QUINTO CAPÍTULO

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ELE

Eu estava preocupado com o que poderia acontecer por não pensar antes de pagar aquela safada da perícia. Mas para ser justo, como eu poderia adivinhar?
Vou direto para o banheiro tomar um banho frio, para tentar focar no meu trabalho.
Saio do banho e procuro meu gato, o encontro dormindo no sofá. Faço um carinho e vou até a cozinha para colocar comida no prato do Thomas e no caminho, ligo a TV para ver o noticiário.
Coloco água limpa para ele e resolvo fazer um sanduíche, pego as coisas na geladeira e uma lata de refrigerante. Quando termino de fazer e estou indo até a sala, alguém bate a minha porta.
Abro só um pouco e vejo que é a Cláudia. Ela esta com um vertido azul claro, sem mangas e com seus cabelos pretos caindo em cascatas. Não posso controlar de ficar duro na hora. Merda!
─ O que você quer? ─ pergunto sendo rude e não abrindo totalmente a porta.
─ Preciso falar com você, posso entrar?
─ Você poderia ter ligado.
─ Eu preciso explicar umas coisas para você.
Penso em não deixá-la entrar e não aceitar suas explicações, mas isso pode piorar as coisas. Repito em minha mente que não vou tocar nela, mas quando dou espaço para que ela entre, seu perfume quase me tira do sério. Me afasto e respiro fundo, indo até o meu sofá e me sentando para ouvi-la falar e dar as suas explicações e tento não olhar muito para suas pernas, seios e aquele rosto que até o diabo cairia de joelhos.
─ Eu não quero me casar com o Capitão.
─ Então diga isso a ele, não a mim. Só não acho certo o que você fez, não posso ser culpado de algo que não sabia. Mas ainda assim sou, está entendendo?
─ Eu sei, mas gosto dele e não quero vê-lo magoado.
─ E fazer sexo comigo o magoaria menos? Acho que você não pensa no que faz ou diz.
─ Não estou pronta para ter um compromisso assim, eu ainda quero curtir a minha vida e acho que ele confundiu um pouco as coisas.
─ Acho que quem deveria deixar tudo bem claro, é você. Se é isso quer, por que pediu um tempo em vez de dizer logo que não quer?
─ Não sei. Eu achei que talvez pudesse aceitar, mas sinto desejo por você e não consigo estar com ele querendo a você.
─ Acho que você deveria reconsiderar, não vamos ter nada um com o outro. E não vou tocar em você outra vez. Está me entendendo? ─ olho em seus olhos para confirmar que ela estava de acordo e me arrependo.
Ela se aproximou e falou ao meu ouvido "È mesmo?". Eu juro que não era isso que eu queria, mas meu membro duro, dentro da calça, não queria concordar.
Ela montou em mim e me beijou, segurando firme em meus ombros. Por instinto, levei minha mão até a sua bunda e descobri que estava sem calcinha. Meu sangue ferveu e não pensei mais em manter o controle. Arranquei seu vestido, no momento em que um carro estacionou na entrada da minha garagem.
Puta merda! Era o Will. Levantei a colocando em pé ao mesmo tempo. Pego o vestido e jogo em cima dela.
─ Vá para o meu quarto e não saia dela sem que eu a chame.
─ Quem é?
─ È o Will! Vai logo!
─ Droga, merda!
Ela sobe as escadas correndo e eu me ajeito para abrir a porta. Não me preocupo com a minha situação a baixo da cintura, já que brochei na hora em que vi de quem era o carro. Ainda bem que Cláudia teve o senso de vir de taxi.
Ele bate a porta e eu abro com a cara mais indiferente que consigo fazer.
─ Oi, Will, algum problema, algo sobre o caso?
─ Não, eu só queria conversar um pouco, ou talvez um companheiro para beber, lembra que me ofereceu?
─ Isso quer dizer que ela respondeu?
─ Nada, mas é provável que seja um não. Então vou encher a cara hoje e falar com ela só amanhã.
─ Tudo bem, eu topo, só vou súber e pegar minha jaqueta.
Subo para o meu quarto e encontro ela nua em minha cama. Puta merda! Essa mulher quer me fazer perder o juízo e o emprego junto, sem contar no amigo que me considera.
Tenho que falar baixo, então me aproximo, mas não o bastante para ela me tocar.
─ Vou sair para beber com o Will, quando voltar, quero você fora da minha casa. E pelo amor de Deus, se veste.
─ Manda ele ir embora e fica comigo, detetive. ─ ela diz com a maior cara de pau, ficando de lado na cama, me dando a visão de seus belos seios, fartos.
Por Deus, ela ainda vai me enlouquecer!
Pego uma jaqueta jeans e desço as escadas, antes ter uma nova ereção. E encontro Will fazendo carinho no Thomas.
─ E aí, vamos?
─ Sim. Vamos antes que me arrependa e resolva não cair de bêbado na sarjeta.
Saímos com o carro de Will e fomos ao bar que geralmente o pessoal da equipe da policia vai.
Não conseguia para de pensar na minha culpa de estar bebendo com um amigo pelo motivo que estava em minha casa, na minha cama, nua.
Não sei que horas já eram quando resolvemos parar de beber e cada um pegou um taxi para suas respectivas casas. A única coisa que sei é que precisei praticamente carregar o Will até o taxi, mesmo sendo hilário ver um bêbado carregando outro.
Cheguei em casa e quase subi as escadas que leva ao meu quarto engatinhando. Pra deitar em minha cama e sentir o perfume daquela cachorra e ter sonhos quentes assim que caí no sono.
Acordei de manha com uma ressaca dos infernos e pensando sem parar em tudo que estava acontecendo. O caso sem respostas e a sacana da Cláudia, que me faz perder a cabeça e enganar o Will descaradamente.
Tomei uma ducha quente e desci para tomar um café forte. Eu tinha que encarar o trabalho na delegacia e tentar encontrar algo fundamental para desvendar esse caso, antes que mais alguém morresse.
Lembrei que hoje era aniversário de minha mãe e a noite teria que ir ao seu jantar de comemoração, cheio de gente esnobe e cheia da grana. Coisa muito chata, mas que por ela seria obrigado a aturar. Amo minha mãe e agradeço por John cuidar bem dela, mas não gosto de me envolver com a classe social em que minha mãe se encontra.
E com uma puta dor de cabeça, tomo alguns analgésicos junto com o café e saio, para mais um dia de trabalho, sem nenhuma expectativa de ser o hoje que irei resolver o caso.

A Colecionadora de coraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora