Cap 8

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( Martim atirando )

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( Martim atirando )

Começamos a malhar.

Completamos uma série, todos nós estávamos pingando de suor provavelmente uma hora de exercícios tinham dado efeito. Saímos da academia bebendo água, por algum motivo o dia estava estranhamente abafado.

(Garcia)- Vamos para o estande de tiro?

( Joe )- É melhor mesmo. A gente descansa um pouco e faz o circuito mais tarde. Tudo bem?

'' Ele olhou para mim e para o Martin esperando a nossa resposta ''

( Martin )- Ok, vamos logo.

Andamos até um centro de tiro que tinha na base, escolhemos as armas e fomos para as catracas de tiro. Peguei primeiro uma Colt 45 para aquecer. Mirei no alvo e comecei a atirar. Finalmente alguma coisa era familiar, imagens do meu pai vieram a minha cabeça. Me lembrei quando ele me ensinou a atirar, na verdade eu praticamente obriguei ele a me ensinar. Aquilo estava me fazendo bem, de alguma forma me sentia ligada a ele atirando. O que é uma grande ironia.

Logo a munição acabou, sai da catraca para pegar mais, quando me virei todos os três olhavam para mim.

_ O que vocês estão olhando?

''Os três me responderam em uníssono.''

_ Como você....

''A frase ficou parada no ar até por que eu já tinha compreendido o que eles queriam dizer. Eles continuaram olhando para mim esperando uma resposta.''

_ Meu pai me ensinou algumas coisas.

Depois de treinarmos voltamos para os dormitórios para tomar uma ducha da qual nós precisávamos urgente. Logo o almoço saio e o resto do dia foi aula de introdução para as entradas de tropas em cidades tomadas pelos '' outros. ''

As semanas na base foram passando rápido, na verdade a rotina era quase sempre a mesma: Acordar, tomar café, malhar, alongar, treino com tiros a distância, defesa prática e mais um pouco de introdução para as tropas. Todo dia era mesma coisa, com o tempo eu estava cada vez mais especializada em tiros de longo alcance, meu esquadrão era o melhor em alto defesa e nossa pontuação atualmente era o 1º lugar, agora eu era a líder do grupo.

Eles praticamente me mandaram assumir o posto, eu tinha uma certa experiência por ter estado um tempo sozinha lá fora e eles preferiram assim. Já não tinha mais noção de quanto tempo eu estava no quartel e muito menos quanto tempo eu fiquei lá fora. Em certos dias eu conseguia achar uma brecha nessa minha rotina pacata e saia por aí procurando algo interessante pela base.

Em um desses '' passeios'' descobri que os soldados traziam praticamente crianças e adolescentes todos os dias para cá. Com essa quantidade de pessoas eles só poderiam ter um objetivo, criar um exército.

Eu sempre soube que nós estávamos treinando para uma guerra, mas aquilo era demais tinham crianças que não deveriam ter nem 8 anos.

Nunca eles teriam força e habilidade o suficiente para lutar. Mesmo assim eles treinavam e aprendiam a atirar como nós.

Desisti de tentar entender essa ''grande ideia'' de crianças na linha de frente de uma guerra e voltei para minha rotina. Caminhei de volta para os extensos corredores de alojamento eu estava do outro lado da base por isso estava passando pela porta do esquadrão 67º, aqui parecia o sub mundo da base. Eu já tinha passado por aqui antes, na verdade eram as mesmas portas, o mesmo chão e as mesmas paredes, mas o que mudava era quem habitava essa área dos alojamentos. Os mais fracos, sem porte físico, ou técnica para luta eram colocados nos esquadrões mais baixos e bom, vinham parar aqui. Enquanto eu passava pelas portas todos os olhares eram direcionados a mim. Não era nada comum ter soldados de esquadrões com patente alta aqui, e eles sabiam que eu não era dessa área. Passei sem dar a devida atenção para os olhares que continham uma enorme interrogação.

Quando percebi já estava no esquadrão 53º. Olhando para a porta nem percebi o que ou quem estava no meu caminho. Senti um impacto forte no meu ombro direito, quando virei para o lado dei de cara com o tronco de um homem bem na minha frente, meus olhos lentamente foram levantando.

E foi aí que olhei no olho da figura que havia me dado um encontrão. Ele não pronunciou nenhuma palavra e eu nem mesmo piscava. Até que alguém se manifestou.

__Ei, ei. Pessoal não há motivo para estranhamento aqui ou há?

'' Olhei de relance para o lado e consegui ver quem proferiu as palavras, mas naquele momento não dei importância''

__Não, eu espero que não. Definitivamente não é comum ''vocês'' estarem por aqui.

'' Pela primeira vez ele se manifestou, sua voz era grave e rouca. Ele fez questão de dar ênfase na voz quando se referiu a mim e o meu esquadrão. ''

__ Realmente não me lembro de você ser o responsável pela fiscalização dos corredores.

''Provavelmente essa frase saio bastante irônica e eu não vou mentir essa foi minha intenção.''

__ Realmente não, mas eu tenho certeza de que os fiscalizadores não sabem que você está aqui, não é mesmo?

''Um pequeno sorriso abriu no canto da sua boca, claramente ele estava se divertindo com a situação. Quando eu ia responder uma voz familiar me chamou atenção, era Martin.

__Se eu não estiver incomodando, eu gostaria de lembrar a todos vocês que a fiscalização vai passar em dez minutos, então a não ser que vocês queiram suspensão e penitencia é melhor vocês pararem com as provocações.

Enquanto ele falava abria espaço no pequeno aglomerado que havia se formado em volta de nós. Tirei minha atenção de Martin e olhei de volta para o babaca a minha frente. Ele não olhava para Martin ele olhava para mim e quando voltei a olhar para ele, desviou rápido o rosto e fez menção em falar.

__ Já chega, vamos entrar. A qualquer momento a ronda passa e vai sobrar para todos.

O garoto que nos interrompeu no começo da amistosa discussão usava óculos e parecia ser indiano, seguiu para a porta e entrou dentro do quarto de onde o idiota tinha saído, o quarto 53º.

Martin fez um sinal para mim com os olhos e eu já tinha compreendido, ele queria que a gente fosse embora dali  e logo.

Olhei uma última vez para o babaca e ele mantinha o olhar firme em mim, a muito tempo não olhavam assim para mim, na maioria das vezes as pessoas tinham medo, eu não as culpava meu olhar é duro e quase sempre reprovador e mantê-lo era difícil ou sei lá também pode ser minha maquiagem pesada, afinal eu ainda não abandonei meu hábito de esfumaçar os olhos. Seja o que fosse ele não tinha medo e nem receio, me encarava como se pudesse ler minha mente, o que certamente ele não podia.

Virei de costa sem pronunciar mais nenhuma palavra, toquei no ombro de martim e seguimos corredor a dentro. O silêncio tinha se estalado entre nós e eu pensei que seria assim até que...

__Sério, o que você foi fazer lá de novo?

'' E estava bom demais para ser verdade.''

__ Eu já disse e vou ter que repetir não é mesmo? Uma hora cansa essa rotina, fora que você sabe tem coisa estranha aqui, eles não param de trazer crianças, me surpreende eles terem tanto suprimento pra essa quantidade de crianças e adolescentes, mas para os adultos é demais.

De repente eu ouvi um barulho de porta sendo aberta brutalmente foi quando me lembrei da ronda. Olhei para Martin e o puxei pelo braço rapidamente entramos no nosso quarto e deitamos nas camas sem fazer muito barulho, praticamente um segundo depois disso a porta se abriu e uma luz forte bateu em meu rosto.

Com certeza era a lanterna dos soldados. A escuridão voltou para o quarto e o silêncio também. Martim não voltou a falar e assim eu me entreguei ao sono.

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2019 ⏰

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