Capítulo VII

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A festa estava boa, mas aos poucos a turma foi se dissipando. Tia kar disse que iria entrar e que não ficássemos até tarde e tratasse de apagar todas as fogueiras.

Não muito distante, no alto de uma colina que ficava na descida da rua para praia estava Luís Fernando a observar reservadamente, aparentemente parecia que não gostava desse tipo de evento, já não poderíamos dizer o mesmo dos seus irmãos que participaram com uma animação extraordinária.

Sentia um poder enigmático, uma frieza, um desdenho, um mofar, talvez por sua parte por não está participando de algo tão juvenil na qual nos pertencia. Parecia que ele tinha o dobro de sua idade e que aquele mundo era um realidade paralela à qual ele não se encaixava.

Resolvi organizar a bagunça na praia, não sentia bem deixar aquela sujeira. Eu e minha mania de limpeza. Mais quem eu queria enganar. Estava me esquivando de Luiz Fernando. Tudo que eu não precisava naquela noite era do seu olhar e do seu sorriso como companhia.

De repente alguém toca minha mão. Juro que feche os olhos para não enxergar, pois tinha certeza que era Luiz Fernando. Meu coração disparando e os milênios de segundos de um piscar de olhos duraram uma eternidade.

---Não devia ficar aqui sozinha pode ser perigoso. Sorriu com aquele sorriso safado.

--- Você precisa se libertar dos males da cidade, perigoso é deixar esse lixo que esses nossos amigos irresponsáveis deixaram nessa preserva ambiental.

---Mesmo assim era só ter me dito que eu mandaria os meninos limpar!

---Você é sempre assim autoritário, mandão, arrogante, lindo, gostoso, esse olhar!!! Certo que essas últimas palavras ficaram atormentando minha mente.

Ele riu organizou tudo é saiu.

Fiquei a pensar! Foi isso que aconteceu, deu as costas para mim, será que esqueceste que estavas ali.

Caminhei pausadamente, saboreando aquela brisa do mar e quase absolta, me deleitando as sensações das palavras de Mauro com o fitar de Luiz Fernando deparei-me como em um espelho na qual o reflexo era Luiz. Rosto a rosto, na troca de olhares na linha da boca do outro. Novamente aquele sorriso desabrochando e arrebentando e desconcertando as minhas certezas. Ficamos ali, não recuei. Grande foi aquela sensação de sentir tão próximo a mim. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me palavras. Presa, atordoada naquele sorriso e naquele olhar, não achava gesto nem ímpeto que me arremessasse dali.

Senti seus dedos roçar minha nuca era uma sensação de puro deleite. Via-me entrelaçada nos seus braços e sem querer fugir entreguei-me aquele puro e mágico momento. Seus lábios passando suavemente sobre o meu rosto descendo para meu pescoço quando exclamou:

Tétis, ninfa criatura capaz de envolver e despertar o amor entre cristãos e pagãos.
Aurora extraordinária da doçura desconhecida.
Hábil menina surdiu até então um amor desconhecido.
Murmurou mais duas ou três palavras e saiu.

Os Impulsos das Paixões Onde histórias criam vida. Descubra agora