Dean é um Enigma | CONCLUÍDO

Capítulo 11

Faltavam poucos dias para o show e, sim, eu estava super curiosa em relação a outra pessoa que ele levaria. Até pensei na Victória, o que seria pior, eu o vejo conversando de vez em quando com ela no corredor do colégio ou no intervalo, quando ele não se dava o trabalho de se sentar ao meu lado. E também percebi que mais chateada a Maya estava comigo, fazer o que, eu tinha muitos amigos, então afastar os que tinha era considerado fácil. Apesar de não ser, sinceramente, a minha intenção.

A minha mãe, que era mais difícil de domar, acabou me deixando ir, depois deu ter alegado que não era um show violento, e que era "tipo" um conserto - e não é que ela acabou caindo? Mas tambémresolveu comprar outro celular para mim por via das dúvidas, e o local do show ela queria que o Dean confirmasse pessoalmente quando o visse de novo.

Eu estava mais é de pirraça e com raiva dele porquê, apesar de ter escutado Rock In roll nos últimos tempos, eu não estava lá afim de ver esse show punk. Eu só iria por pirraça mesmo e pra acabar com a graça dele e de sua companhia, que eu torcia para não ser a Victória. Bom, quantoa questão da roupa, é claro que eu dei uma pesquisada para não pagar mico na frente do "tira a atenção " que era o novo pseudônimo de Dean.

Hoje, mais uma vez eu tive de ir assistir ao jogo de Patch, consequentemente do Dean. Mas assim que ele estaciona o carro eu me lembro do episódio em que Dean teve que me levar porque o Patch "arredou o pé" me deixando pra trás. Então eu resolvi ficar no carro. Patch não me trancou, claro, mas com certeza levou a chave e, de fato, se ele tivesse a deixado no carro eu daeia uma volta pra praticar. Assim que ele saiu eu abaixei as travas da porta e me recostei no banco com fones de ouvidos. É, confesso que baixei algumas músicas dos "Extremos" para me atualizar um pouco. Depois fico com fome e pego um pacote de salgadinho na minha bolsa. Olhei pro relógio e imaginei que estaria começando o segundo tempo agora quando um rapaz bateu na janela ao meu lado, levei um susto que deixei cair quase todos os salgadinhos. Olhei bem pro rosto dele, parecia querer alguma informação; nada mas mãos. Só abaixei um pouco o vidro da janela.

- Oi, colega, está tendo jogo aqui? - ele perguntou. Tinha voz de adolescente, mas aparentava ter a idade de Ciara.
- Acho que só treino. - meu coração ainda estava acelerado por conta do susto. É se era só isso, então por que ele ainda não tinha ido? Ele olhou pra trás e então se abaixou na altura do meu rosto.
- Ei, colega, deixa eu ver esse carro sem você dentro. - tremi. Pronto, estou frita.
- Eu...a...- gaguejei - A chave não está...
- Ei, colega, eu pareço tão burro? Se não cair fora vou ser obrigado a levar você de brinde comigo. - começo a pegar minha bolsa de pressa e a sair do carro, e quando ponho o pé pra fora e levanto o rosto, vejo o cara imobilizado pelos braços de Dean em seu pescoço. Ele ainda estava com o uniforme e suado.
- Cara, filha da m...você está me enforcando!
- Sah, chame o Patch e o treinador - disse Dean sem soltar o cara, dava pra notar os músculos dele rígidos. - Vai, Sah!
- Tá. - corro o máximo que consigo com minha bolsa e entro no campo, avisto o treinador e vou até ele, que estava perto dos reserva. - O Dean... -respiro com dificuldade - pegou um ladrão!
- Aonde? Aqui?! - ele olhou ao redor.
- Lá...fora, rápido! - gritei. Ele apita e corre lá pra fora, o time em campo para e o Patch me vê, logo estão todos ao meu redor.
- O que foi?- Patchel pergunta.
- O Dean pegou um ladrão - saí puxando ele e logo atrás vinha todo resto do time - os reserva já estavam lá fora segurando o ladrão com o treinador. Alguém disse que já tinha chamado a polícia e eu fui para o lado do Dean. Quando abri a boca ele colocou a mão no meu braço e disse:
- Você está bem?
- Sim, mas...
- Ele não te machucou? - percebi o que ele estava fazendo e agarrei a frente de sua camisa suada com as duas mãos.
- Dean, como você sabia? - olhei-o bem nos olhos, sua expressão não mudou.
- Eu estava vindo no bebedouro e o vi abaixado falando com você, logo percebi que havia algo de errado.
- Lá dentro tem outro bebedouro.
- A água está quente. - ele pegou uma mão minha. Eu estava super grata à ele, mas ainda assim queria ir verificar o outro bebedouro.
- Sacha! - Patch me gritou de alguém lugar.
- Ela está aqui, Patch. - gritou outro garoto de volta. Ele me conhecia? No meio de vários homens surgiu Patch sem camisa. Ah se fosse o Dean. Patch se aproximou e Dean pôs as mãos na minha cintura, me afastando.
- Você está aí - Patch pôs a mão no meu ombro, aliviado. - Tudo bem?...
- Sim...
-...O que aconteceu? - outros caras também prestavam atenção, lhes contei o que havia acontecido.
- Por que abriu a janela, Sah? - Patch parecia meio irritado.
- Eu pensei que ele queria só informação, Patch.
- Patchel, ela ainda deve estar assustada. - disse Dean. Nem tanto, pensei. A polícia chegou e levou o ladrão. O treino acabou.
- Passa um olho nela que eu vou pegar minhas coisas, valeu? - Patch disse ao Dean e entrou pro vestiário. Dean curtiu a deixa e segurou minha cintura com os braços esticados, medindo meu corpo com os olhos.
- Ele quis dizer no sentido figurado, bobão. - dou as costas à ele é aí abro um sorriso. Isso era pra mostrar que eu ainda estava chateada pela outra noite.
- Vou dizer pro Patch que passei os olhos em cada ângulo seu, pode deixar. - senti meu rosto esquentar e me virei de volta.
- Vamos? - Patchel vinha com as coisas dele.
- Obrigada, Dean. - agradeço.
- Valeu, cara - Patch falou dando um tapinha no ombro do Dean. - Se continuar protegendo-a assim vou acabar te contratando a guarda-costa.
- Que isso...
- Se você quiser uma ajudinha... aproveira que sou o irmão dela.
- Para, Patch. - falei, pensando o oposto.
- Valeu, Patch, ja estou ciente disso. - depois se virou para mim. - Seu iPod está no carro, até mais.
E se foi.
- Eu tentei. - disse Patch. Enquanto íamos para casa eu pensava que, já que ele estava ciente e nunca tentou nada, então quer dizer que também não queria nada. E essa foi a única hipótese que me permiti pensar. Fui para casa me sentindo péssima e nada assustada.