ELA
Eu queria saber como ele conseguiu entrar sem as chaves, mas a única coisa que consegui fazer foi gritar. Claro que isso me rendeu um forte tapa no rosto, que me fez cair e bater com a cabeça em uma pequena mesa que fica ao lado da porta de entrada. Consegui sentir o corte que se abriu na lateral da minha cabeça e constatei ao tocar com as pontas do dedo no local.
─ Se gritar mais uma vez, te garanto que vai se arrepender! ─ diz ele com toda ira que já conheço.
─ Por favor... ─ estou implorando, mas ele mal me deixa terminar, me fazendo levantar quando segura em meus cabelos e me ergue do chão.
─ Sua vadia! Estava tentando me envergonhar hoje? Você gosta de ser punida, estava com saudades que eu sei!
─ Pare, estou sangrando!
─ Isso não é nada, vou te relembrar como demonstrar respeito.
Ele tira uma mordaça do bolso esquerdo do terno que ainda está usando e prende em minha boca e fico paralisada, pois sei que se me movimentar, o próximo não será só um tapa em meu rosto, pelo menos era o que esperava, mas ele dá um soco em meu estomago e mal posso respirar com aquela mordaça em minha boca. Fico tonta com a falta de oxigênio e ele não para, rasga meu vestido, me deixando só de roupas intimas.
Ele me vira com violência, segurando meus pulsos ás minhas costas e me empurra até a mesa de jantar.
Ele coloca as malditas algemas apertadas que não consigo esquecer-se desde a infância e rasga a minha calcinha, me pressionando com seu corpo imundo. Eu só resmungo e uma enxurrada de lagrimas escorre livremente de meus olhos. Sei o que ele vai fazer, serei estuprada e espancada como sempre e não posso evitar.
─ Quer se comportar como uma vadia com esse cabelo e se vestir como uma, então vou dar o que você merece! ─ e ele entra de uma só vez, me fazendo urrar de dor e me envergar, enquanto puxa meus cabelos com força.
Sei que até ele acabar, estarei sangrando e sem poder sentar. Já tive que fazer uma reparação anal antes por causa disso, mas ele pouco se importa.
Quero gritar e não poço. Estou chorando e tentando respirar ao mesmo tempo, posso até perder os sentidos por falta de oxigênio. O ódio se infiltra dentro de mim e a fraqueza também.
Ele para e me Poe de joelhos e ejacula em meu rosto, como se eu fosse uma privada e arranca a mordaça com força da minha boca e finalmente sinto o alivio de poder respirar um pouco melhor, mas se penso que ele acabou estou enganada.
Ele me empurra com o pé para que eu caia no chão e como estou com as mãos presa para traz, não tenho como me levantar sem apoio.
─ Pare, por favor. ─ eu sussurro implorando e chorando.
─ Esqueceu as regras? Só paro quando acho que você foi punida o suficiente!
Então ele some de vista por um tempo, enquanto me contorço de dor no chão e minha cabeça ainda sangra, eu posso sentir.
Não demora muito ele está de volta com uma vara de borracha e longa.
Pelos cabelos outra vez, ele me levanta de joelhos, mas logo me vira e me faz ficar com o rosto no chão, de joelhos e com a bunda para cima. E sei que se me mover ou esquivar, ele vai triplicar às vezes em que vai me bater, então prendo a respiração e espero a primeira da sequência de varadas que vou receber.
Eu conto e parece que nunca mais vai acabar, mas quando chega a quarenta, ele para e se afasta para olhar em meu rosto contorcido de dor.
─ Você tem os olhos da sua mãe, aquela inútil!
Fico em silencio, pois sei que se falar será ainda pior.
Ele solta as algemas e desabo no chão, vendo o que aconteceu com meu tapete novo, que agora está cheio de sangue.
Estou torcendo para que ele vá embora, mas acho que não sou munida de sorte, até agora nunca fui, então não me iludo.
Vejo que estou certa quando ele me manda levantar e se debruçar no sofá. Ele vem logo atrás e arranca meu sutiã, se encaixa e penetra minha vagina enquanto esmaga os meus seios, com aquelas mãos que tento sonho em cortar fora.
Quando termina, me joga no chão e diz as palavras odiosas que ouço desde os doze anos.
─ Você não é nada, você não é ninguém. Ninguém te ama e nem vai amar, incluindo eu!
Ele se vira e vai embora, levando consigo seus acessórios de tortura. Eu não me movo por alguns segundos, até que decido me arrastar até o banheiro. Com muita dificuldade, me levanto para ligar o chuveiro, para me livrar da podridão que me cobre. Tenho vontade de me lavar com água sanitária ou com acido, mas só fico ali, sentada ao chão, embaixo do chuveiro, vendo a água com sangue seguir para o ralo.
Acho que desmaiei de baixo do chuveiro por um curto período. Ainda estou com as pernas moles por causa da surra, mas consigo levantar, desligar o chuveiro e vestir meu roupão.
Enrolo uma tolha na cabeça e caminho vagarosamente até a porta de entrada e a tranco, depois disso indo direto para o meu quarto. Evito olhar no espelho e me jogo em minha cama. Não tenho forças nem para chorar mais.
Tomo pelo menos três comprimidos para dor, e dois para conseguir dormir, sei que é muito, mas quero apagar, já que não posso apagar da minha mente o inferno que vivo.
Não demora muito para sentir a leveza que a medicação me da e sinto o alívio de um sono profundo se aproximar. Esquecendo por pouco tempo, o demônio de pai que minha mãe me deixou.
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A Colecionadora de corações
RomanceVários crimes, um detetive lindo, inteligente e uma crimosa psicopata, com cara de anjo. Uma história que te fará odiar ou ter compaixão.