Incapable of making alright decisions

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Lei de Murphy. Essa vadia não cansa de me fazer de vítima. Quando você está com a sua pior aparência possível, ironicamente combinando com a bagunça que está seus pensamentos, é aí que a pessoa que te ferrou resolve aparecer.

Eu já devia imaginar. Hayden e Amy têm a chave. Ele não tocaria a campainha, nunca faz isso. Sempre entra sem nenhuma cerimônia.

Como não tinha planos para fazer mais nada no restante da noite coloquei a roupa menos apresentável possível. Um tipo de uniforme meu para ficar em casa: calça de moletom e uma camiseta velha da faculdade. Pra completar, olheiras e cabelo molhado. O retrato da decadência.

A primeira reação que consegui esboçar foi tentar fechar a porta na cara do Zack, mas acho que ele já esperava por isso porque se colocou de uma forma estratégica nem dentro do apartamento, nem totalmente fora, o que me impede de fechá-la.

- Alex, a gente precisa conversar, não vai adiantar ficar me evitando assim - ele fala com o tom de voz mais calmo do mundo enquanto segura meu pulso, me impedindo de tomar qualquer atitude.

Só foi preciso uma frase pra fazer meu sangue ferver de raiva com o som da voz dele, e consigo até imaginar a sensação boa que seria dar um soco na cara do Zack. Como de costume, sinto meu rosto ficando quente e provavelmente vermelho gradativamente conforme a raiva vai tomando conta de mim.

- Pensei que as chamadas não atendidas tivessem deixado bem claro que eu discordo de você! - eu o respondo enquanto me esforço pra não manter contato visual.

- Se fosse verdade você não tinha me ligado ontem, não acha?

Verdade, mas ele não precisa saber. Até porque ainda não faço ideia do que disse pra ele no telefone. Odeio essa mania dele de arrumar argumento para tudo.

- Eu estava bêbada, desconsidere tudo o que eu disse. Vai embora Zack, por favor!

Eu tento empurrar ele pelo ombro com a mão livre, mas sem sucesso. Ele não se move nem um centímetro pra fora.

- Alex, só ouve o que eu tenho pra falar. Você provavelmente está achando uma coisa que não é nem perto da verdade.Me ouve primeiro, depois eu vou embora, se você quiser.

É óbvio que ele nunca vai admitir ser o que realmente parece: uma mensagem de outra garota que ele está..sei lá, envolvido? Não era simplesmente algo físico, parecia ser muito mais do que isso. Tinha até um fucking coraçãozinho na mensagem que ela mandou. Ninguém manda isso quando é só sexo. Mas minha curiosidade é grande, acho que preciso ouvir a explicação dele pra seguir em frente e não ficar com esse término mal resolvido na cabeça, mesmo que o que ele fale seja mentira.

- Fala logo então, eu tenho coisas pra fazer - tento parecer convincente quando na verdade é totalmente mentira, só uma desculpa para não parecer que cedi totalmente a vontade dele.

- Eu posso entrar pelo menos? - ele reclama apontando pra dentro do apartamento.

Eu só bufo enquanto abro espaço para ele passar. Não seria bom mesmo os vizinhos ouvirem toda a conversa, principalmente quando eu estou num papel tão ridículo na história. O problema vai ser tentar fazer ele ir embora depois que terminar de contar a historinha dele.

Quando ele passa por mim sinto o cheiro tão familiar do perfume dele que sempre adorei mas que agora faz eu me sentir meio confusa, estranha. Como se me despertasse tantos sentimentos ao mesmo tempo que não consigo nem identificar quais são. Apesar disso, tento parecer totalmente indiferente mas atuar nunca foi um dos meus talentos.

friend(fck)zone. [h.s.]Onde histórias criam vida. Descubra agora