VII- Um buraco negro

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— Semideuses, atacar! — Tyler ordenou. Mesmo sendo o líder, pouca gente ia com a cara dele. Apenas Trylos e eu atacamos.

Fui na direção de uma, e minhas fónissas penetraram sua cabeça. Ela virou pó. Eu me sentia mais rápido, estava me movendo com mais velocidade, enquanto as dracaenaes estavam lentas. Olhei para Trylos:

— Benção de Cronos? — falei, e ele assentiu, pulverizando outro monstro.

Sobravam ainda cinco. Maxon veio ajudar com uma espada de bronze celestial, e Max com seu arco. Duas dracaenaes viraram pó dourado enquanto o vento o levava.

Indo na direção de outra, me deparei com uma adaga de ouro. Mas o ouro era diferente. Mais, como posso dizer... brilhante. Irradiava um forte brilho, que pode clarear da mesma maneira que a fogueira.

— Sssemideuss, você morre hoje! A rainha vai gossstar muito de ssseu ssangue.

- Isso é o que veremos!— falei, tentando acertá-la com minha fónissa direita.

Mas por incrível que pareça, ela simplesmente desapareceu, aparecendo atrás de Trylos. A dracaenae tentou enfiar sua adaga nele, porém com um rápido golpe de sua espada, o semititã pulverizou o monstro.

Todos olharam para ele boquiabertos, e ele apenas sorriu. Transformou agora sua espada em um boné branco. Nossa, em quantas coisas isso pode se transformar?

Então o sol raiou. Era o segundo dia de nossa missão, não poderíamos mais perder tempo. Precisamos encontrar o sequestrado, lembrei. Desarmamos o acampamento em alguns minutos, e nos preparamos para seguir viagem.

Então me lembrei de meu sonho. Hemera, a deusa do dia, havia dito a James para sequestrar Jenny. Eu preciso protege-la. Tenho que ficar todo o dia próximo dela.

Após eu pegar minha mochila, fui falar com ela, mas não a achei.

— Hey Annie, viu a Jenny por aí?— perguntei.

— Depois da luta com os monstros ela sumiu. Também estou a procurando.

Saí dali, e fui em direção a Maxon. Como eu tinha raiva dele, tentei falar com a maior calma que consegui.

— O filho da mãe, me diz agora onde a Jenny está!

— Por que acha que eu sei? E por que acha que te diria? Procure-a!

Saí dali também. Se eu ficasse mais alguns segundos perto dele, juro que minha lâmina de ferro estígio estaria entrando em sua garganta!

Deixei os outros lá e fui procurar por minha amiga. Sem ela, eu não poderia encontrar os outros dois.

Andei um pouco, até perceber que o solo estava ficando desértico, e sem árvores. Era difícil encontrar plantações, ou qualquer tipo de ser.

Ao olhar meu telefone, percebo que já passou das onze horas.

Eu havia andado muito procurando pela filha de Nix. Eu estava com demasiado cansaço, e com sede. Por sorte tinha uma coca na minha mochila. Peguei-a e bebi, ficando agora sem suprimentos.

O sol parecia estar ficando cada vez mais próximo de mim, e o ar cada vez mais rarefeito. Talvez Apolo estivesse ajudando Hemera, ou talvez Éolo estivesse contribuindo para eu não conseguir encontrar Jenny.

Por fim, depois de andar muito, encontrei um pequeno riacho de água doce, com uma palmeira grande, projetando uma sombra que cobria umas duas pessoas, daquelas bem magrinhas; o que não é o meu caso.

Me sentei no chão, que por sorte não estava muito quente, e me encostei no tronco da palmeira. Aquela sombra era incrivelmente refrescante. Fiquei ali por um tempo, até que acabei adormecendo.

Em meu sonho, eu estava em uma sala totalmente de quartzo, com uma ou duas lâmpadas, e um homem em minha frente.

Ele tinha cabelos castanhos claros, com olhos escuros, e a pele parda. Usava uma roupa completamente de couro, a não ser por suas asas cinzas, um pouco desbotadas.

— Oi, eh... Hypnos?— falei, pois quando cheguei perto dele, fiquei um pouco com sono, mesmo estando dormindo.

— Todo mundo que vem nessa sala me confunde com ele. Aquele pai que não sabe dar atenção à ninguém!

— Uhm... Morfeu?

— Garoto esperto, noto que fiz bem em te escolher!

— Me escolher? C-como assim?

— Você saberá. Mas antes, preciso que saiba de uma coisa.

—Que coisa?— perguntei, cheio de curiosidade.

— Apenas tome cuidado com Nix e Afrodite. Simplesmente não são confiáveis. Aquela vez que... ah, esquece!

- Okay, mas... como invadiu o MEU sonho?

— Sou o deus dos sonhos, esqueceu? Agora vou voltar para meus aposentos. E se quiser achar sua amiga, siga a trilha da morte. Até mais ver — falou, e desapareceu. Depois disso eu já estava acordando, com Drake batendo em minha cara.

— Nick, acorda! Olha aonde você se meteu! Cara, todos estão preocupados contigo e com Jenny.

— Eu sei. Precisamos encontrá-la, ela foi sequestrada.

— Sequestrada? Por quem?

— Se eu dissesse, você não acreditaria.

— Ai deuses, fala logo!

Fiz que não com a cabeça.

—Ai, cara! Você fica aí fazendo suspense, e depois reclama que eu sou irritado, agitado, entre outras coisas.

—Hum... idaí?

—Se você não quer me falar, okay, mas iremos procurá-la ou não?

Assenti.

Continuamos andando, conversando um pouco, e percebi que havia anoitecido. Nós ficamos perambulando sem rumo, na esperança de encontrá-la, e ficamos um pouco distraídos.

Para o Norte, sempre para o Norte, uma voz falou em minha cabeça.

—Vamos para o norte - falei a Drake.

—Como você sabe?- ele me perguntou.

—Intuição.

Seguimos para a direção norte. Ficamos um tempinho andando, até que encontramos no chão um buraco em forma de losango. Ele era completamente preto, e quando olhei mais perto, parecia não ter fim. Ele não era grande, mas dava para três de mim.

Olhei para Drake:

—Pulamos?

—Sim, vamos entrar em um buraco sem fundo, que pode nos levar para outro lugar completamente perigoso, ou até mesmo nos matar. Ou talvez seja uma entrada para o Tártaro. Somos MUITO aventureiros!— falou em tom sarcástico.

—Vai que Jenny está lá?

— Quem seria capaz de colocar ela aí? Eu não vou pular, e nem você!

Mas eu o ignorei. Observei mais um pouco o buraco, e fiz a primeira coisa que me deu na cabeça: puxei o braço esquerdo de Drake, e pulei.

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Nick, um semideus sombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora