o sonho com seu pai, a estátua chorando e as estranhas palavras de seu mestre. Os pensamentos são tão pesados em sua cabeça que o fazem falar sozinho. "Não fuja de seu destino...", e isso chama a atenção de todos. Salis o interrompe:

– Meu príncipe! Aconteceu alguma coisa? O que está te preocupando? Você está falando sozinho.

– O que, Salis? – pergunta Teron, atônito, voltando de seus pensamentos.

– Você estava falando sozinho – explica Salis. – Aconteceu alguma coisa? Você está com a mesma expressão preocupada de hoje pela manhã, quando te acordei.

– Não é nada, eu só preciso ficar um pouco sozinho – responde. – Vou cavalgar um pouco à frente, tive um sonho estranho e quero meditar sobre ele. Vocês podem continuar neste passo.

– Mas, Teron, não é prudente ir sozinho – argumenta Fausto. – Por que não quer que nós o escoltemos?

– Não se preocupe – repete Teron. – Eu só quero pensar um pouco, estarei esperando à sombra da grande figueira na estrada principal.

– Meu príncipe! – tenta contrapor Salis, que é subitamente interrompido.

– Não há o que argumentar, estarei bem e devo ir agora.

Teron então esporeia seu cavalo, e o fiel animal galopa tão rápido quanto pode, descendo a estrada com velocidade, passando com atenção pelo povo que sobe a estrada indo para capital, muitos carregando mercadorias, outros levando parte das colheitas das plantações próximas ao vale. Os viajantes usavam aquela rota, pois era o principal entroncamento para as grandes cidades do reino.

No final da encosta, o príncipe está no entroncamento das grandes estradas do reino; daquele ponto podia ir para qualquer uma das grandes cidades de Etinas. Teron pega o caminho para o sul em direção ao vale de Argo, aquele mesmo caminho também leva à cidade portuária de Floral, uma das cinco grandes cidades do reino. No cruzamento entre as estradas, a vida é borbulhante, e a movimentação frenética de mercadores e tendas espalhadas, caravanas de todos os tamanhos, algumas com elefantes enormes, outras com carros de bois, trazem e levam produtos, muitas vezes percorrendo todo o continente de Andalus.

Teron segue por seu caminho. Por onde passava, ele via seu povo e as suas terras, bosques, florestas, plantações e algumas casas que agora apareciam com menos regularidade à medida que se afastava. Em alguns pontos, o príncipe tem apenas a companhia da brisa que abranda o calor daquele dia; agora seu cavalo trota vagarosamente, e Teron é capaz de pensar, ou melhor, não pensar em nada.

Já passara do meio-dia quando ele entra em uma pequena floresta que envolve a estrada. À sua esquerda está o grande monte Firo, margeado pelas árvores, e à direita, as árvores debruçam seus galhos sobre o caminho, oferecendo uma sobra acolhedora e protegendo do sol que mostrava todo seu esplendor. Teron sabia que a grande figueira estava próxima, e num pequeno descampado surge a árvore majestosa, e logo atrás dela brilha um pequeno lago, refletindo a luz do sol como ouro.

O monarca fica abismado ao ver que não tinha ninguém acampado ao pé da figueira, pois muitas caravanas ou viajantes usam a árvore como ponto de descanso. Ele observa por um momento a beleza simples do lugar, o vento farfalhando a grama verde, e por um instante ele tem a impressão de ouvir um grito vindo de longe. O príncipe se arruma na cela, levanta a cabeça para aguçar os sentidos e tenta escutar outra vez para saber de onde vem o pedido de socorro, porém nada escuta ou vê; assim, direciona o cavalo para onde pensa ter ouvido o grito.

O príncipe aproxima-se de figueira e vê a pequena trilha que fica bem em frente à enorme árvore, a trilha leva à parte sul do monte Firo, para a Gruta do Dragão, como dizem as antigas histórias que o mestre Gaulor contava antes de dormir, que agora podia lembrar vagamente. As histórias diziam que ao fim daquela trilha existia uma gruta que servia de prisão para um dragão.

Teron parou à sombra da figueira, olhando para todos os lados, e gritou.

– Alguém! Alguém precisa de ajuda? – perguntouao vento, mas nada foi trazido de volta.u





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Lágrimas de Rhanor: Herança de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora