Capítulo 25

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Na manhã seguinte acordei já sabendo que ainda era cedo de mais, não me mexi. Estava gostoso o carinho que Dean fazia no meu cabelo. Então o carinho parou de repente e segundos depois ele disse:
- Eu já te vi, Peter.
- Ah! - exclamou Peter com desagrado. - Mas a Sacha não, vou acordá-la.
- Já te vi também, Peter. - falei sorrindo.
- Ah, seus estraga prazeres... - ele subiu na cama.
- Por que você já não trouxe o nosso café? - disse Dean, e eu achei graça do seu humor.
- Eu sou o seu empregado? - ele fez uma pausa - A não ser que a Sacha me pedisse com carinho e me desse um beijo em troca.
- Você não aprende, né, Pirralho?
- Vocês não fizeram nada aqui não, né? - ele apontou para a cama ignorando o Dean.
- E foi nesse espaço aí que você está. - zombei.
- Eeeeeca! - ele pulou da cama. - Poxa, Sacha, você me prometeu que eu seria o seu primeiro.
- Garoto, rala daqui! - Dean jogou travesseiros nele.
- Me chama quando for tomar banho. - ele piscou pra mim da porta. - Gatinha.
- Eu amo esse garoto. - falei quando já estávamos sozinhos.
- Não dê muita confiança a ele.
- Dou sim, somos parceiros agora.
- Tudo bem... Seria pior se vocês não se gostassem. - nos levantamos, ele me deu uma toalha limpa e fui tomar banho no banheiro dele. Até os pisos eram quadradinhos brancos e... Petros. Depois que acabei ele entrou no banheiro e eu desci.
- Bom dia, Senhorita. - disse-me uma moça, pelas vestimentas era outra empregada.
- Bom dia, eu sou Sacha, namorada do Dean. - a cumprimentei com um aperto de mãos.
- Eu sou Lúcia, a empregada. - ela me deu sorriso de canto.
- Bom dia, Srta. Sacha. - Arabela veio em nossa direção e lhe dei um grande sorriso. - o café já está na mesa.
- Não sei se vai dar tempo, tenho que ir em casa trocar de roupa.
- Não deixaremos você sair sem o café da manhã. - falou o Sr. Bricci, logo atrás dele vinha Peter já arrumado.
- É, Sacha, tome o café com a gente. - disse ele.
- Mas eu vou me atrasar.
- É só tomar o café rápido. - dessa vez era Dean que descia as escadas, lindo como sempre. Ele sorriu de lado pra mim.
- Pronto. Dean falou agora ela vai ficar - falou Peter pegando em minha mão e me levando na direção da cozinha. - Bom dia, Arabela, bom dia, Lúcia.
- Bom dia! - eles responderam alto. Quando já estávamos todos a mesa, a Sr. Bricci desceu.
- Bom dia, meninos. - ela deu um pequeno beijo rápido no Sr. Bricci. Gente fina é outra coisa, se fosse eu teria dado logo um colante, pensei. Dean riu.
- O que foi? - quis saber a mãe.
- Nada. - respondeu com as bochechas coradas.
- Olha, Sacha, você dormiu no quarto de hóspedes, hein?
- Pode deixar, Sra. Bricci. - falei sorrindo timidamente.
- Eu vou cagoetar se ela não me der um beijo em troca. - como sempre, Peter.
- Precisamos arrumar uma namorada pra esse garoto. - o pai deles riu e balançou a cabeça.
- Eu conheço uma garota. - falei.
- Quem? - Peter sorriu.
- O nome dela é Bianca, é amiga do meu amigo Pierre. - "eu não fiz de propósito", pensei. Olhei pro Dean, ele estava sério, e claro, Peter não deixou passar.
- Hmm, tem um novo amigo é? -comentou ele - Você sabia dessa, Dean?
- Está passando dos limites, Peter! - falou o Sr. Bricci.
- Já terminou, Sacha? - me perguntou Dean.
- Sim, claro. - limpei a boca e me levantei - muito obrigada por me deixarem ficar, Sr. e Sra. Bricci, sou muito grata a vocês.
- De nada, meu amor, volte quando e a hora que quiser. - ela disse sorrindo.
- Obrigada, até mais. - fomos pro carro - Me desculpe, Dean, juro que foi sem querer.
- Você não me deve desculpas, Sah, não é proibida de falar dele.
- Mas você não gostou.
- Eu não poderia ficar feliz, não é? Mas também não é assim, é claro que você pode tocar no nome dele quando quiser e sem ficar ressentida.
- Todavia vou me segurar quando estiver perto de você.
- Não precisa, Sah. - o rosto dele era um mixto de agradecimento e tristeza.
- Precisa sim! - ele parou o carro em frente a minha casa e desci. A porta já estava aberta quando entrei e mamãe tomava café na cozinha. Lhe beijei a bochecha - Bom dia, mãe.
