III-Sonhos anormais

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Na sala havia alguns sofás, algumas cadeiras e uma mesa central de madeira. Também havia duas cabeças de javali presas a parede vermelha; que mesmo longe do corpo eu notei que estavam bem vivas. Jenny já estava lá, em uma cadeira, com as mesmas roupas que quando fugiu de casa; uma calça jeans, uma regata preta e um casaco. Kaylla estava também do mesmo jeito que eu a vi antes, a não ser pelo peitoral, que agora ela havia tirado.

— Sente-se Nick — falou, e eu obedeci — Bem, vocês acreditam em deuses?

— Talvez... — falamos juntos.

— Então será mais fácil. A verdade é que eles existem, e se mudam sempre para a nação mais poderosa.

— Então você quer dizer que agora eles estão aqui em Bokai?! — Jenny disse meio incrédula.

— Sim, e esse é o motivo de vocês nascerem semideuses. os deuses se apaixonaram pelos humanos, e tiveram filhos com eles, criando vocês.

—Então quer dizer que somos uma espécie de aberração?! — falei.

— Bem, não uma aberração, mas pessoas quase normais que podem interferir no mundo sobrsim,tural tendo parte dos poderes de seus pais.

— Okay, então quer dizer que eu posso controlar minha morte, viajar nas sombras, e mover a terra, como nos mitos gregos? — ironizei.

— Garoto esperto. Sim, tudo isso e muitas outras coisas. Mas eu quis que vocês viessem aqui especialmente para lhes falar outra coisa.

— Prossiga —  ordenou Jenny.

— Uma vez, antes de matar um ladrão que por acaso roubou um objeto dos deuses, fui amaldiçoada por ele. O homem me disse que um dia o filho dele me destronaria, levando meu acampamento a desordem.

— Suponho que você quer que agente faça alguma coisa — advinhei.

— Basicamente sim. Se eu morrer, quero que o impessam de subir ao trono.

— Mas por que o menino tentaria te matar? — Jenny estava ficando curiosa.

— Matei seu pai na noite de seu aniversário de quatorze anos. Quer motivo melhor?!

— Realmente, o garoto já deve ter um plano em mente. Podemos ir?

— Sim, e acordem cedo para o desjejum amanhã.

Nós saímos da Casa de Ares, e voltamos para a Casa 15. A noite foi bem legal, considerando que eu era recém-chegado no local e todos já me tratavam bem. Aqui ninguém me tratava como se eu fosse diferente, e eu não precisei me afastar das pessoas, lembrando que eu conhecia somente algumas.

Tive dificuldade para dormir. Fiquei pensando na noite, e na nova vida que eu teria; totalmente inacreditável.

Na minha insônia, eu me lembrei do presente de Afrodite, e no que ela falou sobre ser minha protetora. Mas qual é a diferença em ser protegido pela deusa do amor ou não ser? Sinceramente eu não sei.

Levantei-me da cama e peguei a caixa que estava na minha cômoda. Desembrulhei, abri o presente, e vi um papel e algumas outras coisas.

Peguei o papel, que estava escrito: Olá, Nick, querido. Aqui tem algumas coisas que eu espero que lhe ajude. São seus presentes de aniversário. Aqui tem dois braceletes de ouro, que ao colidir, deles saem lâminas de ferro estígio; e eu já havia esquecendo: é inquebrável. Espero que tenha sucesso no que está por vir.

Como assim o que está por vir?, pensei. Mas bem, tirei logo isso da cabeça ao ver os braceletes dourados, tão brilhosos. Ele tinha detalhes de obsidiana, e uma palavra escrita em grego antigo: Fónissa. Que eu pude entender muito bem o que estava escrito: Assassina.

Nick, um semideus sombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora