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No entanto, o príncipe Teron havia desconfiado das palavras do amigo, pois o jovem Salis sempre se mostrava sincero e nem se quisesse poderia mentir de forma convincente. Tão rápido quanto pode, o príncipe se apronta e vai correndo para as escadarias, onde ficou escondido e pôde escutar um pouco da conversa da mãe e seus amigos. Seu aniversário está chegando. Teron estava próximo de completar o vigésimo quinto dia de seu nome; ele desconfiava de que sua mãe planejava fazer alguma surpresa, como fez em outros aniversários.
Para não estragar os planos da rainha, o jovem espera que ela se retire do grande salão para então aparecer, como se nada tivesse ouvido.
– Onde está minha mãe? – pergunta tentando permanecer sério.
– Bom dia, meu príncipe – é a resposta de Fausto, outro grande guerreiro de Etinas e também amigo de infância. – A rainha foi com Thir e os outros para o salão de festa.
– Os outros? – questiona o monarca. – O que vocês estão tramando?
– Não estamos tramando nada, Teron! Porém, se quiser saber do que se trata essa pequena reunião, venha e descobrirá – acrescenta Salis.
Do grande salão saem várias portas que levam aos demais salões e aposentos. No castelo, acima de cada porta, há uma grande tapeçaria que conta um pouco da história de Enora, desde a criação do mundo até a própria criação do reino. Além disso, no amplo salão estão espalhadas várias peças de artes que mostram o refinado gosto do povo de Etinas.
O príncipe segue os dois amigos, que abrem a porta do salão dedicado a festas e comemorações no castelo. Dentro havia uma grande mesa oval, onde a rainha Meron estava sentada ao centro. Havia uma cadeira vazia a seu lado direito, e à esquerda estavam Thir e Lorena. Thir, pai de Salis e o supremo general de Etinas, e Lorena, sua esposa, sempre estiveram com a rainha e fazem parte dos conselheiros do Reino. Há mais duas cadeiras vazias que foram ocupadas por Salis e Fausto, onde também faziam parte da mesa Jhoel e Bastos.
– Sente-se, meu filho! Venha comer – fala a rainha.
O príncipe entra no recinto e caminha para o seu lugar. Ao olhar ao redor do salão, ele vê mochilas e suas armas e de seus companheiros sobre uma mesa ao lado, onde está seu gibão de couro com o símbolo de Etinas, um lobo prateado erguido sobre as patas traseiras.
– O que está acontecendo, minha amada mãe? – questiona o príncipe, beijando o rosto da rainha e sentando-se ao seu lado.
– Teron, quero que você lidere uma comitiva em meu nome até o vale de Argo – ordena a rainha.
– Por que esta viagem de súbito, minha mãe? – pergunta o príncipe. – Por acaso está acontecendo algo grave nesta região e eu ainda não fui informado?
– Sim, meu filho! Chegaram aos meus ouvidos muitas reclamações do povo sobre os escrúpulos e caráter do regente da vila. Pelo que me parece, ele ama o ouro mais do que ao povo, e isso eu não posso aceitar em minhas terras.
– Claro que irei, minha mãe, eu farei o melhor para resolver esta situação – responde Teron. – Posso perguntar por que não me avisou antes para me preparar melhor?
– Só fui informada do que se passava em Argo há pouco tempo, pois o povo temia a ira do regente, que de algum modo os intimida. Meu querido, não queria ter que mandá-lo para esta viagem, porém penso ser o melhor para o povo a presença de seu príncipe, além disso, logo você assumirá o trono e quero que se espelhe em seu pai, que reinou ao lado do povo. No entanto, peço que seja discreto, analise tudo friamente antes de decretar um veredicto justo.
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Lágrimas de Rhanor: Herança de Sangue
FantasiUm antigo mal renasceu... No mundo de Enora, um exército maligno ressurgiu, formado por tudo que é mau e cruel. Sedento por sangue, suas legiões semearam os campos com os corpos dos que ousaram enfrentá-los. No comando desta horda, liderando s...