QUARTO CAPÍTULO

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ELA

Escolho meu vestido branco com renda, nas mangas curtas, ele vai até a cima dos joelhos. Coloco um sapato de salto alto, preto e uma bolsa para combinar. Coloco brincos de pérolas que realça meu rosto angelical, passo uma maquiagem básica e batom rosa claro, tipo inocência.
Quando desço do meu apartamento às sete horas, ele está a minha espera encostado em seu carro BMW I8 preta. Uau!!! Caraca, quase desisto ao ver o seu carro, isso não vai acabar bem. Não mesmo.
Dou meia volta e ele me segura pela mão, de maneira delicada e quando me viro, acaricia meu rosto com carinho e infelizmente tive que olhar em seus olhos azuis e... Tudo estava perdido.
– O que houve Mon ange?
– Eu... Eu... – não tinha o que dizer, então desviei meus olhos para o carro.
– Ah, você ficou intimidada?
– Não! É que eu senti uma pequena tontura. – minto e volto a olhar para seus lindos olhos. E vejo ternura neles. Droga! Não tenho mais como escapar, e pior, nem ele. – Você me chamou de anjo? – Sinto as lágrimas enchendo os meus olhos, mas não as deixo caírem.
─ O que foi Mon Cher?
─ Não foi nada, aonde vamos? ─ dou um pequeno sorriso.
─ Espero que goste e não se importe de me acompanhar a um lugar, mesmo que não esteja pronto, mas se não quiser tudo bem, pode escolher qualquer lugar, ficarei feliz em lhe agradar, Mon bonbon.
─ Docinho, é? ─ sorrio e ele retribui. ─ Não me importo em conhecer o lugar que você mencionou no almoço, mas devo avisar que não vou conseguir não pensar em trabalho.
─ Então podemos mesmo ir para outro lugar, talvez depois, o que acha? ─ ele disse, ainda segurando minhas mãos. Apenas confirmo com a cabeça.
Ele abre a porta do carro para mim e tento não parecer impressionada e penso que talvez, se não olhar muito em seus olhos, estaremos salvos. E se talvez eu puder impedir que ele diga aquelas palavras... Mas talvez ele nem diga, talvez não passe de um primeiro encontro.
Eu me lembro como se fosse ontem. Tinha doze anos quando minha mãe morreu e no mesmo dia descobri que meu pai era um monstro. Ele nem esperou o corpo da minha mãe esfriar no caixão e se decompor em baixo da terra para mostrar o que ele era através daquela face linda, aqueles olhos azuis brilhantes que continham certo mistério. O mistério era tão podre, que quando era criança, se soubesse como e tivesse coragem o suficiente, teria tirado a minha própria vida.
Chegamos ao nosso destino sem que eu sequer tivesse notado que já havíamos saído da frente do meu prédio.
Ele dá a volta e abre a porta do carro para mim e me oferece a mão. Aceito e sinto como sua mão é macia e o vento sopra seu perfume para mim, me deixando entorpecida e cheia de desejo.
Estamos em um estacionamento bem espaçoso e amplo, diante de um futuro estabelecimento, o Bistrô do Louí, que ainda não tinha nome, mas que a meu ver era tão grande que poderia facilmente servir bem mais que café. Eu poderia até lhe dar idéias, mas isso iria depender muito do que poderá acontecer, a partir de hoje.
Ele abre as fechaduras e ao entrar vejo que ele preparou um local aconchegante para nós, no meio de toda aquela reforma e bagunça, havia uma mesa bem posta, com luz de velas e uma garrafa de vinho entre duas taças. Duas cadeiras muito bonitas e logo ao fundo, um grande sofá com aparência muito suave e macia com almofadas que gostaria de sentir sobre a pele. Havia uma musica que tocava de maneira calma, deixando o ambiente sereno. Tudo que ele preparava era convidativo e me envolvia, me fazendo desejar ainda mais.
─ Ficou aconchegante. E o lugar me agrada. Me dá ideias boas para... ─ ele me cala com seus dedos, aparecendo na minha frente sem que eu percebesse.
─ Não a trouxe aqui para falarmos de trabalho, não hoje. ─ ele me pega pela mão e me leva para sentar-me a mesa. ─ Eu sei que é a primeira vez que conversamos a sós e queria dizer que não retendo nada que você não queira. Mas devo confessar que meu coração bate acelerado, toda vez que olho para você.
─ Você não deveria. Eu não sou...
─Você não é o que? Você é tudo que meus olhos vêem, |Nathalia.
Ele abre a garrafa de vinho e serve nas taças, ele espera que eu experimente primeiro e quando aprovo, ele bebe. Louí é bem educado e cavalheiro demais fico imaginando como deve ser com uma mulher na cama. Sei que isso parece errado para um primeiro encontro, mas ninguém pode me culpar pelo Francês parecer um sonho para todas as mulheres que olham para ele.
Conversamos muito sobre o tempo em que ele está na América e os seus projetos, me falou também que só tinha uma irmã que ainda estava na França e que pretendia trazê-la para morar perto dele. E uma coisa que ele não faz questão de esconder. Que tem muito dinheiro, e que o brilho em seus olhos diz a cada momento, que me quer.
Depois do jantar, que quase não consegui tocar, fomos para o sofá para bebermos mais vinho. Sou muito forte para bebidas alcoólicas, mas tenho certeza que era o clima criado por ele e sua voz envolvente, que estava tendo controle sobre mim.
