Dia Apavorante: Descobertas e Reencontros

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Annabelle respirou fundo ao sair do centro cirúrgico. Olhou para o lado e viu toda equipe se preparando para sair enquanto um enfermeiro aprontava o paciente e o levava para o quarto. Ele ficaria bem, mas dez minutos a mais de atraso ele estaria no necrotério.
Quando passou pela sala das enfermeiras viu Grace lá junto com as outras assistindo o noticiário e pela sua expressão estava assustada. Tentou sair sem ser percebida mas ela a viu.
_ Onde pensa que vai? - perguntou ela me seguindo.
_ Embora. - respondi indo para sala dos médicos. Abri meu armário e soltei meus cabelos e tirei meu casaco.
_ Devia esperar Pablo. - aconselhou ela me vendo passar um gloss. - Ele vai sair daqui a pouco.
_ Ele tem dois pacientes para atender. - peguei minha bolsa e as chaves do carro. - E eu não sou mais criança. - lhe beijei o rosto e caminhei para o elevador com Grace atrás de mim.
_ Acharam mais um corpo. - Grace era meu contato com o mundo externo. E ela estava falando do maníaco eu sabia - E sua admirador voltou a te incomodar?
Annabelle olhou o relógio do corredor tinha meia hora para chegar em casa e pegar Amanda a tempo de Clara sair com o namorado.
_ Não recebo nada a uma semana.- respondi me lembrando dos presentes que recebeu por quase um mês. Todo o final de semana recebia religiosamente um presente. No começo eu pensei que fosse alguém do meu passado, mas depois descartei, pois não combinava com ele.
_ Que bom. Mas ainda acho que você tem que esperar. - a viu chamar o elevador que subia lentamente.
_ Tem vigias no estacionamento e ha policias rondando, você me disse isto. - a lembrei dando graças a Deus quando a porta do elevador abriu - Assim que chegar em casa te ligo. - prometi entrando no elevador.
_ Vou ficar esperando. - disse Grace mau humorada.
_ Boa noite. - lhe jogou um beijo e deu tchau.
Quando entrou no estacionamento sentiu um arrepio que a fez subir a gola de seu casaco. Não estava frio. O ambiente estava todo mau iluminado e pensou na conversa que teve com Grace e sentiu medo.
_ Devo estar ficando louca. - reclamou consigo mesma e começou a andar na direção de seu caro.
Ao longe viu um dos vigias e acenou, mas ele não respondeu que estranhou.
Sua imaginação devia estar pregando peças em sua mente pois começou a ouvir ruídos sombras.
Estava a uns dez passos de seu carro quando ouviu algo cair. Olhou pra todos os lados, mas não viu nada.
_ Tem alguém ai? - gritou, mas não obteve resposta.
Silêncio.
Pressentia que não estava sozinha, o que lhe causou medo.
_ Se não se mostrar vou chamar a segurança. - ameaçou, mas sem sucesso.
Silêncio.
Andou rapidamente ate o carro, mas quando colocou a chave na porta de seu carro alguém me jogou contra meu carro. Bati minha cabeça no capo e quase cai se não fosse alguém me segurar.
_ Olá doutora. - disse alguém a suas costas.
A voz era rouca e masculina, notou zonza, mas era completamente desconhecida.
O homem a fez virar e encara-lo. Ele era muito alto, musculoso e tinha olhos azuis que a fizeram olhar para o passado. Ele usava mascará de esqui.
Levei a mão a testa e vi sangue. Meu sangue.
_ Não foi muito inteligente ao recusar meus presentes. - disse ele furioso lhe apertando os ombros.
_ Leve meu carro, minha bolsa... - disse assustada lhe entregando seus pertences. Só pensava em Amanda.
_ Isto não é um assalto. - disse ele mais furioso - Entre no carro. - ordenou ouvindo alguém se aproximar.
Foi jogada no banco de passageiro enquanto ele assumia o volante.
_ Precisamos conversar em um lugar tranquilo. - disse ele num sorriso.
_ Por que esta fazendo isto? - minha cabeça doía.
_ Fui gentil com você. - deu partida no carro e começou a faze-lo andar - Te mandei presentes. - ele batia as mãos no volante descontrolado - Pensei que você era diferente das outras.
Olhei para frente e vi a saída, logo estaria lá fora e não estaria mais segura.
Como se ouvisse minhas preces vi uma viatura passando, não pensei duas vezes e girei o volante. Surpreso ele gritou comigo e me bateu, me fazendo bater a cabeça no vidro da janela. Mas era tarde demais o carro colidiu em outro e a viatura parou.
_ Isto ainda não acabou. - declarou ele antes de sair do meu carro correndo.
Zonza inda ouvi alguém pedindo para ele parar e alguém abrir a porta do meu carro.
_ A senhora esta bem?
Era um policial.
_ Sim. - com a ajuda dele sai do meu carro. - Droga. - reclamou ao ver o estrago em meu carro e no do outro.
_ Onde esta o cara? - perguntou o policial que se aproximava devagar.
_ Fugiu. O cara e um atleta. - reclamou o policial quase sem fôlego - Ele pulou um muro de três metros como se fosse brincadeira de criança.
_ Fique com ela. Vou ligar para a central. - pediu se afastando.
Uma hora depois estava numa delegacia repetindo para si mesmo que não podia estar ali e que seria muito azar encontra-lo. Repetiu isto como se fosse um mantra e pedindo aos céus para que atendesse seu pedido.
Ligou para Clara dizendo o que tinha acontecido e depois para Grace dizendo que explicaria melhor depois.
Um policial apareceu e a levou ate o capitão.
Miguel Donavan era um homem de meia idade, sério e de cabelos grisalhos.
Ele fez um sinal para que se sentasse na cadeira em sua frente.
_ Tenho a impressão que já a conheço. - disse após se apresentar.
Também teve esta impressão.
_ Tenho um rosto comum.
_ Você não tem nada de comum. - o capitão a fitou longamente - Dra. Carson peço que me conte o que aconteceu.
Relatou tudo que tinha acontecido desde que chegou ao estacionamento.
O capitão lhe fez algumas perguntas e respondeu calmamente.
_ Posso ir capitão? - perguntou se sentindo incomodada.
_ Mandei chamar o detetive responsável pelo caso do maníaco para falar com a senhora antes de ir embora. Depois mando alguém leva-la.
Quando ela ia falar alguma coisa a porta se abriu.
_ Detetive Campbell esta e a Dra. Carson.
Senti o chão abrir debaixo de seus pés.
Rezou para que fosse outra pessoa com o mesmo sobrenome, Bruce ou Brad.
O capitão percebeu a tensão entre ambos. Mas nenhum dos dois se moveu.
_ Algum problema? - quis saber o capitão.
_ Não. - respondeu o detetive e se sentou ao seu lado.
Suas esperanças foram enterradas quando ouviu aquela voz. Sem se conter olhou para o homem ao seu lado e se deparou com dois olhos azuis acusadores.
Bryan o homem que tinha abandonado a quase dois anos atrás estava a sua frente. Seu passado estava a sua frente para confronta-lá. O ódio e o ressentimentos eram visíveis nos olhos que tanto amou um dia.

Nova York: Amor e Crime (Obra parada e não concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora