XII - Uma xícara de passado, por favor

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- Acha que tenho medo de um semideus? Você vai morrer, assim como sua amiguinha ali - apontou para Jenny.

- Temos protetores, mais fortes do que você! - Jenny falou.

- Temos? - olhei para ela.

- Migo, que eu saiba, o Percy é que era lerdo! - falou a deusa.

- Quem é Percy? - falamos em uníssono.

- A pessoa que vocês vão encontrar quando morrerem. Fiquem tranquilos, logo irão conhecer...

Essa deusa já está me irritando! Juro que ainda vou fazer picadinhos dela, e jogá-la Tártaro!

Mas espera, que eu saiba apenas eu tenho um deus protetor. Quem é o de Jenny? Será essa tal de Macária? Se for, ótimo, minha amiga vai ter uma boa morte, porque é isso o que a deusa é.

Me levantei. Hemera estava a três metros de nós. Ela já havia matado Drake, o único que sabia lutar de verdade. Agora sim, estávamos perdidos. Mas isso não serviu para eu esquecer minha raiva.

Passe no teste, querido. Se for reprovado, estarei muito decepcionada com você.

Sai da mente do meu filho Afrodite!

Olha aqui sobrinho Hades, fui eu que escolhi ele para ser meu protegido, não você. Então cale a boca!

Só porque é filha de Urano está se achando?! Volta lá pro seu Ares, ou pro corno do Hefesto, e fique bem longe do meu filho!

Gente, para de discutir em minha mente. Isso aqui é um momento tenso sabiam?

Cala a boca também Nick, falaram os dois na minha mente em uníssono.

Aí Hades resolveu falar:

Uma xícara de passado, por favor.

E do nada tudo paralisou. O tempo parou, minha visão ficou turva, e escureceu.

Eu já estava em outro lugar. Em um outro tempo. Eu estava em... dez anos atrás.

Eu estava sentado em minha cama, comendo uma pipoca cheia de leite condensado, com nutella e morango.

Kelly estava com meu irmão nos braços. Leandro era lindo, e estava deslumbrante. Tinha um cabelo preto bem liso, pele clara, e seus lindos olhos amarelos que eram de dar inveja.

- Nick, tome conta do seu irmão para eu ir na enfermaria. Se ouver algum arranhão, o cinto de couro com finas lâminas de aço te espera.

- Oka... - eu falaria, mas ela simplesmente o entregou nas minhas mãos, e saiu.

Peguei meu celular e coloquei os Backyardigans para ele ver. Era o desenho que ele mais gostava.

Só que aí, como um ser humano normal - ou como eu pensava que era -, fui ao banheiro. Levei menos de dois minutos, pois como a Kelly dizia, algum arranhão, e o cinto de couro com finas lâminas de aço te espera.

Abri a porta e rapidamente caminhei até o quarto, sem acreditar no que vi...

Leandro estava com uma caneta, daquelas de escola, fincada do pulmão, atravessando-o.

- Não! - gritei eufórico, correndo para socorrê-lo.

Peguei imediatamente o celular, e liguei para todos os números possíveis. Tios, avós, ambulâncias...

Resolvi fazer o que eu sabia. Corri para a cozinha e peguei as coisas certas para fazer um curativo.

Depois disso, tirei rapidamente o objeto do corpo do meu irmão. Ele gritou de dor. Lagrimas saíram de meus olhos. Eu não queria perder meu irmãozinho...

Coloquei os curativos na frente e atrás dele, tapando os pequenos buracos que a caneta deixou. Mas a duvida que ficou na minha cabeça, foi, como que aquilo foi parar ali?

Deitei ele na cama, tentando fazer o máximo para não machucá-lo. Eu não estava preocupado com o que Kelly faria. Apenas com a vida dele.

Ouvi uma batida na porta. Correndo, eu a abri. Vi dois caras que dirigiam uma ambulância saindo dela, e entrando dentro de casa.

- Algum maior de idade em casa? - o loiro perguntou.

Se eu falasse que não, Kelly seria presa. E se meu irmãozinho sobrevivesse, iria para um orfanato, e talvez ficássemos separados para sempre...

- Foi sequestrada por vampiras de dois metros com asas de lasanha - inventei.

- Ele está com trauma. A mãe foi sequestrada por alguém... mas como uma criança conseguiu fazer esse curativo? - falou o de cabelos de fogo, olhando para meu irmão.

Fiquei calado. Eles mandaram eu entrar no carro, e após pegar Leandro no colo, trancar a casa, e pegar o celular, obedeci.

Em breve Kelly estaria voltando, e um único pensamento passou em minha mente. Ela vai me matar!

O carro andava rapidamente. Me sentei ao lado da maca que meu irmão estava. Ele não chorava, mas parecia quieto de mais.

Leandro estava sonolento, e eu fiz de tudo pra ele permanecer acordado. Se ele finalmente dormisse, nunca mais acordaria.

O homem dos cabelos ruivos ficava comigo perto do meu irmão, enquanto o loiro dirigia a ambulância rumo ao hospital.

- Como conseguiu fazer esse curativo? - perguntou novamente.

- Crianças-esqueletos me ensinaram - resolvi contar a verdade.

- Okay, se não quiser contar, tudo bem...

Mas eu estava falando a verdade. Na maioria das vezes que Kelly me deixava sozinho, elas apareciam para brincar comigo.

Eram muito legais. Se você ignorasse o fato de serem um cadáver, você perceberia que são como as normais. Se mexem, falam, riem, choram, brincam, e fazem todas as coisas e que uma criança normal faz.

- Chegamos! - falou o loiro lá do banco de motorista.

Ele se levantou, e veio até a parte em que estávamos. Rapidamente abriu a porta, e pegou a maca, junto com o ruivo.

Desceram com meu irmão, e andaram até o hospital. Entramos, e fomos até em frente a sala de cirurgias.

- Você precisa esperar aqui. Ygor, fique com ele - falou o loiro, entrando na sala.

Me sentei em uma das cadeiras, com o ruivo ao meu lado, tentando me tranqüilizar.

De fato nada como aquilo havia acontecido. Eu estava pasmo, e eufórico. Eu respirava apressadamente. Estava desesperado, preocupado com meu irmão.

Mas a única coisa que me restava era esperar. Ligar para os parentes não ajudaria, Leandro já estava na sala de cirurgia. Kelly já devia ter me rastreado, e poderia estar vindo para cá.

Oi morte, tudo bem? Vou fazer uma visitinha a você hoje okay? Mas seja boazinha comigo, eu pensava.

Eu vou levar seu irmão, filho de Hades. É um preço justo, a voz falava dentro de mim.

Isso me deixou com medo. Afinal, realmente meu irmão morreria. Se era a própria morte que estava dizendo aquilo, a única coisa que eu podia fazer era rezar à ela.

Mas como eu não sabia nada sobre minha origem, ou se deuses realmente existiam, não havia nada a se fazer, a não ser ficar sentado e esperar.

- Fique calmo, vai ficar tudo bem... - o homem ao meu lado falou.

- Eu sei, meu irmão vai morrer, Kelly vai me matar, e vamos para o além juntos. Perfeito não acha?!

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Olá gente, tudo bem? Eh, eu volteeei.
Ando pensando em fazer algo como intrevistas e tals, mas estou esperando chegar a setecentos views...
Mas enfim, talvez, talvez, não saia capitulo na sexta, pois fiquei sem celular, não tenho pc, e mais algumas complicações aew...
Mas estou planejando algo para compensar vocês.

Tchau e até mais...

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⏰ Última atualização: May 03, 2016 ⏰

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Nick, um semideus sombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora