Capítulo V

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Três dias nesse paraíso e parece três meses, foi nesse momento que dei por conta que todo esse tempo não tinha ligado ainda para Mauro, nem avisado que tinha chegado e que estava tudo bem.

Nesse momento senti uma angústia, uma espécie de culpa, de som longínquos a se aproximar e me questionar como poderia sentir feliz? Sabendo que deixei alguém a me esperar e nele pusera uma paixão doentio como rubras flores ardentes. Foi que percebi que o "Pequeno Príncipe tinha razão somos responsáveis por aquilo que cativas". Eu me tornei responsável por Mauro e por tudo que sentimos e que construímos em comum. Não tinha certeza se iriamos voltar, mas naquele momento eu precisava colocar as ideias e os sentimentos em ordem, pois pressentia que um tsunami estava próximo em silencio, mas sentia o seu soar a agitar.

Corri para o telefone público mais próximo, porque o fone da casa tinha um cadeado enorme na qual a chave estava na cintura da tia doce Dulce. Ligue para Mauro que naquele horário não se encontrava em casa, estava trabalhando. Havia esquecido e me perguntava como?

Então resolvi espera o cair da noite para ligar novamente e revirando minha bagagem encontrei alguns livros que a minha querida professora de literatura nos impôs a ler durante as férias.

Resolvi ficar em casa e por minha leitura em dia como se conseguisse.

As vezes enganasse é uma boa solução. Comecei com José de Alencar "Iracema a virgem dos lábios de mel e cabelo mais preto que a asa de uma graúna". Fala sério, o único lábio que vinha na minha mente era de Luís Fernando. Em um mundo de turbilhão aquela leitura se paralisou na sôfrega avidez dos meus desejos ao pronunciar a palavra lábios. As duas imagens se enrolavam na minha mente e um silêncio soturno outra vez abatia minha alma.

Não consegui prosseguir com a leitura. De repente um brando estremeceu a casa era o povo voltando da praia morrendo de fome pedindo para tia Kar o almoço e tia Dulce dizendo que todos tinham que tirar a areia da praia, trocar de roupa antes de ir a mesa para ela servir o almoço.

Mais uma vez tentei isolar-me, fugir daquela agitação e daquele olhar.

De alguma formar folhear livros dentro de uma rede no final do sitio serviu para passar o tempo e acabei adormecendo.

A tão esperada noite chegou e todos estavam muito animados, pois haveria um luau. Tia Kar vendo minha distância perguntou se estava com algum problema, se alguém tinha feito algo que me magoasse. Disse que estava com saudade de casa, já que era a minha primeira viagem sem minha mãe e o seu controle me fazia falta. Tia Kar sorriu perguntou se queria ligar para ela disse que ligaria lá da praia quando fosse para o luau.

É claro que nessa altura do campeonato minha mãe já tinha ligado umas trocentas vezes, mas precisava de uma desculpa para ligar para Mauro.

Os Impulsos das Paixões Onde histórias criam vida. Descubra agora