CAPÍTULO XVII

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Na fresca penumbra, que se aproximava na margem da praia, pouco ouvia o balbuciar das ondas. No meu peito vislumbrava uma vaga inquietação, um contentamento, com um misto de fatalidade que encadeava meu corpo e meu espírito. 

Com um sorriso cálido, com a pupila úmida, com olhar de saudade, o famoso semblante se tornava mais nítido, com gestos gentis os passos deram as largas passadas que por final já estavam a correr no tom brusco e explosivo de felicidade.

A fisionomia, o êxtase embebedaram suas feições transformando sua fase.

Eu imbecilmente, desconsertada, com coração pálido, via uma transição súbita de gozo com infelicidade. 

Os seus olhos azuis tão amortecidos naquele instante em minha direção manavam uma ternura santa com extrema eternidade. Seu carinho brotava meigo com força semelhante à lâmina de aço que cortava minha alma no abismo de estar entre o céu e o báratro.

Um abismo de silêncio tomou minha alma.
Óh! tempo porque tu foste tão fugaz. 

Sentia ser engolida pela veracidade daqueles olhos que transbordava como água no deserto de carência com uma certa eloquência absurda e desafiadora.

Percebia o sangue pulsar nas suas veias com ritmo vertiginoso.

Nesse momento o brilho do céu concentrava toda sua cor nele,sentia mais próximo, seu perfume e sua respiração transitava no ar que respirava . Aos poucos como um vaga-lume que brilha na escuridão, minha mente abria para tudo que estava acontecendo.

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⏰ Última atualização: Dec 26, 2020 ⏰

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