Cap 4

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POV-Ringer

                  

                  

Sai do pequeno prédio e continuei a andar em direção ao centro da cidade, tudo parecia a mesma coisa de sempre carros espalhados pelas ruas e muita sujeira. 

As casas, lojas e prédios pareciam ter sidos largados com presa ou saqueados. Enquanto eu andava distraidamente com meus pensamentos cheguei a uma esquina.

Virei nela e um mal cheiro forte me invadiu, e por mais horrível que ele seja parecia familiar para mim. Olhei ao meu redor procurando a origem do cheiro podre e de repente sacos brancos e pretos grandes que pareciam, pareciam ser.!.?!..

Um pensamento macabro passou rapidamente pela minha cabeça, infelizmente o meu pensamento era realidade. Eles não pareciam, eram cadáveres  embalados em sacos que variavam entre preto e branco estavam empilhados perto do muro de uma loja.

Quando me permito olhar para o lado percebo que em todos os cantos da extensa rua havia corpos espalhados pelo chão.

''O que tinha acontecido ali?'' Essa pergunta ficava se repetindo na minha cabeça. Enquanto eu observava os corpos tirei o casaco da minha cintura e improvisei uma máscara. Estava começando a ficar enjoada e o que me assustava era que o enjoou não era por causa dos corpos, mas por causa do mau cheiro. Queria saber se estou ficando forte ou fria com meus sentimentos, mas no momento me limitei a acelerar o passo e percorrer a extensa rua.

Com certa dificuldade cheguei no final da rua, que agora com mais atenção percebo que era na verdade uma avenida, ela atravessa toda a cidade.

Devo ter passado por pelo menos uns 15 bairros, ao pensar nisso uma dor aguda atinge minhas costelas provavelmente de correr demais e não respirar direito. Paro alguns minutos e meus pulmões e costelas agradecem vorazmente o ato.

A máscara improvisada ainda cobre meu rosto e o protege do mau cheiro, os corpos para o meu engano continuam a se multiplicar no horizonte a cada esquina que cruzo, a cada sinal que ultrapasso.

Quando a adrenalina da corrida passa e diminuo o passo me permito refletir sobre esses cadáveres espalhados pelas ruas, não sei dizer por alto, mas imagino que o que aconteceu aqui, nessa cidade, deve ter dizimado metade se não a maioria dos habitantes. Mais o que seria tão mortífero a ponte de provocar tantas mortes.

Eu sei do que essas coisas são capazes de fazer, vi com meus próprios olhos aquelas grandes ondas invadirem todas as cidades costeiras e inundarem as vizinhas.

Lembro-me bem de quando aviões e helicópteros despencaram do céu como se fossem pequenos objetos de papel. Quantas pessoas deveriam ter morrido só nessas ondas? Muitas, ou melhor  milhares.

Mas que onda conseguiria dizimar tantas pessoas de uma vez e não causar danos externos a cidade que eu não percebe-se? Não havia nada de anormal em Sharon, estava toda saqueada e suja, a única diferença, eram os sacos de corpos para todos os lados. Aquilo martelava minha cabeça, enquanto eu andava.

Depois de alguns minutos não tive nenhuma conclusão plausível para nada disso e toda essa situação começava a ser irritante de certa forma.  Eu estava cada vez mais impaciente. O que aconteceu aqui? Como aconteceu? Nada veio a minha cabeça.

Desisti de pensar e voltei a apertar o passo, conforme eu ia me afastando da avenida principal menos corpos eu via.

O cheiro não existia mais por causa da distância, então resolvo tirar a minha camisa do rosto. Respiro fundo e graças a deus o ar é limpo e puro. Continuo a caminhar, nesse momento estou numa parte da cidade afastada do centro. As casas são bem maiores, quase não se vê prédios, e aqui os quintais são cobertos por uma fina camada de grama verde.

5° onda (Ben e Ringer)Onde histórias criam vida. Descubra agora