─ Você parece um pouco cansada ou entediada. Quer ir para outro lugar, mais animado talvez?
─ Eu estou onde quero estar, Louí. ─ digo de maneira sensual.
Eu me aproximo, bem devagar e toco seus lábios suavemente em um beijinho inocente. Dá pra perceber o quanto ele perde o controle com muito pouco.
Ele me puxa para seu colo, esquecendo que sua taça ainda tem vinho dentro, a deixando cair e entornar o líquido no chão. Ele está tremendo, por tentar se conter e não me agarrar logo, tenho certeza disso
Coloco minhas mãos em seu rosto, olho em seus olhos e os fecho, esperando que ele tome a iniciativa. E ele toma exatamente como eu esperava, em um beijo calmo e sensual e correspondo até fazê-lo perder o controle. O que não demora muito.
Ele me coloca sobre o sofá, se acomodando em mim, sem descolar os lábios dos meus por nenhum momento. Meu vestido sobe quando abro as pernas para telo entre elas e seguro firme em seus cabelos. Nesse momento, ele realmente perde o controle.
Minha respiração é controlada, enquanto ele ofega e corre suas mãos pelo meu corpo. Solto dele e com aas mãos livres começo a abrir sua camisa e a tirá-la, não fico nenhum pouco decepcionada com seu peitoral e braços. Olho para seu peito e coloco a mão para sentir seu coração batendo muito acelerado por mim, enquanto ele me olha com desejo e algo mais que não consigo captar por alguns segundos, e... Parece adoração. Sim é adoração.
Ele me beija com suas mãos apertando minhas coxas, mas de repente se afasta e sai de cima de mim, levantando e ficando de costas para mim.
─ O que há de errado, Louí? ─ minha voz soa suave.
─ Eu não posso fazer isso. ─ ele se vira e me olha. Ainda há desejo em seus olhos, mas estou confusa.
─ Eu... Hã... ─ baixo meu vestido e me sento, olhando para o chão. ─ Me desculpe, acho que tenho que ir.
─ Ei. ─ ele chama, se ajoelhando a minha frente, com as mãos em meus joelhos. Segura em meu queixo, me forçando a encará-lo. ─ Eu é que deveria me desculpar, você mercê mais do que um lugar assim, sujo, empoeirado, no meio de um lugar em obras.
─ Você está errado. Não me importo com o lugar, me importo com o que podemos sentir. ─ coloco sua mão sobre o meu peito. ─ Está sentindo isso? ─ coloco minha mão sobre o dele. ─ Eu sinto isso.
Ele sorri e beija minha testa com ternura, se levanta e coloca a camisa outra vez.
─ Acho melhor levá-la para casa.
─ E se eu não quiser voltar para o meu apartamento frio e sem vida? ─ Não sei por que quero tanto que ele me toque e me queira, a ponto de lágrimas me encherem os olhos.
─ Oh, mon ange. Eu não quero que pense mal de mim. Eu só tenho vontade de protegê-la, você é tão pequena, branquinha e... Você me causa um grande descontrole.
─ Eu... Tudo bem, me leve para casa.
Ele se vira e vai até a mesa apagar as velas, pega um pequeno controle remoto e desliga o som em algum lugar que eu não sei, não estou mais prestando atenção.
Saímos e ele fecha tudo e caminhamos até o carro em silêncio. Ele abre a porta do carro e eu entro, em seguida entra também. Fizemos todo o caminho de volta para meu apartamento sem dizer nenhuma palavra. Nem vi quando chegamos e ele tocou em meu braço. Estava presa em lembranças mais que sombrias do meu passado. O verdadeiro inferno.
─ Gostaria de poder vê-la amanhã. Será que poderíamos...
─ Eu te ligo que se conseguir ter um tempo para marcarmos algo. ─ abro a porta para sair e ele segura a minha mão.
─ Espere. Você gostaria que eu subisse com você? Sei lá, para conversar.
─ Eu te ligo e a gente conversa. ─ respondo séria.
─ Não mesmo. ─ ele diz e puxa a porta do meu lado que está aberta, segura em meus cabelos e me beija de maneira intensa.
Fui pega de surpresa, mas correspondi da mesma maneira, mostrando o quanto o estava desejando. E bom, se ele não iria tomar a iniciativa, eu sim!
Acabamos subindo para o meu apartamento, sem conseguir dizer nada, pois estávamos com as bocas ocupadas nos beijando como dois selvagens. Éramos só sensações.
Quando dei por mim, já estávamos sem roupas, no sofá da minha sala. Não ouve tempo para chegar até o quarto.
Ele estava segurando em meus cabelos, enquanto eu o cavalgava com voracidade e devorava sua boca, como se minha vida dependesse disso.
Ele falava coisas doces e obscenas, enquanto apertava partes do meu corpo. Segurava meu seio com uma mão e meus cabelos com a outra.
Depois, me deitou no sofá, ficando por cima, sem parar as estocadas, me fazendo sentir a extensão de todo o seu corpo, malhado e definido.
Comecei a gemer cada vez mais alto, me aproximando do orgasmo e sentindo que ele logo me acompanharia.
Fechei os olhos com força e gritei o seu nome, quando gozei e ele olhou em meus olhos quando gozou, terminando com um beijo quente.
Eu não costumo dormir com ninguém, então depois de uma boa ducha juntos e mais sexo intenso, em baixo do chuveiro, ele se foi, me deixando cair no sono, exausta.

A Colecionadora de coraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora