"Chuva. Perfeito." Marinette olhou pela porta da padaria que dava acesso para a rua "Claro que vai estar chovendo! O que mais pode acontecer?" Ela falou fechando a porta atrás de si, preparando-se para abrir o guarda-chuva. Um segundo antes de Mari pressionar o botão para abrí-lo, um carro passou próximo a calçada e atirou uma onda de água sobre ela. Tikki riu baixinho de dentro da bolsa a tiracolo. "Isso deve ser culpa do Chat Noir. Aposto que azar é contagioso." A garota praguejou entre dentes.
Marinette abriu a porta da padaria e gritou para os pais que estavam na cozinha terminando de assar novos croissants. O cheiro de queijo e massa folhada invadia a padaria.
"Mãe, pode me trazer uma..." Antes mesmo de terminar a frase, Sabine Dupain-Cheng vinha com uma sacola nas mãos "...muda de roupas secas? Eu imaginei que isso ia acontecer. E eu coloquei junto na sacola um potinho com alguns croissants para o lanche. Estão quentinhos." Sabine sorriu satisfeita, com as mãos apoiadas na cintura.
Mari amava sua mãe mais do que tudo no mundo. Era como se ela sempre conseguisse prever coisas das quais a garota precisava e entender o que sentia, sem nem mesmo Marinette precisar contar-lhe. Algumas vezes, é claro, aquilo causava problemas, principalmente nos momentos em que as preocupações de sua mãe eram tão intensas que as duas acabavam discutindo. Apesar de tudo, isso não diminuía o amor que Marinette sentia por ela.
"Você é demais, mãe!" Mari deu um beijo no rosto da Sra. Dupain-Cheng, enfiou a sacola na mochila e saiu correndo, deixando o guarda-chuva para trás. Antes mesmo de sua mãe poder dizer qualquer coisa, a garota já estava a mais de uma quadra de distância.
"Ela vai sentir falta disso" Sabine levou o guarda-chuva para dentro da padaria, fechando a porta.
Ensopada e sem fôlego. Foi assim que Marinette chegou na escola. Sentia as roupas molhadas e presas ao corpo, dificultando seus movimentos. Entrou devagar, atravessando o pátio para chegar até o banheiro.
"Mas pai, hoje é aniversário do Nino." Marinette ouviu uma voz familiar ao passar perto da sala dos armários, e um silêncio logo em seguida.
Adrien. Ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Não ouviu a voz responder do outro lado, então o garoto devia estar ao telefone. Será que ele e o Sr. Agreste estavam brigando? Encostou-se na parede perto da porta e ficou ouvindo.
"Marinette, que coisa feia ficar ouvindo a conversa dos outros" Tikki havia colocado a cabeça para fora da bolsa e murmurava olhando para cima. "E você já está mais do que atrasada!"
"Tudo bem, Tikki, só quero saber se ele está bem. Afinal, eu nem estou ouvindo o outro lado da conversa" Ela justificou mais para si mesma do que para a kwami, tentando convencer-se de que não estava bisbilhotando. Tikki suspirou e voltou para o conforto da bolsa de colo. Era mais fácil mover uma montanha do que tirar uma ideia da cabeça de Marinette.
"Será que eu não consigo ir na festa depois de fazer as fotos? Prometo que não vai atrapalhar." A voz de Adrien tinha ansiedade e tristeza. Marinette sentia o coração apertado. Nunca tinha ouvido Adrien demonstrar vontade de algo com tanta convicção. Aproximou-se mais da porta, pois quase não conseguia ouvir a voz do garoto. Naquele momento, mesmo com toda a admiração que tinha por Gabriel Agreste, Mari sentiu um pouco de raiva do pai de Adrien.
"Tá bem, pai. Até depois." Ela ouviu o garoto responder desanimado. Pelo tom da conversa, provavelmente ele não poderia ir na festa do Nino. Mari colocou a mão no queixo e ficou pensando no que poderia fazer para que Adrien não ficasse tão triste.
Todavia, ela esqueceu que aquela não era a hora nem o lugar para pensar em soluções, e esqueceu mais ainda que estava ouvindo uma conversa que não deveria. Tudo isso veio a tona no momento em que ela ouviu a porta da sala dos armários abrir repentinamente. A garota tentou correr para o banheiro, mas as roupas molhadas atrasaram seus movimentos.
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Cronômetro
FanfictionSer a Ladybug tem um preço muito mais caro do que Marinette imaginava. A luta diária contra os akumas teria que terminar, e agora era uma questão de vida ou morte. Obs: Essa fanfic foi escrita na época em que havia apenas a primeira temporada da sé...