Capítulo IV

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O nosso encontro foi inesperado, para falar verdade um esbarrão no mar, na verdade estava lá naquele lindo mar de Fernando de Noronha quando uma onda um pouco mais forte quebrou em cima de mim, resultado sai bolando e fui para aonde? Nos pés do Luis Fernando que educadamente me ajudou a levantar.

Naquele momento meu corpo estremeceu, senti algo que nunca havia sentido. Seu corpo tão próximo do meu, sua respiração ofegante, a cor penetrante dos seus olhos fixos a me olhar. Nesse instante o intervalo do tempo parece que resolveu se dissipar lentamente e só se ouvia e se sentia o bafejo do sopro do seu hálito dizendo cuidado e como um breve despertar do sonho mágico, Tia Dulce a bradar por socorro, dizendo que alguém estava morrendo afogada no caso (eu).
No instante o encantamento presente se desfez como um rio trazendo um monte de penúria que se transformou em risos por todos. Nunca senti tão humilhada, não sabia o que fazer, para onde olhar, o que dizer.

Terminado o espetáculo e após a retirada estratégica da boba da praia a solução era caminhar a passos largo para casa sem olhar para trás. Chegando em casa só queria esquecer, esquecer, esquecer, como alguém esquece aquele olhar, a voz, o corpo, com esse turbilhão de sentimento como um instalo surgir a imagem de Mauro, então lembrei-me que já tinha problemas demais e que aquelas férias não era momento para namorico.

Vamos voltar a realidade porque um lindo rapaz, estudado e de família de renome jamais iria se interessar por uma menina como eu, uma simples mortal.
Deixada a ilusão a parte, durante o almoço nenhum comentário sobre o episódio, porém percebi que um olhar me segui pela casa.

Sim! Luiz Fernando acompanhava-me com o seu olhar e um singelo sorriso quando o encarava. Senti a ver como uma zombaria e ignore. Mais parecia que esse tipo de joguinho o atiçava ainda mais.
naquele dia a louça do almoço seria minha. Uma das coisas que tia Dulce fazia questão era de manter a casa em ordem, casa que não era dela mais se comportava como tal, pois tia Kar não gostava que nós fizéssemos alguma coisa que não fosse diversão, mas todos sabiam que a vontade da tia Kar era só vontade, porque Dulce a megera não deixava ninguém em paz.

Quando estava a lavar sentir um vulto a me seguir. Era ele com aquele olhar e sorriso safado dizendo;

--- Deixa que eu te ajudo . Você lava e eu enxugo.

Não respondi nada, resolvi por bem manter a distância. Até porque nessa altura do campeonato já estava a enxugar e guardar as coisas nos seus lugares. Tinha ainda que varre e passar o pano na cozinha e tirar o lixo, tarefa à qual me ajudou com muito apreço e que devo conversar foi ótimo assim terminei bem mais rápido. Mas sabia que essa atividade não iria sair barata, e estava certa.

Quando concluímos, perguntou o que eu iria fazer depois, disse que tinha que lavar o meu biquíni e a toalha, pois era ordem da tia Dulce e como um raio ele sumiu da minha frente.

Fui para lavanderia e tomei um susto. Chegou e disse:

---- ou lavar toda essa roupa ou me dá um beijo!

---- como assim? Lavar ou beijar?

Ele pensa que eu era quem? Ou melhor o que estava a pensar de mim?

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