- Está feliz, espero que seja porque o quarto de hóspede estava bem confortável.
- E estava. Pode deixar que bem trancado também. - menti, sabia que um dia mentiria por causa de garotos.
- Vai se arrumar logo para não ficar atrasada. - subi correndo e me aprontei rápido. Quando desci, vi Ciara conversando com Dean na porta.
- Bom dia, Ciara. - falei me aproximando.
- Eu estava falando pro Dean que agora quase não te veremos mais.
- E eu estava falando para ela que prometo não roubar todo o seu tempo...
- E aí, gente boa. - Patch apareceu ao nosso lado e passou o braço no meu ombro e no da Ciara.
- Não está mais com raiva de mim, Patchel? - perguntou Dean, patch se virou para mim com um olhar de questionamento.
- Tudo bem, Patch. - falei sorrindo, achei fofo da parte dele.
- E aí, Cunhadinho - ele tirou o braço dos meus ombros e apertou a mão de Dean. - Se minha irmãs estão bem, eu estou bem.
- Só a Sacha, né? - Ciara tirou o braço dele dos ombros dela adentrou a casa.
- Ela tem ciúmes, tadinha. - disse ele, em seguida correu atrás dela e a abraçou por trás. Dean e eu rimos.
- Patch, Dean vai me buscar - gritei para ele ouvir e saí de casa.
- Vamos para a minha casa quando você sair.
- Não, Dean, eu trabalho a tarde na biblioteca, já falei.
- Eu me esqueci! - já no carro, ele arrancou em direção ao colégio. Chegando lá, lhe dei um beijo rapidamente.
- Não posso demorar, tchau! - entrei no colégio com as últimas pessoas que faltavam, a professora já estava em sala e por sorte me deixou entrar. Me sentei ao lado do Pierre.
- Bom dia, Pierre. - a sala ainda estava meio barulhenta então dava para conversarmos até a professora bater na mesa, gritar e dizer chega.
- Você parece feliz, posso deduzir a sua resposta? - ele parecia muito contente o que me deixou mais descontente ainda.
- Pierre, eu acho que devemos conversar em um lugar mais calmo...
- Só em dizer isso eu já imagino a resposta, então acho que não quero mais saber de nada.
- Não, Pierre, nós conversamos e...
- Eu não quero saber dos detalhes sórdidos - ele me cortou, com o rosto vermelho.
- Pierre, você precisa me entender. - supliquei.
-Que você me fez de otário? Eu já entendi! - cuspiu essas palavras com um ódio pelo qual eu não sabia que havia nele.
- Que isso, Pierre, eu não fiz ninguém de otário. Eu sempre deixei bem claro que tinha um namorado e que o esperava. E eu disse que essa história iria acabar te magoando, mas você que insistiu.
- Claro, a culpa é toda minha, eu sou um otário mesmo. - aquilo bateu como um soco no meu peito, ele afastou sua cadeira da minha. o pior é que eu já sabia que isso aconteceria, como de previsto eu sempre afasto as pessoas de mim.
A tarde, na biblioteca, eu aproveitava para estudar o teste de história que teria amanhã, quando o Pierre entrou bem sério e jogou o livro que pegou na semana passada na mesa, ele se virou para ir embora e eu aparei, perguntando:
- Não vai levar outro livro?
- Voltar a te ver só me machucaria mais.
- Somos da mesma sala, Pierre.
- Podendo evitar, eu o farei.
- Nossa, você me odeia tanto assim?
- A você não, Sacha, a ele. - dito isso, ele saiu e fechou a porta. Bufei suspirando. Quando deu meu horário liguei para o Dean e ele disse que já estava a caminho... dois minutos depois ele parou na minha frente.
- Oi, amor - ele disse quando entrei no carro e lhe beijei. - E como foi o seu dia?
- Um pouco estressante.
- E por quê? - perguntou. Ele leria meu pensamento mesmo, então...
- É o Pierre, ele não quer mais falar comigo.
- Por minha causa, não é?
- Ele não aceita me ouvir, não me deixa explicar...
- Quer que eu fale com ele? - que namorado fofo eu tenho...
- Acho que o magoei, ele sempre foi tão bonzinho comigo...
- Sacha! - exclamou ele.
- Oi?
- Eu posso falar com ele se quiser, fazer ele me ouvir, você sabe que tenho boa lábia.
- Não sei, Dean, Pierre não gosta nada de você. Acho que nada do que dissesse adiantaria. - encostei a testa na janela do carro, frustrada.
- Não fique sofrendo, se ele gostar mesmo da sua amizade, vai acabar voltando a falar com você.
