- Como você sabe a data do meu aniversário?
- Eu perguntei para o Magnus, ele respondeu assim que eu perguntei
- Ah
Como Magnus poderia saber meu aniversário? Lembrei, Jocelyn Fairchild quis contrata-lo para apagar minha memória. É claro que a minha data de nascimento era apenas uma pequena informação das milhares que o feiticeiro devia ter
- Clary?
- O que foi?
- Vamos?
- Pra onde? - eu perguntei. O Instituto era enorme, mas provavelmente Alec, Isabelle e Hodge já conheciam todos os seus "esconderijos"
- O único lugar que ninguém gosta de ir - disse ele
- E onde isso seria?
- Siga-me e você saberá
E assim o fiz. Eu o segui pelos corredores do Instituto. Quando me dei conta, estávamos em uma espécie de jardim, muito lindo.
- A estufa, um ótimo lugar
Quando olhei para Jace, ele estava segurando uma maçã que no topo continha uma vela.
- Esse é com certeza o bolo mais saudável já criado - ele disse
- Jace, obrigada - eu disse, pegando a maçã e dando uma mordida - Mas acho que isso não poderia ser considerado uma criação
Ele olhou para mim com uma olhar desafiador e pegou a maçã e a mordeu
Me sentei e comecei a olhar para as diversas flores e plantas que lá havia
- Qual foi a melhor coisa que já ganhou de aniversário? - ele perguntou
Não pensei duas vezes antes de responder:
- Minha espada
- Como a ganhou?
- O caçador de sombras que me treinou era um bom homen e honrava a família, por mais horrível que fosse. Outro dia ele foi até Idris e quando voltou, trazia Heosphoros, uma das espadas Morgenstern. Ele havia comprado em uma loja, estava a venda - enquanto eu inventava a história, Jace continuou olhando para mim - Ele disse que apesar de meu pai ser um monstro, valia a pena guardar um nome que antigamente foi muito respeitado
- mas quando você chegou ao Instituto, você não usou o nome do seu pai
- Quando ele morreu, fiquei revoltada e esqueci completamente o que ele disse, apenas queria usar outro nome - eu disse, e me lembrei da pergunta que Jace havia feito - E você? Qual foi o melhor presente qua já ganhou?
- Alem de armas? - ele disse - Uma vez, quando eu tinha 7 anos, eu lhe pedi um banho de macarronada. Assim que eu pedi, ele ordenou aos empregados que preparassem uma enorme quantidade de massa e botassem o molho dentro de uma banheira. Assim que tudo ficou pronto, tive o melhor banho da minha vida
Eu não sabia se ria ou se me enchia de ciúme. Decidi engolir meu orgulho e sorrir para ele.
- Você deve ter tido um ótimo pai - eu disse
- Ele era
Um silencio constrangedor se alastrou por alguns segundos, mas foi quebrado pelo badalar do relógio
- Meia-noite - disse Jace
Ele apontou para as flores, que com o badalar, se abriam e se mostravam
- Isso é mágico
Ao olhar para Jace novamente, ele segurava uma pedra de luz enfeitiçada
- Eu já tenho a minha - eu disse
- Eu sei, mas proteção nunca é demais - disse ele - vai te trazer luz, mesmo nas sombras mais escuras
Eu a peguei e botei no bolso
- Obrigada
Voltei a olhar novamente para as plantas e, de repente, uma pergunta me veio a mente:
- Você e Isabelle já namoraram?
- O que? Eu e a Izzy? - ele me olhou com um ar de incredulidade, mas ao ver que minha pergunta era seria, ele respondeu - Não. Eu e Izzy somos como irmão e irmã
- Como isso aconteceu?
- Quando meu pai, Michael Wayland, morreu, eu não sabia para onde me levariam, mas então, o parabatai de meu pai, Robert Lightwood, me adotou como um dos seus... E foi ai que eu conheci Alec, Izzy e Max
- Max?
- Ele é o caçula dos Lightwood. É um pirralho legal
Ouvir Jace falar de sua vida sem Valentim era como a melodia suave de um violino
- Acho que devemos ir
- Tudo bem
Nós nos levantamos e nos encaramos. Começei a andar mas tropeçei. Jace me segurou e me levantou. Me amaldiçoei silenciosamente enquanto arrumava coragem para pedir desculpa.
Em seguida, de algum jeito - novamente - eu estava nos braços dele, só que dessa vez ele estava me beijando. Inicialmente, foi como se ele não quisesse me beijar, eu tambem senti o mesmo, relutância, sua boca estava dura e inflexível; depois ele colocou os dois braços em volta de mim e. Se encostou em uma escada, que eu nem tinha notado, e me puxou para perto. Nossos lábios suavizaram. Pude sentir os batimentos rápidos do coração dele que acompanhavam o meu, o gosto doce da maçã ainda na boca. Botei as mãos nos cabelos dele e descobri que quisera fazer aquilo desde a primeira vez que o vira. Nossos cabelos se enrolaram, finos e sedosos. Aquilo era incrivel. Jace se afastou com uma exclamação espantada
- Não entre em pânico, mas temos plateia
Virei a cabeça e vi Hugo no meio dos galhos e me lembrei do terrível motivo que me levara ate aquele local, o Instituto
- Me desculpe Jace, mas eu tenho que ir - disse, e sai correndo até chegar ao meu quarto e tranquei as portas com uma runa
- Pelo Anjo, o que eu fiz?
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City of Shadows
FanfictionE se Valentim encontrasse Clary a muito tempo atrás? Como seria ser criada com o pai e o irmão? O que aconteceria com Jace?