Cap 1- Prólogo

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POV-Ringer

Depois que as 4º ondas caíram sobre o mundo os militares chegaram para nos resgatar, o problema: apenas as crianças poderiam ser resgatas. O que diga-se de passagem é muito estranho, porém todas as crianças e adolescentes foram separados de seus pais, eu, bom, não tive nem um problema. Minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos e meu pai morreu entre a 2º onda e a 3º onda. Ele não morreu pelas ondas ele tentou ajudar um casal e bom, digamos que a família não estava acostumada em receber ajuda no mínimo pensou ser um louco ou um maníaco tentando roubar os suprimentos e fizeram o que qualquer um faria em sua defesa.

Flash Back on

Meu pai me mandou ficar esperando alguns metros da cabana, algum tempo depois eu só ouvi um tiro seguido de um grito de mulher. Não sei como, mas eu já imaginava que esse tiro tinha o acertado.

Eu simplesmente não consegui me mexer eu fiquei totalmente paralisada alguma coisa incrivelmente horrorosa e forte se estalou no meu peito, eu congelei e fiquei olhando a cabana por horas e a cada minuto se confirmava o que eu já imaginava. Ele não voltou.

Até que um barulho me chamou atenção, com isso acho que a esperança voltou para mim e finalmente consegui me mexer levantei com cuidado e me escondi atrás de um carro, consegui ter uma visão melhor da cabana. Eram três homens grandes e fortes, um detalhe, fardados, eram do exército.

Entraram na cabana e depois tiros e tiros, eu simplesmente não acreditei. O que eles tinham feito? Era uma pergunta idiota porque eu sabia bem a resposta. Alguns minutos depois eles saíram da cabana e entraram nos seus jipes e foram embora. Era a primeira vez que eu via um carro em movimento depois de muito tempo,e me perguntei porque só os carros do exército funcionavam.

Parei quando me vi andando para a cabana, eu não sabia o que fazer, mas no fundo sabia que precisava entrar ter certeza de tudo que eu suspeitava. Estava agora de frente para a porta com a mão na maçaneta,sem controlar meus movimentos abri a porta, tinha muito sangue, tinha em todo lugar, nas paredes, no chão, no sofá,inclusive na porta. Era uma sala ou pelo menos um dia foi, era um cômodo simples. Quando você ignorava o sangue a sujeira e o cheiro horrível você até conseguia imaginar pessoas ali, vivendo, brincando, vendo TV, mas agora aquilo era apenas resto do que um dia foi.

Passei pela sala e cheguei num corredor que levava até duas portas a minha primeira visão foi a de uma mulher, não devia ter nem 50 anos ela era ruiva. Meu deus! Ela estava imersa numa poça de sangue deitada no chão de bruços parecia que ela tava fugindo de alguém, talvez do exército. O homem não estava muito longe morto na mesma posição que a mulher, de bruços com uma enorme poça ao seu lado. Aquilo estava me matando eu estava tonta com náuseas e podia jurar que a qualquer momento eu iria vomitar, cair e apagar.

Continuei andando pelo corredor desviando dos cadáveres e das poças de sangue. Abri á primeira porta que eu vi. E o reconheci, era o meu pai no chão, as lágrimas começaram a brotar sem nenhum controle elas caiam e brotavam sem parar, uma falta de ar aguda atingiu meus pulmões, chegou a doer. Meus joelhos cederam, eu fui direto no chão senti o impacto com força. Rastejei até meu pai, ele estava com uma pequena ferida no peito não tinha nem uma poça de sangue só uma mancha bem envolta do coração. O que me fez perceber naquele momento que ele morreu com um tiro no peito.

Meu deus como aquilo doeu, eu abracei ele e fiquei assim por um bom tempo chorando com meu pai nos braços. Depois de provavelmente horas percebi que ele esta começando a ficar frio. Tirei ele do meu colo e o deitei no chão não havia mais nada a fazer, beijei o topo de sua cabeça e cobri seu corpo com um lençol, aquilo foi demais eu estava acabada á dor no meu peito estava insuportável. Eu não consegui mais ficar naquele quarto, estava tudo embaçado sem nexo, tudo começou a ficar confuso, eu só via flashes. Consegui sair do quarto, fechei a porta atrás de mim, olhei pro lado e vi a cena sangrenta do casal. Acho que aquilo só piorou tudo, as náuseas estavam cada vez mais fortes. Me vi entrando na porta ao lado do quarto onde meu pai estava. De repente tudo apagou.

5° onda (Ben e Ringer)Onde histórias criam vida. Descubra agora