- Eu sei, mas sinto que sou a culpada e que tenho que resgatar essa amizade de volta.
- Mas não fique se preocupando, já fez o que pôde. Agora.... Acho que dá tempo de você ir na minha casa antes dos seus pais chegarem...
- Não, estou cansada. - viro o rosto para a janela. - Eu tenho muitos deveres de casa para fazer também.
- Tudo bem, amor. Mas se amanhã você estiver disposta vamos ao shopping, tá?
- Ok, meu lindo. - assim que o carro parou, solto o cinto e olho para ele que me olhava fixamente, não consegui desviar os olhos. - Você me deixa paralisada.
- Será que é um "poder"? - ele riu.
- Não interessa, contanto que você não olhe assim para nenhuma outra. - levo a mão até a nuca dele e trago sua boca para a minha em beijo possessivo e eletrizante.
- Humm, gosto de mulheres com atitude.
- Não, você gosta de mim com atitude.
- Bem colado! - ele põe a mão na minha cintura e me puxa para mais perto de si. Eu o puxo pela camisa e ficamos assim, puxando um ao outro, tentando nos fundir sabendo que não estava sendo o suficiente, esbarramos na buzina do carro três vezes.
- Dean, eu tenho que entrar, daqui a pouco os vizinhos estão saindo para ver o que é. - falei, relutante em me afastar.
- Amanhã venho buscá-la, tá?
- Não precisa, meu amor, o Patch me leva.
- Amorzinho, eu quero levá-la, não vou aguentar ficar a manhã inteira sem vê-la!
- Aguentou ficar por 7 meses... - falei sem pensar é claro, que droga! Ele ficou um pouco sério e desviou o olho.
- Passo para te buscar na saída.
- Então tá, beijos!
- Outros. - saí do carro e ele arrancou fazendo o motor roncar . Entrei em casa e chamei por meus irmãos.
- Eu! - Patchel respondeu descanso a escada. - Acho que a Ciara está dormindo.
- É com você e mesmo que quero falar. Você sabe a idade da Graziella?
- A gata que eu peguei?
- Não, a travesti - zombei dele quase caindo na gargalhada.
- Aparenta ter uns 18...
- Sabe onde ela mora?
- Não, conheci ela na festa. - homens.
- Sabe se ela tem irmã?
- Tem! Ela se chama... - ele ficou estalando os dedos para lembrar.
- Val. - falei.
- Isso! Valquíria. - apontou o polegar e o indicador pra mim.
- Eu a conheci! - surpresa, coloquei uma das mãos na boca.
- A Valquíria?
- As duas, elas são primos do meu amigo, ou ex amigo, sei lá.
- Sério? - ele também me olhava surpreso com as sobrancelhas erguidas.
- Sim.
- Onde as conheceu?
- Fui na festa de 15 anos da Grazi - andei até o pé da escada e sentei no primeiro degrau, cansei de ficar em pé.
- Mentira que a garota só tem 15 anos?! - ele parecia pouco horrorizado.
- Verdade.
- Me fala aí onde ela mora. - é o que?
- Nem pensar, você já se resolveu com a Tanisha?
- Ela ainda está com raiva de mim. - ele colocou uma mão na cintura e a outra apoiou no corrimão da escada.
- Já pediu desculpas?
- Ela se magoou mesmo, não sabia que seria tão difícil.
- Resolve com ela, Patch, e quem sabe vocês não acabam juntos de verdade?
- Se ela quisesse falar comigo - ele parecia um menininho abandonado.
- Tenta.
- Eu já tentei.
- Tenta de verdade, faz o esforço que for necessário!
- Vou ver - ele riu e falou consigo mesmo - Minha cadelinha está dando uma de difícil.
- E pare de chamá-lo assim! Nenhuma mulher merece ser chamada de qualquer apelido que for insulto. - falei e subi para o meu quarto. Depois de um belo banho, já relaxada, fiz toda a lição de casa. Fiquei livre para dormir das nove da noite até cinco e quarenta da manhã.

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Feliz natal!! Hoje é dia 25/12/2020 tô a uns 2 anos tentando passar essa história para o wattpad, falta tão pouco para acabar! Espero que eu consiga por um "concluído" aqui o mais depressa possível!

Tem alguém que ainda acompanha isso aqui? Gostaria muito de saber para me incentivar mais. Boas festas 🥂❤️

Essa história está demorando tanto a terminar que já tive até filho, se chama Samuel e hoje está com 1 ano e 6 meses. Hahaha 💙 deixem a estrelinha abóbora, ele vai amar! ⭐

Dean é um Enigma  | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora