Capítulo 18

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No dia seguinte, lembro-me que caí no sono na mesa do computador de tão chata e briguenta que a conversa no chat estava. Mas hoje de manhã acordei na minha cama. Fiz todas minhas necessidades matinais e perdi minha carona, Patch hoje não iria pro colégio porque ele teria seu primeiro jogo de verdade. Fiquei pensando se Dean iria também, pelo menos para mim ele não disse nada. Papai saiu mais cedo de casa para me dar uma carona.

- Valeu, pai. - falei pegando minhas coisas para descer do carro.

- Se quiser eu posso te levar para casa no meu horário de almoço.

- Não precisa, pai, mas muito obrigada. - saio do carro e atravesso a rua, o carro do Dean estava à alguns passos do portão de entrada. Entrei no colégio mas não o vi pelo campus, nem nada entrada, fui pro corredor e o encontrei escorado no meu armário.

- Pensei que...

- Eu não fui convocado. - responde antes deu terminar minha frases. Esse negócio de ler pensamentos vai encher minha paciência, penso.

- Sacha, eu já disse que...

- Eu já entendi, Dean. - dessa vez eu o corto. - Foi só um pensamento. Eu também não tenho como freá-los assim.

- Tem razão. - ele entendeu a mão para pegar a minha.

- Vai ficar muito na cara. - falei, sem pega-la.

- Seu irmão não está aqui hoje.

- Mas os amigos dele estão. - ele abaixou a mão e fomos para sala.

- Vamos juntos hoje, né? - perguntou quando sentou-se ao meu lado.

- Eu acho que não devemos andar tão juntos por enquanto.

- Sacha, eu quase sempre vinha buscá-la.

- À tarde.

- Dá quase no mesmo.

- Não, é totalmente diferente. - tivemos que nos calar porque o professor de matemática chato entrou na sala. Ele passou apenas uma explicação e de cara passou 8 exercícios valendo 2,5. Arranquei uma folha do caderno para rascunho e comecei a fazer os exercícios. Minha notas estavam boas, mas um ponto a mais, um a menos, fazia sim diferença.

- Você tem que fazer o MMC nessa questão. - sussurrou Dean para mim.

- Eu sei. - falei.

- Mas você estava fazendo direto, iria dar errado.

- Mas eu sei, só havia me esquecido.

- E eu estou apenas te lembrando.

- E atrapalhando minha concentração.

- Vocês já acabaram, posso recolher? - perguntou o professor de cara feia, ficamos de boca calada. A mulher dele deve ter dormido de calça hoje de novo, pensei sozinha. Dean riu de leve, pena que eu não havia achado graça.

Na saída, Dean me acompanhava e insistia para que eu deixasse ele me levar.

- Eu não vou deixar você ir a pé quando eu posso te levar.

- Não precisa, Dean, eu acho que vai ficar muito na cara.

- A gente não deve nada a ninguém daqui, Sah.

- Mas você sabe como eles são fofoqueiros.

- Deixa eles pensarem o que quiserem, a vida é nossa. - ele pôs a mão nas minhas costas e me conduziu para o seu carro. - Sua irmã está em casa?

- Acho que sim.

- Já vou logo avisando que não vou te deixar sozinha em casa.

- Ela deve estar lá, sim. - depois de um minuto, no caminho, me lembrei de uma coisa. - Dean, num tem aquele dia que você me salvou...

Dean é um Enigma  | CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora