Dois Príncipes e uma História.

Capítulo 33

Estava grato aos céus que aquele Natal havia passado rápido, fiquei tão triste mas tão deprimido com o Rafael que nem me despedi dele quando ele voltou para casa. Me escondi no meu quarto e só sai de lá quando ouvi o carro do tio Otávio sair da nossa garagem. Quem diria logo nós dois chegarmos ao ponto de não compartilhar um abraço de Natal... Fiquei tão abatido com o ocorrido que não estava nada animado para a nossa viagem que iria acontecer naquele dia 26 de dezembro. Iriamos todos para Florianópolis passar a virada de ano... Eduardo era o mais elétrico, a todo momento ia no quarto me perguntar se minha mala estava pronta... "Não acredito que não não terminou com as malas Bernardo! A gente já está atrasado porra! Papai vai te matar!" e sai batendo a porta. Eu tinha um nervo com os chiliques do meu irmão mas aquele dia eu parecia meio fora do ar... Nem liguei para nada, coloquei qualquer roupa e fechei a mala. Quando desci já estavam todos na sala, até a mamãe já estava pronta. "Está melhor da dor de cabeça meu filho? Se quiser eu mudo o voo para amanhã..." papai disse colocando a mão em minha testa, sua expressão era de preocupação total. "Não papai Bernardo já está bem não é Ber?" meu irmão me olha atravessado. "É to sim pai... Vamos?" mas a verdade é que eu queria ficar em casa. Passamos a tarde toda viajando... Estava morto! O voo fazia conexão em São Paulo, então demorou muito mas finalmente chegamos naquela cidade linda! Uau! Como estava muito tarde jantamos depois fomos direto para o Resort, o mesmo já estava fechado mas parecia ser muito legal! Estrategicamente ficamos em uma cabana e papai e mamãe ficou na outra... Eram duas suítes e uma mini cozinha, Du e Diego correram para o quarto com a cama de casal e eu fui para o outro que era um pouco menor. Apenas joguei a mala no chão e caí na cama desanimado... Que porcaria de ano foi aquele? Nem um lugar lindo daqueles estava me fazendo feliz... E para piorar ouvi meus irmãos na maior pegação... Aquele barulho beijo começou a me dar um certo tesão... Meu pau foi ficando duro... pqp! Tirei a calça, depois a cueca... Comecei a acariciar meu membro para cima e para baixo... As coisas no quarto ao lado pareciam bem quentes... Automaticamente me lembrei daquele sonho que havia tido com o Rafael... Minha imaginação voou até ele... Aquele braços enormes, as suas novas tatuagens que faziam de Rafael um homem misterioso, aquela barriga trincada de academia, suas coxas grossas... Aqueles olhos verdes me fitando com desejo... Aquela bunda deliciosa... Meu pau encaixando aos poucos naquele buraco apertado e quente... Viajei em pensamentos e em sensações que até aquele momento eram desconhecidas por mim... Entre gemidos e suspiros no quarto ao lado... Criei minha fantasia e gozei como nunca... Puta que pariu! Voou gozo até no meu queixo! Fiquei uns minutos aguardando meu pau amolecer, tentando recuperar meu folego. Logo me bateu aquela frustração... Por que cargas d'águas eu estava batendo uma punheta pensando em um homem? Eu não era gay... Eu tinha namorada... Eu amava a Camilla... Não amava? Uma coisa era verdade... o sexo não era muito bom mas com o tempo estava melhorando... No fundo aquela garota era legal... Eu que era um idiota completo que desde a noite de Natal não havia procurado ela... Fui me sentindo culpado, sentindo um certo asco de mim mesmo... Aquele calor me sufocando... Resolvi dar uma volta, não estava bem! Precisava colocar meus pensamentos em ordem, coloquei um calção qualquer e sai sem avisar os garotos que naquele momento já haviam terminado sua festa e dormiam tranquilamente. Com o coração apertado fui andando em direção à praia... Meu corpo relaxou no exato momento em que meus pés tocaram a areia fina, a brisa do mar me invadiu... Então me permiti fazer algo que há muito tempo eu não fazia, sentei na areia e chorei! Chorei um choro dolorido, um choro de abandono, um choro sem controle que me fazia arfar a cada respiração. Não sei quanto tempo fiquei ali olhando para aquela imensidão escura, abaixei a cabeça e as lágrimas continuavam a cair. Levei um susto assim que duas pessoas sentaram ao meu lado... Eram meus irmãos! "Bernardo não fica assim cara! Vocês ainda vão se entender de novo!" Diego disse me puxando para um abraço, "Ber a gente ta aqui pra você! O Rafael também está sofrendo! Não entendo esse orgulho dos dois..." Eduardo me abraça também. "Eu sinto falta dele... Sinto falta da amizade dele... Eu não sou gay para ele ter nojo de mim... Nem um abraço de natal ele me deu..." eu falava entrecortado por conta do choro "Eiii Bê ele não tem nojo de você... Ele só está confuso! Dê tempo ao tempo que tudo irá se ajeitar irmão! Tenha fé!" meu irmão mais velho me confortou beijando meu rosto molhado "É Bernardo! Eu e o Diego também passamos por isso! Nós sabemos o quanto é difícil assimilar esses sentimentos, mas nós resolvemos vive-lo... A vida é tão curta né amor?" Olhar aqueles dois enchia meu coração de esperança, era tão puro e tão bonito aquele sentimento... O sol já estava nascendo quando voltamos para o apartamento, já estava calmo quando sentei na poltrona que ficava perto da entrada "Bernardo porque o Rafael não te abraçou na ceia?" Edu pergunta já colocando sua camiseta de dormir "Não sei... nojo? orgulho? raiva?" respondi dando de ombros. "É por isso que ele estava chorando então Diego!" olhei para os dois não entendo nada "Chorando quem? eu?" meu irmão respira fundo um pouco sem paciência "Não burro! O Rafael...  Assim que você foi deitar, eu vi o Rafael chorando na varanda, perguntei o que era mas ele não quis se abrir! Só pediu para ficar sozinho... Vocês dois precisam engolir esse orgulho... Isso está fazendo mal! Acho que isso precisa partir de você Bernardo!" "Ué porque de mim? Foi ele que me beijou... Eu não fiz nada!" retruquei o mais novo que estava sentado no colo do Diego "Não importa quem beijou quem Bernardo, assim que chegarmos a Brasília você vai ligar pro Rafael  e vocês vão se entender! Está claro?" então os dois se levantam e foram dormir, eu fiquei sentado na poltrona com aquelas palavras martelando em minha cabeça.